A presente dissertação resulta de pesquisa sobre o conflito político em torno do projeto de reorganização de escolas estaduais no estado de são paulo, no ano de 2015, no qual 212 unidades escolares foram ocupadas pelos estudantes como forma de protesto. partimos do pressuposto de que existem duas dimensões a serem investigadas neste fenômeno, a saber, o antagonismo entre o movimento secundarista insurgente e o governo estadual paulista, que constitui um eixo vertical do conflito, e a disputa interna entre diferentes correntes políticas atuantes no movimento estudantil, o que chamamos de eixo horizontal. por considerar que uma das determinações mais fundamentais da luta política é a orientação assumida pelas diferentes forças coletivas em confronto, a centralidade das questões estratégicas, ideológicas e organizacionais será o fio condutor da investigação sobre o processo. a partir da investigação desta experiência particular, buscamos extrair algumas hipóteses analíticas sobre o movimento estudantil de modo geral, especialmente a respeito de sua constituição enquanto força coletiva, bem como suas crises e desafios na contemporaneidade. para tanto, nos baseamos no arcabouço teórico da abordagem coletivista, constituída a partir das teses de autores como pierre- joseph proudhon, mikhail bakunin e georges gurvitch, que lega um método de análise que procede “de baixo para cima”, dos elementos particulares às totalidades, e busca investigar os fenômenos sociais a partir da ação das forças coletivas que os conformam. a pesquisa privilegia o estudo dos materiais produzidos pelos próprios sujeitos do confronto e combina esta pesquisa empírica com um estudo complementar da produção acadêmica sobre a temática. deste modo, pretendemos abranger ao máximo a diversidade e complexidade do movimento a fim de elaborar algumas hipóteses explicativas para os fenômenos da ação coletiva estudantil.