Este projeto parte da observação de pesquisador...este projeto parte da observação de pesquisadores, professores e ativistas acerca do aumento da intolerância, o discurso de ódio e a violência no mundo contemporâneo. a conexão global de distintos contextos culturais, ao invés de propiciar o convívio respeitoso da diversidade, tem se convertido em espaço propício para a difusão do fascismo e outras formas de violência para as quais crianças, jovens e adultos se sentem despreparados. também parte de um incômodo, de uma expectativa não realizada da potencialidade de empoderamento de cidadãos a partir de um contexto de imersão tecnológica dada por novas formas não hierárquicas e bidirecionais de comunicação. não mais condicionados por restrições técnicas, o acesso à informação e ao conhecimento, assim como a habilidade dos indivíduos lidarem criticamente com ele, ainda está subjugada a outras formas de expressão do poder que reproduzem estratégias contemporâneas de colonialismo, ao dificultar a superação do papel de consumidores para o de cidadãos na cultura digital. assim, chegamos ao âmago da nossa preocupação: a formação dos sujeitos. na atual conjuntura, que afeta a todos mas especialmente populações vulneráveis, a educação desempenha um importante papel, pois é um espaço estratégico para a educação cidadã em bases democráticas e inclusivas. em especial a escola, que, se por um lado é um espaço profundamente controlado, é, simultaneamente, o lugar complexo e multifacetado de onde pode emergir uma prática transformadora capaz de propor uma educação em direitos humanos como a base da cidadania na cultura digital, imprescindível para a solução de problemas históricos da nossa sociedade. apoiados nesta esperança, que transcende a utopia para a ação concreta (a práxis), uma rede de pesquisadores e instituições que se apresentam juntos neste projeto propõe um trabalho colaborativo multi e interdisciplinar de ação e reflexão. isto é, a investigação e a pesquisa de ações inovadoras na e com as escolas, que partam do chão da escola e que proponham um outro ecossistema que oriente novas práticas e políticas. trata da criação de uma metodologia de "intervenção" nas escolas. nesta perspectiva, universidade e escola estarão juntas na intervenção-ação, que é uma prática inovadora de formação para a cidadania através da imersão na cultura digital em uma perspectiva ativista de empoderamento, autoria e produção colaborativa, que neste projeto associamos à cultura hacker. um hacker tem participação ativa no seu grupo social: produz conteúdos e os faz circular imediatamente para que possam ser testados e aperfeiçoados por todos. o objetivo final está na criação de metodologias transformadoras para a formação cidadã que estabeleçam na escola um novo paradigma, centrado em uma educação para a autoria, colaboração e produção, a escola com jeito hacker de ser. se desdobra em orientações para o ensino e para a formação de professores, mas também em recomendações para políticas públicas originais, que dêem conta deste desafio nacional de combate às desigualdades produzidas e reproduzidas, principalmente no sistema educacional. também propõe o desenvolvimento de uma plataforma colaborativa de comunicação e colaboração, com vistas a se tornar um lugar aberto de autogestão do projeto e das ações a eles associadas. essa proposta de pesquisa pretende ser, de fato, a experimentação de um paradigma alternativo de educação aberta e conectada com o mundo a partir da inclusão crítica e criativa dos sujeitos na cultura digital. nossa hipótese é de que a perspectiva hacker pode vir a se constituir um ecossistema favorável à formação de cidadãos para os direitos humanos na cultura digital, e que pode e deve ser incorporada às práticas pedagógicas nos contextos educativos formais e não formais, assim como estar contemplada na futura discussão da política pública brasileira em educação. como um projeto que integra vários investigadores e instituições nacionais e internacionais, o projeto é amplo e detalhado no anexo. apesar deste projeto aguardar financiamento (que garantirá a participação de todos os envolvidos), ele já se inicia em parte com alguns professores e também alguns estudantes de mestrado e doutorado da ufsc. o envolvimento destes investigadores que ora se apresentam nesta proposta da ufsc, será detalhado abaixo. todos vão participar da intervenção que é uma espécie de residência docente que acontecerá em sc no colégio de aplicação da ufsc. o objetivo claro: desenvolver nas escolas práticas transformadoras de convivência democrática e de aproximação com o outro através de uma metodologia ativista de inclusão na cultura digital, realizada através da implantação de práticas hackers nas escolas. detalhamento das pesquisas dos pesquisadores ufsc: lp2-1: metodologias ativas para o empoderamento de sujeitos na escola da cultura digital pesquisadores: andrea lapa, antonio bartolomé, andreson lopes de lacerda; isabel colucci coelho; sabrina severo da silva; ingrid nicola souto objetivo geral: estudar, propor e experimentar uma metodologia de intervenção ativista na escola que promova o empoderamento dos cidadãos através de vivências de apropriação crítica das tecnologias de informação e comunicação. metodologia: qualitativa. levantamento de casos e estudo de experiências inovadoras. criação de metodologia para a ação/residência da educação hacker. experimentação e avaliação da metodologia em ciclos consecutivos de ação/residência. métodos e técnicas: observação participante; entrevistas; grupo focal. resultado previsto para o projeto: um referencial de metodologia ativa para a educação hacker em direitos humanos. lp3-2: fortalecendo as conexões escola/cultura digital na formação de professores pesquisadores: marina bazzo de espíndola e andré ary leonel objetivo geral: estudar e propor desdobramentos das ações de intervenção na formação inicial e continuada de professores. investigar as percepções de licenciandos estagiários e professores supervisores das escolas envolvidas sobre a relação tecnologias/educação/escola e participação democrática na promoção dos direitos humanos. analisar possíveis estratégias de integração curricular das contribuições do projeto com foco na formação científica e técnica para a promoção dos direitos humanos. metodologia: qualitativa. elementos de pesquisa-ação e da pesquisa baseada em design. identificação de questões mobilizadoras na relação cultura digital, ciência e direitos humanos. levantamento das percepções dos atores da escola e da universidade envolvidos no projeto (professores, estagiários e alunos da escola) sobre as questões mobilizadoras na relação cultura digital, escola e educação, em especial nas áreas das ciências exatas e da terra. vivência/residência na escola com os licenciandos para o desenvolvimento de intervenções pedagógicas na escola integradas às demais ações do projeto. métodos e técnicas: observação participante, entrevistas, grupos focais. resultado previsto para o projeto: sistematização de estratégias de integração curricular na formação de professores de metodologias participativas oriundas do projeto e questões mobilizadoras na relação cultura digital, ciência e direitos humanos. lp5-1: plataforma colaborativa para difusão e compartilhamento do conhecimento pesquisadores: vinicius faria culmant ramos; césar smaniotto junior objetivo geral: pesquisa e desenvolvimento de uma plataforma colaborativa e de código aberto integrada a aplicativos digitais de gestão, difusão e compartilhamento do conhecimento à partir dos resultados parciais e finais do projeto. metodologia: baseada no processo ágil de desenvolvimento de software, que tem como principais características: gerenciamento de mudanças e desenvolvimento contínuo, iterativo e incremental. métodos e técnicas: testar concorrentemente à implementação; integrar continuamente; desenvolver de forma iterativa e incremental; compartilhar as diversas visões do sistema; realizar desenvolvimento dirigido a testes; realizar desenvolvimento dirigido a casos de uso; desenvolver em equipe. resultado previsto para o projeto: uma plataforma colaborativa, de código aberto e provida de ferramentas de autogestão.