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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Filosofia e Ciências Humanas

Departamento: Filosofia/FIL

Dimensão Institucional: Pesquisa

Dimensão ODS: Institucional

Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa

Título: VIDA MORAL E LITERATURA: IDENTIDADE E ENGAJAMENTO

Coordenador
  • JANYNE SATTLER
Participante
  • JANYNE SATTLER (D)

Conteúdo

Concedendo a? literatura o privile?gio de uma a...concedendo a? literatura o privile?gio de uma autonomia de domi?nio face a? filosofia e questionando a legitimidade da “filosofia moral moderna” enquanto tal, uma reflexa?o alternativa se faz necessa?ria relativamente a? construc?a?o de nossa identidade moral para ale?m de uma “e?tica narrativa” tout court. mais do que pensar a narratividade como fio condutor de uma biografia (apenas), trata-se de pensar o papel da pro?pria literatura no conduzir de nossa vida moral; mais do que mera descritividade, portanto, trata-se de pensar a possibilidade de uma prescritividade realmente litera?ria. neste sentido, este projeto percorre algumas daquelas perspectivas instauradas contra a “clausura da norma” – entre elas, as investigac?o?es aristote?licas de martha nussbaum – para chegar a uma reflexa?o plural e complexa e aberta ao texto litera?rio ele mesmo, sobretudo com raimond gaita e j.m. coetzee. o intuito e?, assim, compreender o modo como a literatura nos ajuda consciente e responsavelmente a construir e a aperfeic?oar a nossa vive?ncia moral do mundo. identidade e engajamento sa?o enta?o os eixos em torno dos quais giram todas as questo?es mais pontuais deste estudo de alternativas e?ticas. sobre as bases estabelecidas por minha pesquisa anterior, a questa?o norteadora do presente projeto de pesquisa e atividades acade?micas e? pensar alternativamente uma ‘e?tica’ – se ela puder ser uma ‘e?tica’ – que de? conta de aspectos imprescindi?veis de nossa vida moral os quais restaram sempre a? margem das “filosofias morais modernas”. trata-se, por isso, de uma empreitada que pode ser caracterizada como metae?tica porque dedicada ao questionamento do pro?prio estatuto da ‘moralidade’ bem como de sua contraparte acade?mico-disciplinar. aqui, interessa-me pensar esta relac?a?o desde um engajamento que e? ele mesmo concomitantemente litera?rio e filoso?fico – em prol, ao fim e ao cabo, do privile?gio da literatura e de sua possibilidade fundante, universal, compartilhada. desde este ponto de vista, a tarefa desta arte e? pensada em termos de uma solidariedade que parece faltar a?s considerac?o?es, por exemplo, de uma e?tica global. uma solidariedade esquecida e negligenciada por certas propostas filoso?ficas que se querem igualmente fundantes, universais e compartilhadas, mas que o sa?o assim apenas juri?dica, legal e teoricamente em detrimento da complexidade do que e? efetivamente, humanamente, compartilha?vel. a literatura, ao dizer o que somos e o modo como nos vemos, fornece a mate?ria a mais tangi?vel sobre a qual fundar aquilo que acima chamei de adesa?o. evidentemente, essas considerac?o?es inscrevem-se como alternativa a? pro?pria filosofia moral como tal e deixam para a literatura um mais amplo espac?o de manobra. o que disso se segue sera? pensado, portanto, contra uma e?tica meramente baseada em princi?pios, leis morais ou guias universais de ac?a?o, em prol de uma visa?o moral sobre a vida que a permita ser ao mesmo tempo complexa e plural, complacente, atenta, e abrangente. para tanto, algumas questo?es pontuais e intermedia?rias devera?o certamente ser apreciadas em termos das alternativas possi?veis: em primeiro lugar, a necessidade (e a releva?ncia) de uma “e?tica narrativa” (que se queira como tal) e a maneira como ela pode (ou na?o) realizar a tarefa moral e poli?tica aqui proposta em seu cara?ter descritivo, biogra?fico, autobiogra?fico ou, se possi?vel, prescritivo; em segundo lugar, a possibilidade de uma “narrativa filoso?fica” substituta de uma “filosofia moral” e a possibilidade de uma abertura a? literatura em sua pro?pria autonomia, como constituindo abordagens mais flui?das da moralidade (contra a sua mera teorizac?a?o e sistematizac?a?o), e em prol de uma resposta mais lu?cida e comprometida para com as demandas efetivas da vida moral e seu processo de aprendizagem. seguindo os passos elencados com os objetivos deste