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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Ciências da Educação

Departamento: Estudos Especializados em Educação/EED

Dimensão Institucional: Pesquisa

Dimensão ODS: Social

Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa

Título: DA FILOSOFIA DA EXISTENZ À PEDAGOGIA DA EXISTENZ: POSSIBILIDADES FORMATIVAS A PARTIR DO PENSAMENTO DE KARL JASPERS

Coordenador
  • DAIANE ECCEL
Participante
  • DAIANE ECCEL (Di)

Conteúdo

Questão problema em seu o que é a educação? (w...questão problema em seu o que é a educação? (was ist erziehung?), jaspers afirma: o homem vive como ele mesmo em seu ambiente por meio da meio de um vínculo de memória e de antecipação. não vive como um indivíduo, mas em casa com a família, com os amigos por meio da comunicação de um com o outro, vive enquanto povo ligado a um todo histórico. ele se torna si mesmo em virtude de uma tradição pela qual ele olha para o terreno escuro de suas origens e se torna responsável pelo seu futuro” (1981, p.18). a passagem que se refere ao primeiro parágrafo de seu sistemático texto, dá as notas a respeito daquilo que se pretende investigar nesta pesquisa: contribuições para a formação humana a partir de uma filosofia da existência. conforme mencionado acima, a formação humana deve ser entendida aqui no sentido mais lato, não restrito a questões que se limitam ao período formal de formação humana, institucionalizado dentro da escola ou da universidade, com uma gama inalterada de conteúdo, com discussões que se restringem, por exemplo, à maneira como o educando aprende e o que aprende ou como é ou não avaliado por aquilo que aprendeu neste determinado tempo de sua vida. o que se coloca como centro aqui é a formação do próprio ser-humano ele mesmo, que é formado e se autoforma pelos diferentes contextos no qual se insere. todos esses elementos referentes ao ambiente escolar não estão excluídos das nossas indagações a respeito formação humana, mas também não são reduzidas a eles. eles compõem algo maior, que costumeiramente chamamos educação ou formação humana,presentes dentro da tradição de pensamento ocidental desde os gregos, para quem a formação da areté, seja ela entendida como a sabedoria filosófica em platão ou como um cidadão da polis em aristóteles, ocupava o cerne das reflexões sobre educação. isso também se revela no humanismo e igualmente nas críticas de montaigne a um tipo de formação que apenas levava em conta a aquisição de conteúdos a todo custo, mas se repete em rousseau, que preconiza uma formação integral para o seu emílio e que reverbera em toda a pedagogia moderna, como em dewey que, mutatis mutandi, se questiona: “de que servirá ganhar a habilidade de ler e escrever, conquistar certa quantidade de informação prescrita de geografia e história, se, na luta, perde-se a própria alma, perde-se a capacidade de apreciar a vida, de perceber o valor relativo das cousas (...)” (1959, p.43). neste sentido, concordamos e adotamos a definição de educação de jaeger: a natureza do homem, na sua dupla estrutura corpórea e espiritual, cria condições especiais para a manutenção e transmissão da sua forma particular e exige organizações físicas e espirituais, ao conjunto das quais damos o nome de educação. na educação, como o homem a pratica, atual a mesma força vital, criadora e plástica, que espontaneamente impele todas as espécies vivas à conservação e a propagação do seu tipo. é nela, porém, que essa força atinge o mais alto grau de intensidade, através do esforço inconsciente do conhecimento e da vontade, dirigida para a consecução de seu fim. (2003, p.3-4) é com base neste conceito amplo de educação, que também se revela na citação de jaspers em sua o que é educação?, que se parte para a questão problema: é possível encontrar elementos formativos na filosofia da existência de karl jaspers? para proceder no trabalho, será necessário partir da questão fundamental, ou seja, investigar quem é o sujeito do processo formativo, o próprio ser-humano. daí a necessidade de investigar a filosofia da existenz de karl jaspers em todos os seus pormenores. sabe-se que um dos elementos fundamentais dessa filosofia é a ideia de “circundante” (das