
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Não Informado
Departamento: Não Informado
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Dissertação
Título: DINÂMICA RELACIONAL DE FAMÍLIAS QUE VIVENCIARAM ABUSO SEXUAL INFANTO-JUVENIL: O OLHAR MATERNO.
Orientador
- CARMEN LEONTINA OJEDA OCAMPO MORE
Aluno
- FRANCIELI SUFREDINI
Conteúdo
O abuso sexual infanto-juvenil é um fenômeno de elevada prevalência epidemiológica, causando sérios prejuízos para o desenvolvimento das vítimas. ocorrendo em meio a uma dinâmica familiar específica, o processo da violência se constrói e se sustenta em uma trama relacional em que todos os envolvidos se afetam recursivamente. o presente estudo teve como base epistemológica o pensamento complexo e objetivou compreender a dinâmica relacional de famílias que vivenciaram abuso sexual infanto-juvenil, na perspectiva das mães. a pesquisa foi realizada com famílias atendidas em dois creas de um município da região sul do brasil. participaram 12 mães que estavam em atendimento psicossocial e que tiveram filhos abusados sexualmente. a coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada e construção de genograma, e os dados obtidos foram organizados e analisados utilizando os princípios da teoria fundamentada nos dados, por meio dos softwares atlas-ti 7.5.7 e genopro 3.0.0.5. os resultados revelaram que houve alterações nos padrões de relacionamentos de todas as famílias participantes, especialmente entre as mães e crianças ou adolescentes abusados sexualmente, passando a haver superenvolvimento ou distanciamento entre filhos e mães. foram também identificados, após a revelação, coalizões dos autores da violência e suas companheiras contra as crianças, conflitos conjugais, conflitos entre as mães e a família do autor da violência, rompimentos do núcleo familiar com o autor da violência e as pessoas tidas como coniventes, distanciamentos da família extensa, alianças e triangulações. constatou-se que mães que apresentaram reações negativas frente à revelação do abuso significam esta violência de forma ambígua, responsabilizando a criança/adolescente pela situação. observou-se no discurso materno contradição ao significar como perigosos os contatos afetivos entre homens e crianças, enquanto ignoram indicativos consistentes da situação de abuso sexual em seu contexto familiar. evidenciou-se que o apoio das instituições de atendimento, apoio da família, dos amigos e da comunidade atuaram como facilitadores do enfrentamento materno. observou-se que o conhecimento de que outras famílias também vivenciaram o fenômeno, a sobrevivência da criança ao abuso e convivência com os filhos também surgiram como aspectos facilitadores, da mesma forma que a crença religiosa e de "um sentido oculto" por trás da violência, os cuidados com a própria saúde e o envolvimento em atividades laborais. quanto aos aspectos que dificultaram o enfrentamento da violência, mencionou-se o isolamento, a negação do fenômeno, falta de apoio familiar e restrição do assunto da violência sexual ao âmbito doméstico. conclui-se sobre a importância da intervenção profissional reconhecer o componente intergeracional com relação aos padrões abusivos e considerar as relações entre significados do abuso sexual infanto-juvenil e reações maternas, avaliando também os fatores que atuam como preditores de credibilidade ou descredibilidade frente à revelação do abuso. além disso, sugere-se que os profissionais que atuam nesta área incluam e fortaleçam nos acompanhamentos psicossociais tanto as redes sociais significativas destas mães, como as institucionais, visando promover comportamentos e atitudes protetivas com relação a seus filhos.
Índice de Shannon: 3.28203
Índice de Gini: 0.850747
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
9,96% | 3,34% | 15,03% | 3,89% | 29,72% | 1,63% | 1,77% | 2,99% | 3,07% | 4,55% | 2,90% | 2,14% | 1,64% | 1,64% | 1,92% | 13,81% |
ODS Predominates


9,96%

3,34%

15,03%

3,89%

29,72%

1,63%

1,77%

2,99%

3,07%

4,55%

2,90%

2,14%

1,64%

1,64%

1,92%

13,81%