projeto, procederemos a uma ana?lise cri?tica da “e?tica narrativa”, – tal como herdada de charles taylor e alasdair macintyre, por exemplo – inquirindo sobre o seu alcance e releva?ncia dentro do contexto anti-teo?rico e anti-normativo estabelecido por este estudo. em um segundo momento, procederemos ao estudo daquelas alternativas narrativas possi?veis que na?o se inscrevem propriamente como “e?ticas narrativas”, mas que participam do privile?gio concedido a? literatura e a? narratividade para a compreensa?o e o aprendizado da vida moral. aqui, alguns autores de fato inclassifica?veis talvez nos fornec?am as melhores pistas para a realizac?a?o deste engajamento moral, responsa?vel e compartilha?vel; entre eles encontram-se raimond gaita, carl elliott, john gibson, e o literato j.m. coetzee – para ale?m da renomada martha c. nussbaum. para cada momento da pesquisa sera?o desenvolvidos artigos com concluso?es parciais em vista de uma obra de maior fo?lego onde a alternativa a? filosofia moral normativa possa ser exemplificada em uma obra de cunho filoso?fico-narrativo ela mesma e, assim, substitutiva a?s escrituras acade?micas hodiernas. como a interdisciplinaridade e? um trac?o caracteri?stico de um programa deste tipo, uma forma bastante concreta de dar vida aos seus objetivos e? a continuidade de um grupo de pesquisa ja? existente: o grupo de estudos em reflexa?o moral interdisciplinar e narratividade – o germina. realizando atividades de pesquisa e de extensa?o, os seus membros compartilham o interesse por uma nova maneira de se fazer filosofia, ale?m de um espi?rito wittgensteiniano de fundo que prioriza a realizac?a?o pra?tica (moralmente e politicamente engajada com o mundo) sobre a realizac?a?o teo?rica e acade?mica formal. um dos objetivos do grupo e? o encaminhamento de oficinas filoso?fico-litera?rias em escolas da rede pu?blica. o primeiro passo neste sentido esta? sendo dado com a confecc?a?o de cartilhas educativas voltadas a um pu?blico adolescente, cuja tema?tica e? a moralidade e a cidadania dos tempos tecnolo?gicos e cinematogra?ficos contempora?neos. o material sera? apresentado e divulgado ao longo deste ano com o apoio do projeto da incubadora social e da pro?- reitoria de extensa?o da ufsm. cabe ao programa de pesquisa aqui descrito dar continuidade a este empreendimento. a literatura aparece, neste caso, como uma ferramenta imprescindi?vel ao dia?logo com um pu?blico na?o filoso?fico. que esta reflexa?o moral e poli?tica seja levada ate? a comunidade extensa a? universidade parece ser um ato consequente com a proposta de abertura e de solidariedade assumida por este projeto. ademais, no entanto, o repensar das bases do fazer e?tico disciplinar deve incluir ainda a experie?ncia litera?ria ela mesma no tocante ao pro?prio ensino da filosofia. se a feitura de pec?as litera?rias na?o pode ser uma exige?ncia indiscriminada – ainda que para alguns esta tarefa seja facilmente realiza?vel – a inclusa?o de alguns textos litera?rios na bibliografia de algumas disciplinas acade?micas pode ser a chave para um questionamento mais denso e complexo acerca da nossa vive?ncia moral e poli?tica cotidiana – e que venha assim nuanc?ar as abstrac?o?es filoso?ficas a?s vezes apartadas da realidade. neste sentido, tenho inclui?do tolsto?i, j.m. coeztee, chimamanda adichie e eduardo galeano – entre outros, que podem vir a ser acrescentados a esta lista – em minhas aulas de e?tica, filosofia poli?tica e e?tica aplicada. o resultado tem sido entusiasmante: por um lado, a complexidade de muitas questo?es fica patente e evita-se respostas apressadas, fa?ceis e dogma?ticas; por outro lado, os trabalhos feitos pelos alunos demonstram o seu novo grau de cri?tica e de comprometimento pessoal. na?o se trata simplesmente, portanto, do aproveitamento de um conteu?do necessa?rio a? formac?a?o filoso?fica, mas tambe?m de um outro tipo de adesa?o a? reflexa?o.

Índice de Shannon: 3.70059

Índice de Gini: 0.89773

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
3,67% 4,48% 5,59% 8,74% 6,35% 3,03% 4,23% 6,22% 6,99% 3,76% 6,07% 4,82% 3,88% 3,60% 3,87% 24,68%
ODS Predominates
ODS 16
ODS 1

3,67%

ODS 2

4,48%

ODS 3

5,59%

ODS 4

8,74%

ODS 5

6,35%

ODS 6

3,03%

ODS 7

4,23%

ODS 8

6,22%

ODS 9

6,99%

ODS 10

3,76%

ODS 11

6,07%

ODS 12

4,82%

ODS 13

3,88%

ODS 14

3,60%

ODS 15

3,87%

ODS 16

24,68%