
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Filosofia e Ciências Humanas
Departamento: Não Informado
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Econômica
Tipo do Documento: Tese
Título: O RURAL E O URBANO: RURALIDADES, MEIO AMBIENTE E EXPANSÃO URBANA EM FLORIANÓPOLIS
Orientador
- JOAO KLUG
Aluno
- GIOVANA CALLADO
Conteúdo
Florianópolis é um município com uma história bastante singular. nela, o processo de urbanização não apagou as marcas de ruralidades presentes em diferentes lugares da ilha. ao contrário, a aproximação entre o urbano e o rural promoveu trocas que se configuraram em ruralidades transformadas, reelaboradas e ressignificadas. a antiga desterro adentrou o século xix tendo, além das funções políticas e administrativas de uma capital, o desenvolvimento da atividade portuária marcada pela exportação de gêneros alimentícios, a exemplo da farinha de mandioca. nesse século, desterro configurou-se como uma cidade que tinha nas atividades agrícola, pastoril e pesqueira uma forte presença. nas primeiras décadas do século xx, mudanças estruturais e um discurso de modernização preconizavam o desejo de superação do atraso provinciano e o desejo de atingir o progresso, a modernidade. a partir daí, além de obras na infraestrutura, o reforço das atividades administrativas e comerciais ganharam espaço. entre as décadas de 1950 e 1970, os discursos de modernização são novamente evidentes, e tudo aquilo que representava o rural passou a ser visto como algo a ser superado. a partir da década de 1970, a vinda de órgãos públicos, a abertura de estradas e a divulgação da imagem de florianópolis como local de vocação turística atraíram novos moradores para a cidade. as mudanças empreendidas a partir daí promoveram alterações nos antigos núcleos rurais, levando muitos agricultores e pescadores a vender suas terras e abandonar seus antigos ofícios. a partir dos anos 1990, entra em cena um novo movimento, que alia a ideia do turismo à indústria de alta tecnologia. fortes campanhas feitas pelos setores ligados aos empreendimentos imobiliários, e também pelo poder público, defendem a ideia de que florianópolis é a ilha do silício do brasil. tecnologia, moderno e urbano são divulgados como partes de um futuro que parece almejado. nele, o rural seria mera reminiscência, fadado ao desaparecimento. nesse contexto, em 2014 é aprovada a lei nº 482/2014, que criou o plano diretor de florianópolis e extinguiu o macrozoneamento rural da cidade. o município passou a ser, perante a legislação, totalmente urbano. pode-se inferir que o processo de urbanização não levou ao desaparecimento do rural: as ruralidades aparecem transformadas mediante as trocas que promovem com o urbano. nesse sentido, são inúmeros os movimentos que reinscrevem o rural em florianópolis: são homens e mulheres que se articulam e criam hortas comunitárias e institucionais, que constroem quintais produtivos, são migrantes que buscam produzir o próprio alimento ou se dedicam a projetos de educação ambiental, ou, ainda, desenvolvem o turismo rural. tem-se também aqueles que transformam a agricultura em uma empresa familiar e passam a produzir orgânicos ou a plantar seguindo os princípios dos sistemas agroflorestais. são produtores de mandioca que se organizam e defendem a criação de espaços para a manutenção dos engenhos de farinha. são inúmeras experiências de agricultura urbana, quintais produtivos, jardins comestíveis, espaços de compostagem, hortas urbanas etc. o rural não desapareceu como preconizavam as vozes que defendiam um futuro high tech para florianópolis. as fronteiras entre o rural e o urbano se reelaboram constantemente, estão borradas.
Índice de Shannon: 0.993601
Índice de Gini: 0.235188
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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0,73% | 3,30% | 0,51% | 0,45% | 0,56% | 0,77% | 0,74% | 1,61% | 1,22% | 0,36% | 87,35% | 0,44% | 0,35% | 0,52% | 0,41% | 0,70% |
ODS Predominates


0,73%

3,30%

0,51%

0,45%

0,56%

0,77%

0,74%

1,61%

1,22%

0,36%

87,35%

0,44%

0,35%

0,52%

0,41%

0,70%