A defesa dos interesses do brasil no atlântico sul tem sido historicamente sua prioridade. nota-se que a preocupação nacional com o espaço oceânico ganhou ainda mais destaque no início dos anos 2000 com a criação do conceito de amazônia azul, cunhado pela marinha do brasil em 2004. para tanto, além do brasil se fazer cada vez mais presente no atlântico sul, alavancando as relações multilaterais e bilaterais na região, o lançamento do programa de desenvolvimento de submarinos (prosub) em 2008 viabilizou concretização de um antigo sonho de tornar a força de submarinos brasileira um importante instrumento da estratégia de dissuasão nacional, em concordância com a estratégia nacional de defesa (end), publicada também em 2008. essa dissertação objetiva a realização de um estudo acerca do incremento da capacidade dissuasória brasileira no atlântico sul a partir de condicionantes geopolíticos e domésticos no período 2008-2018. a pesquisa parte da pergunta quais elementos, traduzidos no incremento de sua capacidade dissuasória, condicionam a resposta brasileira aos incentivos geopolíticos do atlântico sul? o arcabouço teórico-conceitual parte de reflexões sobre a geopolítica no mar, realismo neoclássico, segurança e construção do estado no terceiro mundo e dissuasão convencional. a hipótese levantada considera que o incremento da capacidade dissuasória brasileira é condicionado por elementos geopolíticos que caracterizam a geopolítica do atlântico sul em que o país se insere. esses elementos são traduzidos nos aspectos de aumento do potencial enérgico da região a partir do descobrimento de hidrocarbonetos na camada pré-sal, tendência ao crescimento da presença de potências extrarregionais e mobilização da política externa brasileira em âmbito multilateral e bilateral. entretanto, principal esforço que afeta o aumento da capacidade dissuasória brasileira - o prosub - compreende um cenário doméstico de interessssado em consolidar a autonomia no desenvolvimento da tecnologia nuclear e concretizar um antigo objetivo da marinha do brasil (mb). neste sentido, compreende-se que os incentivos geopolíticos do atlântico sul são uma condição necessária, mas não suficiente, na explicação do incremento da capacidade dissuasória brasileira. nesta relação causal, considera-se o objetivo da mb de consolidar a tecnologia nuclear como variável interveniente no processo de capacitação dissuasória do brasil frente à geopolítica do atlântico sul.