Esta dissertação trata da questão envolvendo a resposta oferecida pelo sistema penal vigente com relação aos conflitos socioambientais com ênfase no tratamento recebido pelas vítimas propondo pensarmos nas ferramentas da justiça restaurativa como uma opção não-violenta e não-opressiva consoante com a justiça ambiental, através de uma revisão bibliográfica crítica e a análise laboratorial de caso concreto a partir da peça jurídica intitulada “denúncia”. para essa investigação parte-se de marcos teóricos críticos em relação ao nosso momento histórico globalizado e a necessidade de analisarmos os marcos teóricos da justiça fora do senso comum teórico. no primeiro capítulo são expostas de maneira introdutória e a fim de delimitar a perspectiva da pesquisa, o que entendemos por justiça ambiental e justiça restaurativa, apresentando os marcos teóricos que partimos quando nos referimos a estas teorias. no segundo capítulo é feita uma análise de caso laboratorial a partir da denúncia do desastre de mariana, sem adentrar em uma análise legal, e sim realizando uma crítica criminológica para verificar em que sentido a justiça restaurativa poderia contribuir diante das principais falhas do sistema penal vigente como ferramenta de resposta aos conflitos socioambientais que envolvem situações identificadas como “crimes” no atual paradigma. por fim, é feita uma proposta, para além da utopia, mas de um novo paradigma de justiça, não-violento e não opressivo que na prática poderia ofertar um maior contato não só com a justiça de maneira geral, já que se volta a perspectiva das vítimas, mas como uma ferramenta de justiça ambiental que se desenvolve a partir do caso concreto. embora a problemática analisada tenha repercussões e ocorrências internacionais, a proposta da presente dissertação é uma resposta local empoderadora.