As edificações residenciais consomem 29,6% da energia elétrica gerada no brasil, representando o segundo maior setor consumidor. paralelamente existe um déficit de 5,9 milhões de habitações no país. as habitações de interesse social vêm sendo amplamente difundidas desde o ano de 2009, com a criação do programa minha casa minha vida. no entanto, diversos estudos apontaram que este tipo de habitação costuma fracassar em proporcionar conforto térmico aos seus ocupantes. para compensar o baixo desempenho térmico, os ocupantes tendem a climatizar artificialmente suas habitações, o que aumenta o consumo de energia elétrica no setor residencial. esta dissertação teve como objetivo selecionar um projeto representativo de habitação de interesse social e definir medidas de eficiência energética para que a edificação fosse de energia quase zero. foi considerado o contexto climático da serra gaúcha, onde se avaliou o nível de desempenho térmico e a classe de eficiência energética do projeto representativo, por meio da aplicação dos métodos computacionais da norma abnt nbr 15575 e da instrução normativa ini-r do inmetro. foi aplicado um questionário para levantamento dos hábitos de uso e ocupação em habitações de interesse social, a fim de verificar se eles eram condizentes com aqueles pré-definidos nas normas utilizadas. por fim, foi realizada a análise de viabilidade econômica das medidas de eficiência energética considerando dois cenários distintos de uso e ocupação. entre os resultados obtidos estão: a descrição do contexto climático; a seleção de um projeto representativo de interesse social; a avaliação de desempenho térmico e eficiência energética do projeto representativo por simulação computacional; a determinação da envoltória de menor custo para o projeto representativo ter classe a de eficiência energética; a identificação dos hábitos de uso e ocupação de moradores de habitações de interesse social na serra gaúcha; o dimensionamento de um sistema de geração local de energia renovável e a análise de viabilidade econômica. no cenário de uso e ocupação conforme a ini-r, a edificação de energia quase zero teve custo 11,7% maior em relação ao projeto representativo, com redução do consumo de energia primária de 14,6%. no cenário de uso e ocupação adaptado a partir da pesquisa, por sua vez, o sobrecusto foi de 9,9%, e a redução do consumo de energia primária foi de 25,1% em relação ao projeto representativo. a análise econômica das medidas utilizadas indicou valor presente líquido positivo e período de retorno do investimento menor que seis anos. concluiu-se que as edificações de interesse social e de energia quase zero avaliadas neste trabalho são tecnicamente e economicamente viáveis. por meio da utilização das medidas de eficiência energética foi possível atingir o balanço de energia quase zero, nos termos da ini-r.