A mancha salpicada da folha, causada pelo fungo zymoseptoria tritici, é uma das principais doenças do trigo em todo o mundo. atualmente, a principal forma de controle é o uso de fungicidas convencionais e cultivares resistentes. contudo, devido a variabilidade genética, z. tritici frequentemente desenvolve resistência aos fungicidas e supera a resistência do hospedeiro. neste cenário, novas alternativas de controle, como a indução de resistência, precisam ser consideradas. polissacarídeos algais, como a ulvana e laminarana, extraídos das paredes celulares de algas verdes e marrons, respectivamente, têm demostrado potencial em induzir respostas de defesa de plantas contra patógenos. assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial da ulvana e da formulação de laminarana, vacciplant®, na proteção do trigo contra z. tritici bem como determinar a expressão de genes de defesa e o perfil de metabólitos associados à resistência. para isso, plantas de trigo cultivadas em casa-de-vegetação foram pulverizadas separadamente com os produtos dois dias antes da inoculação com o fungo. uma aplicação foliar preventiva de ulvana ou vacciplant® reduziu significativamente a severidade da doença e a densidade de picnídios em torno de 50% aos 21 dias após a inoculação. ambos os tratamentos também reduziram a colonização subestomática e a formação de picnídios nas folhas de trigo. observações microscópicas revelaram que vacciplant®, mas não a ulvana, possui atividade antifúngica direta contra z. tritici em condições in vitro e in planta. ensaios moleculares revelaram que o tratamento com ulvana ou vacciplant® possui efeito elicitor, mas não efeito priming, na expressão de genes envolvidos em várias vias de defesa do trigo. ambos os polissacarídeos induziram a expressão de genes relacionados à patogênese (¿-1,3-endoglucanase e quitinase) e da via dos octadecanoides (lipoxigenase e óxido aleno sintase), a ulvana aumentou a expressão do gene oxalato oxidase envolvido no metabolismo das espécies reativas de oxigênio enquanto que o vacciplant® elicitou os genes da biossíntese da via dos fenilpropanoides (fenilalanina amônia-liase e chalcona sintase). por fim, a análise de metabolômica, quantificando 83 metabólitos relacionados à defesa do trigo, demostrou que o tratamento foliar com ulvana ou vacciplant® não causou maiores alterações no metabolismo geral das plantas, sugerindo um baixo custo metabólico associado à indução de resistência.