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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Social

Tipo do Documento: Dissertação

Título: MODOS DE VIDA, SISTEMAS ALIMENTARES E MUDANÇAS: OS CAIÇARAS DE BARBADOS, PARANÁ, BRASIL

Orientador
  • MAURICIO SOARES LEITE
Aluno
  • JHULIELLI DA ROCHA

Conteúdo

Introdução: os caiçaras habitam o norte do litoral do paraná, são paulo e rio de janeiro, e podem ser considerados como povos e comunidades tradicionais (pct). estas populações historicamente dependeram dos recursos naturais (terrestres e marinhos) para sobreviver. nas últimas décadas intensas transformações vêm afetando seus modos de vida e refletindo nas condições de saúde e nutrição deste grupo. objetivo: diante deste contexto, o objetivo do estudo foi descrever o sistema alimentar da população caiçara de barbados - comunidade localizada no município de guaraqueçaba, e que se insere dentro dos limites do parque nacional do superagui (pns) desde 1997, uma das diversas unidades de conservação (uc) existentes nesta região - uma vez que o conhecimento e a documentação dos sistemas locais de produção e acesso aos alimentos, bem como dos valores e conhecimentos que os permeiam, constitui um elemento fundamental para a compreensão dos impactos das mudanças nos modos de vida desta população. metodologia: a coleta dos dados foi realizada no decorrer de três meses de trabalho de campo, dividido em duas etapas. neste período foi realizado um levantamento etnográfico, utilizando-se a observação participante e entrevistas diretas/indiretas. para a coleta dos dados de consumo alimentar foi utilizado o recordatório alimentar de 24 horas que contou com a participação de 13 unidades domésticas (ud) na primeira etapa e 11 ud na segunda. a análise dos dados foi qualitativa e quantitativa. resultados: os resultados apontam que as transformações a que os caiçaras desta região vêm sendo submetidos impactaram nos meios de produção, aquisição e consumo dos alimentos e refletiram diretamente nos seus modos de vida. os moradores de barbados apontam o parna como sendo o principal causador de tais mudanças, pois as proibições associadas a este tipo de uc desconsideraram: o fato destas populações já serem habitantes desta área muito antes da criação do parque; seu amplo corpo de conhecimentos e forma de interação com este ambiente, o qual pode ser útil para a conservação do local; e seus modos de vida específicos, que são reconhecidos pela constituição federal de 1988. e inviabilizaram a reprodução de práticas tradicionais, como por exemplo o cultivo de roças, a realização dos mutirões para a plantação, a construção do cerco fixo, entre outros, deixando os caiçaras desta região em uma situação de franca vulnerabilidade econômica, cultural, emocional e social, bem como alimentar e nutricional ao priva-los do direito humano a uma alimentação adequada (dhaa), aumentando assim o nível de insegurança alimentar e nutricional. conclusões: os resultados apontam para a necessidade do reconhecimento, por parte do estado e dos órgãos ambientais, das especificidades destas populações e a importância da reprodução de seus modos de vida. neste sentido a recategorização do parna para reserva extrativista (resex) - o que possibilitaria conservar a cultura desta população e também a natureza; a participação ativa deste grupo na tomada de decisões sobre o plano de manejo; e a elaboração de acordos de pesca entre os pescadores artesanais desta região e os órgãos ambientais, podem ser assinaladas como possíveis medidas a serem tomadas para mitigar os impactos negativos das transformações sob os modos de vida dos caiçaras de barbados.

Índice de Shannon: 1.14509

Índice de Gini: 0.283296

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
0,70% 84,45% 0,98% 0,41% 0,66% 0,59% 0,39% 0,39% 0,44% 0,40% 1,12% 5,08% 0,52% 1,52% 1,58% 0,77%
ODS Predominates
ODS 2
ODS 1

0,70%

ODS 2

84,45%

ODS 3

0,98%

ODS 4

0,41%

ODS 5

0,66%

ODS 6

0,59%

ODS 7

0,39%

ODS 8

0,39%

ODS 9

0,44%

ODS 10

0,40%

ODS 11

1,12%

ODS 12

5,08%

ODS 13

0,52%

ODS 14

1,52%

ODS 15

1,58%

ODS 16

0,77%