Este estudo de caso exploratório, descritivo e interpretativo, tem por objetivo identificar e interpretar como se constituem as representações sociais que caracterizam o observatório social do brasil, sua identidade, desafios, controvérsias e perspectivas institucionais, do ponto de vista dessa organização, como coordenadora da rede de observatórios municipais de controle social. apresentando o controle social (social accountability) enquanto ideal normativo, como espaço público participativo e como fenômeno socio-organizacional, adotou-se o recurso metodológico das representações sociais, partindo do panorama teórico-epistemológico do pensamento complexo e da delimitação dos sistemas sociais como abordagem para os modelos do novo serviço público e da nova governança pública. a interpretação dos resultados permitiu caracterizar a identidade organizacional do osb. visando legitimar a coprodução do controle, da transparência e da eficiência pública, mas ainda numa premissa predominante de mercado, a entidade adota uma estratégia de isenção partidária, calcada na preservação da imagem da organização e do agente público, na credibilidade de sua profissionalização técnica e da padronização de procedimentos. a representação social pejorativa da política partidária leva os voluntários entrevistados a idealizarem um os como o espaço público mais adequado para debate de temas locais, o único que seria capaz de ser isento – no sentido partidário – e, por isso, congregar o maior número de segmentos representativos em cada cidade. as principais controvérsias e críticas referem-se à padronização, à coleta de dados, à credibilidade dos resultados divulgados, à ausência de resultados próprios do osb e à estratégia de abordagem dos observatórios: uma atuação propositiva, observadora, colaborativa e pacífica, em contraposição a uma abordagem impositiva, fiscalizadora e potencialmente conflitiva. interferem nessa questão o contexto de criação do os (influência do mercado, maçonaria etc.), a receptividade do poder público e o perfil da liderança de cada os. os principais desafios e/ou perspectivas referem-se à governança do osb e da rede, agrupados conforme as três variáveis que tipificam o engajamento em social accountability e governo aberto, partindo da perspectiva do osb: estratégia, organização e contexto.