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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Ciências Biológicas

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Ambiental

Tipo do Documento: Tese

Título: MACROECOLOGIA DE COMUNIDADES BENTÔNICAS RECIFAIS DO ATLÂNTICO SUL OCIDENTAL: PADRÕES E PROCESSOS

Orientador
  • BARBARA SEGAL RAMOS
Aluno
  • ANAIDE WRUBLEVSKI AUED

Conteúdo

O entendimento de como a distribuição dos seres vivos varia no espaço e no tempo é a base para estudos de macroecologia, biogeografia e ecologia. dentre os padrões de larga escala, o gradiente latitudinal de diversidade é um dos padrões mais conhecidos, tanto em ambiente terrestre como marinho, onde a maior riqueza de espécies ocorre na região próximo ao equador e declina em direção aos polos. além da descrição de padrões, os estudos de ecologia moderna têm focado em entender os processos e mecanismos envolvidos na organização das comunidades e no funcionamento ecossistêmico. os atributos das espécies são considerados respostas aos diferentes fatores bióticos e abióticos, e a abordagem funcional da diversidade tem sido cada vez mais utilizada para entender como as comunidades são organizadas, podendo inclusive, inferir sobre o funcionamento ecossistêmico. os ambientes marinhos estão sofrendo globalmente com impactos antrópicos (e.g. sobrepesca, mudanças climáticas), o que tem levado a uma grande perda de diversidade marinha. assim, estudos que avaliem os padrões de diversidade marinha e suas variações frente a fatores ambientais são essenciais para o entendimento da biodiversidade e seu funcionamento e, posteriormente, prever possíveis mudanças. a província brasileira possui uma grande extensão, cerca de 8 mil quilômetros da costa brasileira mais quatro ilhas oceânicas, e apresenta ambientes heterogêneos, o que a torna um bom modelo para estudos de larga escala. esta tese aborda as duas bases da macroecologia, a descrição de padrões e a investigação dos processos que levam aos padrões observados, e se encontra dividida em dois artigos: (1) “large-scale patterns of benthic marine communities in the brazilian province”, que descreve a estrutura das comunidades e os padrões de diversidade taxonômica dos organismos bentônicos marinhos ao longo do gradiente latitudinal da província brasileira (2) “functional richness far from the classic diversity center: the case of reef benthic communities along the brazilian province", que avalia a influência de filtros abióticos (e.g. salinidade, temperatura, ondas e nutrientes) na diversidade funcional nas comunidades bentônicas ao longo da província brasileira. para isso, nós amostramos a comunidade bentônica durante o período de verão de 2011 a 2014 em dois estratos de profundidades (1 a 7 metros e 8 a 15 metros) em 40 sítios ao longo da província brasileira (entre as latitudes 0° a 27°s), agrupados dentro de 15 localidades, através de metodologia de fotoquadrados. ao total foram analisados 3.855 fotoquadrados e os organismos foram identificados ao menor nível taxonômico possível, posteriormente agrupados pelos seus atributos funcionais. foi observado que: (i) as comunidades bentônicas marinhas são dominadas por turf e macroalgas e apresentam baixa cobertura de corais; (ii) não existe diferença na estrutura da comunidade entre os estratos de profundidade amostrados; (iii) como padrão geral, a diversidade bentônica é menor em baixas latitudes e apresenta o pico de diversidade em latitudes intermediárias (entre 20°s-23°s); (iv) comunidades em latitudes maiores que 20°s apresentam um aumento da cobertura de outros grupos bentônicos, como octocorais, organismos supensívoros e filtradores e outros invertebrados; (v) a riqueza funcional também foi baixa próximo da região do equador e maior entre as latitudes 20°s-23°s; (vi) a divergência funcional foi menor próxima aos limites sul e norte da província brasileira e maior na latitude 12°s (baia de todos os santos, ba); (vii) a equitabilidade funcional não variou ao longo do gradiente estudado; (viii) salinidade, temperatura, ondas e nutrientes explicam 48,9% da riqueza funcional, 44,2% da divergência funcional e 5,46% da equitabilidade funcional. as condições ambientais, como a salinidade baixa proveniente do desague do rio amazonas, baixas temperaturas e salinidade no limite sul da província brasileira e a influencia de ondas maiores principalmente nas ilhas oceânicas, atuam como filtros que limitam a chegada e/ou o estabelecimento dos organismos, gerando assim, baixa diversidade próximo aos limites norte e sul da província brasileira e nas ilhas oceânicas. as comunidades bentônicas da baia de todos os santos (12°s) apresentaram valores mais altos de divergência funcional, indicando que filtros bióticos atuam ali mais fortemente. a região entre a latitude 20°s-23°s corresponde à zona de transição entre águas frias, trazendo organismos subtropicais da região sul, e as águas quentes, provenientes do norte e que transportam organismos com afinidades tropicais, favorecendo assim a alta diversidade na região. além disso, a quantidade de nutrientes - maior na região entre 20°s-27°s - está ligada à disponibilidade de energia e recursos alimentares, o que também influencia na diversidade e abundância dos organismos bentônicos marinhos estudados. assim, o padrão de diversidade taxonômica e funcional atípico dos organismos de recifes rasos do atlântico sul ocidental, com maiores riquezas em latitudes intermediárias (20°s-23°s), é resultante da influência dos fatores abióticos acima descritos. os resultados desse estudo proporcionam o primeiro baseline quantitativo das comunidades bentônicas marinhas brasileiras, podendo inclusive ter implicações para conservação dos recifes rasos do brasil.

Índice de Shannon: 3.60779

Índice de Gini: 0.885426

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
3,67% 5,97% 4,14% 3,45% 3,35% 3,97% 4,99% 5,19% 3,68% 3,85% 4,44% 3,75% 4,93% 25,91% 14,64% 4,08%
ODS Predominates
ODS 14
ODS 1

3,67%

ODS 2

5,97%

ODS 3

4,14%

ODS 4

3,45%

ODS 5

3,35%

ODS 6

3,97%

ODS 7

4,99%

ODS 8

5,19%

ODS 9

3,68%

ODS 10

3,85%

ODS 11

4,44%

ODS 12

3,75%

ODS 13

4,93%

ODS 14

25,91%

ODS 15

14,64%

ODS 16

4,08%