Existe na literatura financeira uma lacuna entre a teoria e a prática em orçamento de capital formada, dentre alguns fatores, pelo desvio do praticante: os gestores não conseguem aplicar as práticas sofisticadas na avaliação dos projetos de investimentos. de acordo com a teoria dos escalões superiores, para entender por que as organizações fazem o que fazem ou têm o desempenho que têm, devem-se considerar os vieses e as disposições de seus atores mais poderosos: os executivos do alto escalão. assim, objetiva-se analisar a relação entre as características dos escalões superiores, o uso de práticas de orçamento de capital e o desempenho de empresas brasileiras. as variáveis da equipe (idade, gênero, nível educacional, tempo no cargo, experiência internacional e dualidade) foram encontradas no formulário de referência de 2018 das empresas. os dados financeiros para os indicadores como roa, roe, ros e roi foram obtidos nas demonstrações financeiras padronizadas de 2018 das companhias. a população foi composta pelos gestores de 413 empresas listadas no brasil, bolsa, balcão (b3). utilizando amostragem não probabilística, um estudo descritivo foi realizado por meio de pesquisa documental e aplicação de questionário, com um total de 95 respostas. foi utilizada a modelagem de equações estruturais (mee) via partial least squares (pls) para análise dos dados. os resultados permitiram confirmar a hipótese de que a lacuna teórico-prática em orçamento de capital é provocada, dentre outros fatores, pelo desvio do praticante. não foi possível comprovar a relação do gênero e da experiência internacional da equipe no uso de práticas de orçamento de capital. identificou-se que o aumento da idade média e da dualidade da equipe elevam o uso de práticas tradicionais, enquanto que o crescimento do nível educacional e da diversidade de tempo no cargo resultam no aumento do uso de práticas sofisticadas. esta pesquisa está inserida na área de concentração de gestão de operações com alinhamento à linha de pesquisa de inteligência aplicada do programa de pós-graduação em engenharia de produção da universidade federal de santa catarina, porquanto contribui com a utilização de estatística na gestão estratégica de empresas brasileiras.