Como muitos estudos têm atestado, os séculos xv...como muitos estudos têm atestado, os séculos xviii e xix constituem um marco de significativas mudanças que estão na origem da gramática do português brasileiro, especificamente no que se refere à sintaxe dos pronomes pessoais clíticos (cf. galves, 1993). a questão de pesquisa aqui apresentada busca relacionar o licenciamento de uma posição estrutural disponível para os sujeitos pré-verbais na gramática do português brasileiro (pb) à evolução da próclise em “contextos neutros [xp]v”, ou mais especificamente na estrutura “[dp]-clítico-verbo”, na escrita brasileira oitocentista. seguindo a proposta de periodização do português de galves (2007; 2012), assumo que a gramática do pb – aquela licenciada em textos de brasileiros nascidos a partir século xviii, assim com a gramática do português europeu (pe) – aquela licenciada em textos de portugueses a partir do século xviii, muda em relação à gramática do português clássico (pc) – aquela licenciada em textos dos séculos xvi ao xviii. a investigação particularizada da estrutura “[xp]-clítico-verbo”, associada à análise da natureza do constituinte pré-verbal e à posição do sujeito dp pré-verbal nas estruturas “[dp]-clítico-verbo”, pode fornecer evidências importantes para a hipótese de que na escrita da primeira metade do século xix no brasil há a forte influência de padrões gerados pela gramática do pc. de modo que a implementação da gramática do pb na escrita brasileira desse século vai se refletir apenas em textos da segunda metade desse século, acompanhando uma mudança na posição estrutural do sujeito pré-verbal no pb. a hipótese investigada é a de que a evolução da próclise da gramática do pb na escrita brasileira oitocentista estará associada a propriedades de uma gramática com uma posição diferenciada para os sujeitos pré-verbais, o que se reflete nas estruturas “[dp]-clítico-verbo”.