O foco deste estudo incide no resgate e na avaliação crítica da trajetória do centro de estudos e promoção da agricultura de grupo (cepagro). sediada em florianópolis, capital do estado de santa catarina, esta organização da sociedade civil tem se dedicado de forma pioneira e criativa à difusão e consolidação dos princípios e práticas de agricultura de base ecológica, há quase três décadas, no território de santa catarina. mais recentemente, esforços substanciais têm sido investidos na defesa e na promoção da agroecologia no meio urbano. as práticas dessa trajetória foram analisadas à luz de um enfoque híbrido localizado no campo da pedagogia social que se alimenta dos princípios do ecodesenvolvimento, voltado ao entendimento de processos de aprendizagem crítica e transformadora comensurados à necessidade de se conceber novos estilos de desenvolvimento capazes de responder aos problemas gerados pelo modelo dominante de gestão dos sistemas socioecológicos. os principais resultados da avaliação apontam que apesar da criação de inovações sociotécnicas e das notáveis contribuições à constituição de uma rede de movimento social em defesa e promoção da agroecologia no meio urbano, as ações do cepagro têm enfrentado dificuldades para manter um nível de organização ajustado ao enfrentamento consistente dos condicionantes estruturais que persistem no modelo dominante de desenvolvimento rural-urbano em nosso país. neste sentido, argumenta-se que o principal desafio a ser enfrentado daqui em diante consiste na busca de configuração e amadurecimento de um projeto político-pedagógico de cunho estratégico, que situa a educação relativa ao meio ambiente e à ecocidadania como um pilar fundamental de um novo modelo de ecodesenvolvimento urbano. para além de incidir na recomposição de um tecido sociocultural capaz de promover os múltiplos benefícios da agroecologia no meio urbano, o trabalho sugere que avanços apontando nesta direção dependerão da capacidade das organizações como o cepagro de fazer frente à força de inércia do imaginário neoliberal dominante na nossa cultura política e também aos retrocessos verificados mais recentemente na legislação relativa ao binômio ecologia & desenvolvimento, embutida na constituição de 1988.