O câncer do colo do útero (ccu) é a terceira malignidade mais comum entre as mulheres. no brasil, em sua mais recente estimativa, 16.340 casos são esperados para 2016. todavia, sua incidência varia de acordo com a região, sendo que no sul a incidência é a menor, entretanto continua sendo o quarto mais frequente. o agente responsável pelo desencadeamento do ccu é o vírus hpv, em geral os tipos de alto risco. o modelo de prevenção do ccu mais consolidado hoje é o rastreamento através do teste de papanicolaou, um exame citológico que permite avaliar células do colo do útero e seu grau de malignidade, garantindo uma conduta clínica mais clara . a citometria de imagem (dna-icm), por sua vez, permite avaliar na mesma lâmina do exame citológico o conteúdo do dna das células suspeitas e seu grau de ploidia, sendo que a aneuploidia é considerada uma característica inerente ao câncer. desta forma, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a ploidia do dna das lesões intraepiteliais cervicais, incluindo as atipias escamosas e glandulares usando a dna-icm em amostras de exames realizados no período de outubro de 2012 a outubro de 2014 no centro de pesquisas oncológicas (cepon) em florianópolis, santa catarina. foram selecionadas 55 lâminas que apresentaram resultado citológico positivo e possuíam um exame histológico posterior de no máximo um ano. as lâminas foram recoradas de acordo com a técnica de feulgen que permite a coloração unicamente do material genético no núcleo das células e representa fielmente à sua proporção em intensidade. em seguida as lâminas foram analisadas no moticyte dna cytology work station e seus resultados expressos em um histograma , tendo como conclusão "euplóide" ou "aneuplóide". os resultados obtidos foram comparados com a citologia utilizando a histologia como padrão ouro. a especificidade da dna-icm foi de 62% e a sensibilidade 73%, sutilmente mais alta que a da citologia. a dna-icm se mostrou útil como método adjuvante para o diagnóstico de lesões pré-malignas e malignas do ccu.