umgreifende) e refere-se à consciente separação entre sujeito e objeto, o que permite ao homem estar/ser consciente de sua própria existência e passível de ser conhecido. no entanto, esse conhecimento é limitado já que não é possível pelo homem e com relação ao homem, o conhecimento do todo. por este motivo, igualmente relevante na filosofia jasperiana é a ideia de transcendente. jaspers não chega nela por meio de nenhuma experiência mística, mas o faz através de uma investigação histórica. aos moldes de alguns de seus contemporâneos, como é o caso dos irmãos max e alfred weber, o autor alarga o interesse investigativo para além dos limites do ocidente e em seu origem e meta da história, de 1949, no qual desenvolve a tese da era axial (achsenzeit) afirmando que todas as grandes civilizações mundiais tem seu ponto de origem entre os séculos oitavo e segundo a.c: na china surge lao-tse e confúcio, na índia aparecem os upanishads e budha, na palestina, surgem os grandes profetas como elias, isaías e jeremias, enquanto na hélade, são marcantes as presenças de homero, sócrates, platão, aristóteles e todo o surgimento da tragédia. para jaspers, o fundamento de tais civilizações se dão no âmbito espiritual. por meio desta ampliação de interesse histórico, que já não mais se restringe ao ocidente e suas supostas “origens” na grécia, entende-se que talvez seja possível pensar a filosofia da educação também por meio de uma perspectiva mais alargada e multicultural. para além disso, investigaremos em que medida a ideia de um transcendente como fundamento histórico da era axial está ou não em contradição com o que jaspers chama de “fé filosófica” e que exerce papel importante em sua filosofia da existência. após a apreciação de uma filosofia da existência e da relação do homem com sua história, a investigação deve-se mover para o âmbito da problemática pedagógica em si e levará em conta temas clássicos deste framework, tais quais: a própria ideia de bildung refletida por jaspers, a autoformação, as instituições formadoras do sujeito, a relação mestre e aluno, o papel da tradição para a educação, a ideia de autoridade, bem como a retomada frequente e sistemática operada por jaspers a respeito das diferentes tendências pedagógicas legadas pela tradição. ao final do trabalho, averiguar-se-á em que medida é possível extrair uma pedagogia da existenz do corpus do trabalho de jaspers. 3. objetivos: objetivo geral: • investigar em que medida é possível encontrar pressupostos de uma pedagogia da existenz a partir da filosofia da existenz no pensamento de karl jaspers. objetivos específicos: 1) investigar a antropologia filosófica de jaspers por meio das seguintes questões norteadoras: a) o que é o homem? b) o circundante (como o homem conhece?) c) as situações-limites (como o homem existe?) d) os limites do homem (como o homem transcende?) d) o homem o e mundo (como o homem se insere no mundo?) e) o homem e os outros (como nos comunicamos?) f) filosofia (o que é a “fé filosófica” e como a filosofia atua sobre a existência do homem?) 2) analisar a filosofia da história presente na obra de jaspers por meio das seguintes questões norteadoras: a) a origem (como o homem se relaciona com seu passado?/ o que é a tese da era axial?) b) o transcendente c) alargamento histórico geográfico (há uma perspectiva multiculturalista na filosofia de karl jaspers?) 3) pesquisar as considerações de jaspers sobre educação considerando os seguintes tópicos: a) substância da educação b) crise da educação c) limites da educação d) formação e autoformação / bildung e) instituições formadoras (família, escola e universidade) f) autoridade como fonte de educação g) tradição e sua relação com a educação (qual tradição é essa?) h) educação e existência

Índice de Shannon: 2.29657

Índice de Gini: 0.582588

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
2,24% 1,95% 1,94% 63,71% 4,16% 1,45% 1,46% 4,36% 2,11% 1,95% 2,12% 1,60% 1,31% 1,92% 1,49% 6,22%
ODS Predominates
ODS 4
ODS 1

2,24%

ODS 2

1,95%

ODS 3

1,94%

ODS 4

63,71%

ODS 5

4,16%

ODS 6

1,45%

ODS 7

1,46%

ODS 8

4,36%

ODS 9

2,11%

ODS 10

1,95%

ODS 11

2,12%

ODS 12

1,60%

ODS 13

1,31%

ODS 14

1,92%

ODS 15

1,49%

ODS 16

6,22%