O presente projeto de pesquisa faz parte dos es...o presente projeto de pesquisa faz parte dos estudos da relação foucault e marx iniciado em 2016. como primeira relação estabelecida entre esses dois filósofos, analisou-se o papel que a moral cumpre/cumpriu no capitalismo . como resultado dessa primeira aproximação, outro objeto de investigação se impõe, qual seja, o corte promovido no interior da classe trabalhadora, pelas relações sociais capitalistas. a produção de uma classe que foi cortada em múltiplos segmentos e fragmentos produziu não apenas a sua fraqueza - como se esse motivo não fosse por si mesmo suficiente - mas também a produção de uma indiferença, de uma intolerância no seu interior, na produção de indivíduos como seres "desprezíveis", a desqualificação necessária para que eles jamais pudessem contar uns com os outros, tanto para uma possível ação de solidariedade diante de reivindicações próprias, quanto mais para fazer a revolução. a hipótese dessa pesquisa é que o longo e violento processo de divisão da classe trabalhadora não foi feito apenas através da instalação da concorrência dos trabalhadores entre si, mas através da produção no seu interior das “classes perigosas”, sujeitos temíveis que serviriam de exemplo negativo e, ainda, como demonização de toda classe. o presente projeto se propõe a investigar, a partir de michel foucault e karl marx, a produção das “classes perigosas”. pretende-se com essa pesquisa analisar de que forma foucault e marx apresentam essa produção e os efeitos políticos dela decorrentes, respectivamente. o entendimento resultante dessas investigações pode ser produtiva como possibilidade estratégica de enfrentamento das relações de poder, que cada vez mais operam com dispositivos entranhados e móveis em todos os espaços da vida social na sociedade capitalista. é propósito, também, desse projeto investigar, dentre a literatura brasileira, a formação das classes perigosas e como estas são apresentada enquanto força política, se de maneira ativa na constituição do afrontamento às relações sociais capitalistas, ou como forças reacionárias que contribuem com o presente estado de dominação.