Quando a mulher engravida uma série de transformações acontecerão com ela, o casal e suas famílias. este processo de tornar-se mãe precisa de cuidados específicos, cuidados que estão preconizados nas políticas públicas de atenção ao ciclo gravídico-puerperal e podem variar segundo a legislação de cada país. com o objetivo de caracterizar as políticas públicas no brasil e no chile a fim de compreender como se processa a atenção ao ciclo gravídico puerperal em ambos os países realizou-se uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva. dois estudos foram realizados. o primeiro estudo teve como objetivo identificar e discutir o conteúdo da literatura que relaciona as políticas públicas com os diferentes momentos do ciclo gravídico puerperal (pré-natal, parto e pós-parto) no brasil e no chile, por meio de uma revisão integrativa da literatura em bases de dados no período de 2012 a 2017. dos 16 artigos analisados, 14 do brasil e 2 do chile, desprende-se que a saúde materno-infantil é uma prioridade em ambos os países e diversas ações são desenvolvidas; porém, os indicadores de saúde ainda são insatisfatórios. o segundo estudo teve como objetivo conhecer as diretrizes das políticas públicas sobre o ciclo gravídico-puerperal no brasil e no chile. realizou-se uma pesquisa documental. foram analisados 18 documentos, sendo 14 do brasil e 4 do chile e após a realização de uma análise de conteúdo dos mesmos foram estabelecidas 4 categorias temáticas para os documentos brasileiros: instrumentos de registro das informações, conhecimento técnico-científico, humanização da atenção e condições socioambientais, e 4 categorias temáticas para os documentos chilenos: risco para a saúde da mulher, evidência científica, busca da equidade e medicalização. os resultados dos estudos mostram que uma alta medicalização prevalece na prática, em detrimento de ações de humanização, e muitas desigualdades sociais atravessam o problema da saúde materno-infantil. apesar dos avanços de ambos os países, a atenção do ciclo gravídico-puerperal segue centrada na mulher. ainda que os indicadores de qualidade do sistema de saúde baseiem-se, em grande escala, nas taxas de mortalidade infantil e materna, é importante considerar outros indicadores da qualidade, tais como a qualidade do vínculo dos profissionais de saúde com as mulheres e sua família, o lugar da mulher nas políticas públicas, o lugar do homem, da família, entre outros fatores socioeconômicos e ambientais. estabeleceu-se uma análise da relação entre saúde materna, às desigualdades sociais e indicadores econômicos. finalmente incita-se o desenvolvimento de pesquisas qualitativas que considerem o conceito de interseccionalidade, que considera discriminações de gênero, classe e etnia para aportar na discussão de aprimoramento a atenção ao ciclo gravídico-puerperal.