Objetivos: sumarizar e avaliar criticamente a evidência disponível em revisões sistemáticas (rs) publicadas sobre bruxismo do sono (bs) e/ou bruxismo em vigília (bv). métodos: rs que investigaram qualquer desfecho relacionado ao bruxismo foram consideradas elegíveis e agrupadas em: 1) taxas de prevalência; 2) fatores associados; 3) acurácia diagnóstica; 4) efeitos sobre estruturas estomatognáticas; 5) efetividade de terapias. as buscas na literatura foram realizadas em sete bases de dados eletrônicas principais e em três bases da literatura cinzenta. primeiramente, três revisores avaliaram os títulos e resumos dos artigos identificados, aqueles considerados elegíveis pelos critérios de elegibilidade foram lidos na íntegra. em casos de discordâncias não resolvidas através de uma reunião de consenso, um quarto revisor seria consultado. a coleta de dados dos artigos e a avaliação do risco de viés foram realizadas independentemente por três revisores; foi utilizada a ferramenta "university of bristol's tool for assessing risk of bias in systematic reviews" para a avaliação do risco de viés das rs incluídas. resultados: de um total de 1038 estudos identificados, 112 foram lidos na íntegra e 49 rs foram finalmente incluídas. em geral, três rs foram relacionadas às taxas de prevalência, duas à acurácia diagnóstica, dezoito aos fatores associados, dez aos efeitos sobre estruturas estomatognáticas e 16 sobre a efetividade de intervenções. os achados das rs foram: 1) em adultos, a prevalência do bruxismo em vigília foi 22-30%; do sono (1-15%) e o bs em crianças e adolescentes (3-49%); 2) os principais fatores consistentemente associados ao bruxismo foram o uso de álcool, cafeína, tabaco, alguns medicamentos psicotrópicos, acidificação esofágica, fumo passivo e alguns sinais e sintomas de disfunção temporomandibular; 3) comparados à polissonografia, os dispositivos portáteis (e.g. bitestrip, bruxoff e grindcare) mostraram boa acurácia diagnóstica; 4) o bruxismo pode resultar em complicações relacionadas aos implantes dentários, no entanto, as evidências foram inconclusivas quanto às restaurações dentárias e danos ao periodonto; 5) dispositivos oclusais foram considerado efetivos para o manejo do bruxismo, no entanto, a evidência atual foi considerada insuficiente em relação à efetividade de outras terapias investigadas. conclusão: há uma grande quantidade de rs investigando desfechos relacionados ao bs, no entanto, apenas uma rs investigou o bv separadamente do bs. além disso, a baixa acurácia dos métodos utilizados para o diagnóstico do bruxismo foi considerado uma limitação pela maioria das rs.