A temática da saúde mental na adolescência tem demandado cada vez mais a atenção de pesquisadores e profissionais da área. em estudos de base populacional, observa-se que grande parte das questões de saúde mental identificadas entre adolescentes é composta pelos chamados transtornos mentais comuns (tmc). neste sentido, para a presente pesquisa, o objetivo foi descrever a prevalência de tmc entre adolescentes do ensino médio de angelina, cidade de pequeno porte catarinense com características predominantemente rurais. os participantes foram os estudantes das duas escolas que contemplam o ensino médio no município. buscou-se descrever o perfil sociodemográfico e de saúde dos estudantes por escola, bem como identificar os sintomas de tmc mais frequentes e comparar os perfis de adolescentes com e sem suspeição de tmc. para isso, foi realizada uma pesquisa de levantamento a partir de dois instrumentos principais, o self-reporting questionnaire (srq-20) e um questionário de saúde e dados sociodemográficos desenvolvido pela autora e fundamentado na revisão de literatura. a análise dos dados foi realizada por meio de epidemiologia descritiva e procedimentos estatísticos de associação, comparação de grupos e correlação de variáveis, sendo que para o objetivo principal foi calculada a prevalência de tmc. a prevalência de transtornos mentais comuns entre adolescentes do ensino médio da cidade de angelina foi de 31,29% e os sintomas dos grupos ¿humor depressivo-ansioso¿ e ¿decréscimo de energia vital¿ foram os mais frequentes. em relação ao perfil com suspeição de tmc, houve maior frequência entre meninas, entre estudantes bissexuais, entre adolescentes que não residem em casa própria, entre os que avaliaram o relacionamento dos pais como bom e regular (a pior avaliação), entre estudantes que possuíam problema de saúde, avaliaram como ruim o seu sono e entre os que perceberam a saúde mental afetada na pandemia de covid-19, plano de fundo no qual esta dissertação está inserida; além disso, quanto pior a avaliação a respeito do bairro, do desempenho escolar, do relacionamento com os pais e do sono, maior o número de sintomas no srq-20. entende-se, considerando o conceito de determinantes sociais da saúde, que esses diferentes aspectos da vida dos adolescentes podem se configurar como fatores de risco ou proteção associados à saúde mental. neste sentido, conhecê-los pode contribuir para o planejamento das ações em saúde, sejam elas de prevenção, promoção ou recuperação, especialmente no âmbito da saúde coletiva.