A política de fomento à implementação de escolas de ensino médio em tempo integral, a chamada reforma do ensino médio (lei nº. 13.415/17), vem sendo analisada por vários trabalhos acadêmicos, entretanto, a relação entre a reforma e crise econômica carece de aprofundamentos, para a compreensão da totalidade em torno desta política. logo, o objetivo deste estudo foi desvendar fundamentos econômicos, políticos e educacionais da atual reforma do ensino médio a partir de leis orgânicas de reprodução do capital, buscando reconstituir nexos entre as crises capitalistas, o regime de acumulação flexível e a referida política. com base nos estudos de gawryszewski (2017), kuenzer (2017), fontes (2010, 2017, 2018), harvey (1992) e marx ([1859] 2008), i nvestigou-se documentação referente à lei nº. 13.415/17, partindo da relação trabalho e educação, para i nterrogar o problema de qual seria a concepção de trabalho e formação nesta reforma. a hipótese l evantada foi a de que a reforma do ensino médio de 2017 expressa uma concepção de trabalho e formação que não é original desta reforma, tendo diretas e i ndiretas relações com as políticas destinadas à educação profissional e tecnológica desde o início dos anos 2000, voltadas ao trabalho e à formação escolar em que o último determinante é a produção material no regime de acumulação flexível. a análise se baseou no método da economia política de marx ([1859] 2008) e evidenciou o movimento expresso entre a referida l ei e outras l egislações anteriores sobre a educação profissional (decreto nº. 5.154 de 2004, lei nº. 11.741 de 2008, decreto nº. 8.268 de 2014) em que as i deias sobre aprendizagem flexível e empreendedorismo passam a figurar como categorias centrais de i deologias orgânicas às necessidades materiais de reprodução do capital neste momento histórico. o desenvolvimento deste e de outros estudos sobre as políticas educacionais, a partir da base teórico-metodológica aqui presente, entendemos fundamental para desvelar os nexos l igados à reforma do ensino médio e à educação profissional e tecnológica, diante da necessidade de organização da classe trabalhadora em vista de radicais transformações sociais.