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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Social

Tipo do Documento: Tese

Título: "FOOD TRUCKS E(M) FOOD PARKS: NOVAS PRÁTICAS SOCIAIS ATRELADAS AO "COMER FORA"

Orientador
  • JULIA SILVIA GUIVANT
Aluno
  • KRISCIE PERTILE PERINI

Conteúdo

Esta tese analisa a prática de "comer fora" a partir dos food trucks, especialmente em food parks. tendo como objetivo principal entender as características e diferenças que adquirem principalmente a espacialidade, temporalidade e sociabilidade nas práticas sociais, decorrentes de sua emergência, em especial quando comparados a estabelecimentos fixos do comer fora de casa. para a análise utiliza-se a teoria das práticas (tp), com destaque para o conceito de prática enquanto nexus articulados (entendimentos, procedimentos e engajamentos), bem como abordagens de autores da sociologia e antropologia que, vinculados à tp, auxiliam a sanar algumas de suas lacunas e limitações teórico-analíticas. a pesquisa empírica foi realizada predominantemente na cidade de curitiba/pr e estendida à florianópolis/sc, com entrevistas a trinta atores sociais escolhidos pelo grau de participação e/ou influência política exercida no segmento em questão, além de observação participante. a tese inicia-se estabelecendo o percurso histórico da atividade de comércio ambulante de alimentos, para então analisar a emergência dos food trucks gourmets, as práticas empreendidas pelos proprietários desses caminhões no que tange as etapas de ingresso nesse segmento gastronômico, a organização e dinâmica de trabalho, e a interação/relacionamento com o consumidor. argumenta-se que as legislações restritivas impostas a atividade dos food trucks resultam principalmente do conflito de interesses entre restaurantes fixos e proprietários de caminhões. diante disso, demonstra-se como as entidades de classe do setor gastronômico valem-se de sua influência política junto às secretarias e órgãos municipais, a fim de garantir o protagonismo dos segmentos que representam. em contrapartida, os proprietários de food trucks "navegam" nas lacunas deixadas pelas normas oficiais, das quais emergem os food parks. estabelecendo um perfil comparativo, alega-se que, ao mesmo tempo em que se comportam como híbridos de restaurantes e praças de alimentação/fast food, esses novos espaços gastronômicos rompem com padrões historicamente adotados e difundidos pelos estabelecimentos fixos. conclui-se considerando que os food trucks em food parks ressignificam na articulação singular de categorias como temporalidade, espacialidade e sociabilidade. com a oferta de um mix gastronômico (na combinação de food trucks) pautado em discursos de artesanalidade e gourmetização, se diferenciam das redes de fast food e demais opções de comidas de rua. ao agregarem uma série de atividades de lazer à gastronomia, os food parks engendram o que se denomina eatertainment, uma prática capaz de ampliar o grau de engajamento entre frequentadores e espacialidade. a temporalidade passa a concatenar as caraterísticas do comer utilitário (para sanar a fome) e do comer hedônico (prazer) em períodos (tempo objetivo e subjetivo) que se mesclam entre o cotidiano e o extra cotidiano. os food parks são assim espacialmente dinâmicos, contando com o auxílio direto ou indireto de seus frequentadores para que sejam continuamente criados e recriados. atributos como liberdade, descontração e informalidade estão presentes na forma e conteúdo de tais espaços, resultando na flexibilização de regras e rituais alimentares (horários de ingesta, o que comer de acordo com a ocasião, hierarquias entre comensais, ordem dos alimentos, condutas adotadas durante as refeições), bem como em outras formas de sociabilidade pautadas em valores como empatia e tolerância, para além da comensalidade. esta tese contribui para entender a complexidade do comer fora na atualidade, através de uma nova alternativa que tem ganhado espaços físicos importantes nas grandes cidades, a atenção de poderes públicos e legisladores, bem como despertado o interesse dos consumidores.

Índice de Shannon: 0.273748

Índice de Gini: 0.0523677

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
0,16% 97,34% 0,13% 0,11% 0,15% 0,10% 0,08% 0,12% 0,11% 0,11% 0,23% 0,37% 0,10% 0,27% 0,10% 0,51%
ODS Predominates
ODS 2
ODS 1

0,16%

ODS 2

97,34%

ODS 3

0,13%

ODS 4

0,11%

ODS 5

0,15%

ODS 6

0,10%

ODS 7

0,08%

ODS 8

0,12%

ODS 9

0,11%

ODS 10

0,11%

ODS 11

0,23%

ODS 12

0,37%

ODS 13

0,10%

ODS 14

0,27%

ODS 15

0,10%

ODS 16

0,51%