Delineado no formato de pesquisa-intervenção, este estudo propõe a utilização de oficinas estéticas de leitura e escrita como estratégia para o exercício da autoria e da escrita criativa entre estudantes de graduação e analisa suas possibilidades enquanto metodologia de intervenção da psicologia junto à assistência estudantil universitária. fundamenta-se nos conceitos de autoria, processos de criação, dialogismo, relações estéticas e outros constructos da perspectiva bakhtiniana da linguagem e da psicologia histórico-cultural de vygotski, dialogando-os à produção teórica dos campos da psicologia educacional e dos estudos de letramento, no contexto do ensino superior, para investigar a significação das práticas de letramento acadêmico entre estudantes universitários/as e suas implicações para a constituição do sujeito autor-leitor-escritor. as análises discutem as demandas que emergem no contexto acadêmico conforme novos grupos sociais de estudantes conquistam acesso à universidade brasileira. problematizam os movimentos de exclusão e individualização que se entretecem nas práticas institucionais universitárias e que se desdobram em obstáculos para a apropriação da linguagem constituída no campo discursivo acadêmico, bem como para a construção da autoria e de posicionamentos criativos que envolvem o ler e escrever entre estudantes de graduação. os resultados indicam que as oficinas se efetivaram como espaço institucional para a expressão e valorização das vozes dos/as estudantes, para a compreensão das suas necessidades e, ao mesmo tempo, para a investigação sobre suas relações e sobre as condições de permanência no ensino superior, oferecendo-se como alternativa aos modelos de práticas individualizantes de assistência psicológica.