A existência e o funcionamento das comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplante contribuem para que todas as etapas do processo de doação sejam bem executadas, o que otimiza a qualidade dos órgãos ofertados e contribui para a efetivação do maior número possível de doadores. sendo assim, objetivou-se compreender as vivências dos profissionais de hospitais públicos da região da grande florianópolis que participam da comissão intrahospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante. trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, que contou com a participação de 20 profissionais, membros das comissões, de três instituições hospitalares da região sul do brasil. os dados foram coletados em junho e julho de 2017 por meio de entrevista semi-estruturada, organizados e analisados com a metodologia do discurso do sujeito coletivo. dos 20 participantes, seis são médicos e 14 enfermeiros. foram construídos 37 discursos do sujeito coletivo, dos quais nove estão presentes com análise e discussão em dois manuscritos. o primeiro manuscrito teve como objetivo identificar quais os elementos facilitadores no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante segundo os profissionais das comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplante e apresenta três idéias centrais que retratam os elementos facilitadores: presença de profissionais membros da comissão intrahospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante que atuam em terapia intensiva e unidade de emergência; suporte e apoio eficiente da central estadual de transplantes e coordenação da comissão ativa e resolutiva. no segundo manuscrito os objetivos foram: conhecer as principais dificuldades identificadas pelos profissionais das comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplante no processo de doação de órgãos e tecidos e quais as sugestões dos profissionais da comissão para a melhoria no processo de doação. emergiram quatro ideias centrais como: falta de conhecimento e sensibilização dos profissionais de saúde sobre o processo de doação; dificuldade na logística dos exames clínicos e complementares para diagnóstico de morte encefálica; falta de leitos de terapia intensiva para pacientes em morte encefálica e falta de acolhimento e assistência à família do potencial doador pelos profissionais de saúde. em relação às sugestões que podem contribuir para uma melhor efetivação no processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes, emergiram nos discursos duas ideias centrais: educação continuada para os profissionais de saúde e divulgação da comissão e conscientização da população a respeito da doação de órgãos. entende-se que a efetividade da doação de órgãos e tecidos depende da rapidez e precisão com que o processo de doação se conduz e, para que isso ocorra, necessita-se de estrutura adequada, com recursos físicos e materiais apropriados e recursos humanos capacitados, bem como a educação continuada para os profissionais de saúde. também se faz necessário que o poder público inclua atividades educativas nas políticas de atenção a saúde, destinados a população a fim de esclarecer à comunidade acerca de morte encefálica e incentivar a discussão nas famílias sobre doação.