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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Social

Tipo do Documento: Tese

Título: EFEITO DE UMA INTERVENÇÃO NA REDUÇÃO DE COMPONENTES DO TEMPO DE TELA EM ADOLESCENTES: RESULTADOS DO PROGRAMA MOVIMENTE

Orientador
  • KELLY SAMARA DA SILVA
Aluno
  • PRISCILA CRISTINA DOS SANTOS

Conteúdo

A utilização de aparelhos eletrônicos com telas está cada vez maior entre adolescentes e a exposição a estes dispositivos por períodos prolongados está associada a diversos malefícios para a saúde. dessa forma, a necessidade de programas de intervenção com foco na redução do tempo de tela entre adolescentes tem sido evidenciada por organizações de saúde e instituições de pesquisa em diversos lugares do mundo. entretanto, os efeitos das intervenções são pequenos e há poucas evidências sobre as estratégias das intervenções que são mais efetivas, especialmente em países de baixa e média renda. assim, investigar cada componente do tempo de tela separadamente, quais subgrupos são mais responsivos à intervenção e quais variáveis medeiam o efeito da intervenção na redução do tempo de tela podem ajudar a esclarecer algumas lacunas existentes na literatura. nessa perspectiva, o presente estudo tem o objetivo de analisar o efeito de uma intervenção multicomponente sobre os componentes do tempo de tela, seus potenciais moderadores, assim como investigar o papel mediador de fatores psicossociais na relação entre intervenção e tempo de tela de adolescentes do sétimo ao nono ano de escolas públicas da rede municipal de ensino de florianópolis, santa catarina, brasil. o programa movimente foi randomizado e controlado, realizado em seis escolas (três foram alocadas ao grupo controle e três ao grupo intervenção) de florianópolis, santa catarina. o programa foi desenvolvido ao longo de um ano escolar, no período de março a novembro de 2017 e foi composto por três pilares principais de ações: (1) curso de formação para professores (uma para os professores de educação física e outra formação para os professores gerais) onde foram abordados temas sobre saúde, comportamento sedentário e estratégias para incluir as temáticas no conteúdo pragmático das disciplinas; (2) alterações no ambiente escolar (pintura de quadras e criação de novos espaços) e disponibilização de materiais esportivos; (3) ações educativas por meio da distribuição de folders e cartazes com mensagens sobre comportamento sedentário, alimentação saudável, atividade física e desempenho escolar. um questionário previamente validado para mensurar as variáveis deste estudo foi aplicado antes do programa começar e ao término deste. foram mensurados o tempo de uso diário de televisão, computador, videogame e celular. as questões relacionadas aos potenciais mediadores consideraram aspectos intrapessoais (autoeficácia e resultados esperados para redução do tempo de tela), e intrapessoais (suporte, crenças e regras familiares sobre p tempo de tela). e as variáveis sociodemográficas sexo, ano escolar e nível socioeconômico, também foram coletadas por meio de questionário autorreferido. modelos multiníveis de regressão linear foram utilizados para verificar mudanças no tempo de tela entre período de linha de base e pós-intervenção. para essas diferenças, calculou-se também o tamanho do efeito. uma análise exploratória de moderação (sexo, ano de estudo e nível socioeconômico) foi realizada incluindo termos de interação de três vias entre grupo, tempo e as variáveis de ajustes para cada dispositivo de tempo de tela. modelos de equações estruturais generalizados foram utilizados para analisar mediação. as análises foram estratificadas por sexo, ano escolar, nível socioeconômico. o nível de significância considerado foi fixado em 5% para as análises de efeito e 10% para moderação. um total de 921 adolescentes (13,1±1 ano; 51,7% moças) participaram da linha de base (n=538 no grupo intervenção). dessa forma, houve uma taxa de resposta de 65% e participaram do presente estudo 788 adolescentes. observou-se que não houve efeito da intervenção para o tempo de tv (¿ = -6,4, ic95%: -6,1;13,4 min/dia), videogame (¿ = -8,2, ic95%: -7,2;10,8 min/dia), computador (¿ = 1,1, ic95%: -6,3;18,5 min/dia), celular (¿ = -10,2, 95%ci: -32,5;12,1 min/dia) e o tempo de tela (¿ = -12,8, 95%ci: -50,5;24,8 min/dia). ao analisar os subgrupos, houve efeito significativo da intervenção na redução do tempo de tv apenas entre os alunos do 8° ano (¿ = -37,1, 95% ci: -73,0,-1,3 min/dia). nenhum efeito mediador foi observado de acordo com sexo, ano de estudo e nível socioeconômico. observou-se associação entre a intervenção e o suporte familiar somente para os alunos do 7° ano (coeficiente a= 1,12, ic95%: 0,34;1,89). houve associação significativa entre autoeficácia e tempo de tela para os meninos (coeficiente b= -6,11, ic95%: -26,08;-1,19 min/dia), alunos do 7° ano (coeficiente b= -6,24, ic: -11,61;-0,89 min/dia) e 8° ano (coeficiente b= -9,56, ic95%: (-14,80;-4,33 min/dia). resultados esperados associou-se à redução no tempo de tela em todos os grupos investigados (coeficiente b = meninos: -13,30, ic95%: -17,79;-8,81; meninas: -9,59, ic95%: -13,98;-5,19; 7°ano: -9,73, ic95%: -15,30;-4,16; 8ºano: -8,18, ic95%: -14,34;-2,02; 9°ano: -16,51, ic95%: -21,50;-11,51). por fim, observou-se associação da crença familiar com redução do tempo de tela somente entre os meninos (coeficiente b= -13,63, ci95%: -26,08;-1,19 min/dia). concluise que o programa movimente foi efetivo para redução do tempo de tv entre os alunos do 8º ano e para melhora do suporte familiar para redução do tempo de tela entre os alunos do 7° ano. a autoeficácia, crença familiar e resultados esperados mostraram ser fatores psicossociais importantes para redução do tempo de tela. dessa forma, sugere-se que futuras intervenções elaborem estratégias com foco na autoeficácia, crenças familiares e principalmente nos resultados esperados para redução do tempo de tela; direcione a intervenção para um subgrupo específico, por exemplo, um ano de estudo e não todo o ciclo e considerem todos os dispositivos baseados em tela.

Índice de Shannon: 3.81039

Índice de Gini: 0.917329

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
6,58% 5,68% 13,40% 16,43% 7,16% 3,33% 3,63% 5,45% 5,22% 7,46% 4,90% 3,69% 4,64% 3,49% 3,38% 5,57%
ODS Predominates
ODS 4
ODS 1

6,58%

ODS 2

5,68%

ODS 3

13,40%

ODS 4

16,43%

ODS 5

7,16%

ODS 6

3,33%

ODS 7

3,63%

ODS 8

5,45%

ODS 9

5,22%

ODS 10

7,46%

ODS 11

4,90%

ODS 12

3,69%

ODS 13

4,64%

ODS 14

3,49%

ODS 15

3,38%

ODS 16

5,57%