A promoção de uma cultura da segurança, no exercício das práticas da enfermagem, é fundamental para a qualidade da assistência. inclui o âmbito institucional e político da área, com destaque para o ensino em um processo que envolve professor, estudante, profissionais da saúde e usuários, em um encontro de valores e saberes. neste contexto realizou-se uma pesquisa com o objetivo de compreender o que professores e estudantes, de últimas fases de curso técnico e graduação em enfermagem do brasil e de curso de licenciatura em enfermagem de portugal, entendem por biossegurança e segurança do paciente, e como esses temas são desenvolvidos em situações de ensino/aprendizagem, teóricas e práticas. método: pesquisa de abordagem qualitativa, com amostragem intencional e por conveniência, envolvendo quatorze professores e quarenta e quatro estudantes de duas instituições de ensino da região sul do brasil e uma em portugal. a coleta dos dados ocorreu no período de março a dezembro de 2017 no brasil e, em portugal, no período de abril a junho de 2018. originaramse cinquenta e oito entrevistas semiestruturadas, vinte e quatro notas de observação, vinte e cinco documentos oriundos da análise documental e cinco entrevistas coletivas de autoconfrontação. os dados foram analisados sob a ótica da análise de conteúdo, e organizados com o auxílio do software atlas.ti versão 8.4, para análise de dados qualitativos. o estudo foi orientado pela triangulação das abordagens teóricas do processo de trabalho, com foco no processo de trabalho do docente, segurança do paciente na interface da biossegurança e teórico-metodológica da ergologia. foram respeitados todos os preceitos éticos para pesquisa com seres humanos, previstos em ambos os países. resultados: professores e estudantes, de ambos os países, concordam que a biossegurança e a segurança do paciente devem ser tratadas ao longo dos cursos de formação em enfermagem, contribuindo para a construção de uma cultura de segurança no campo da saúde. a existência e disponibilidade de normas contribui para a segurança e saúde de usuários e profissionais, refletindo no cuidado de si, do outro e do meio ambiente. no exercício da atividade de ensino ocorre um encontro de saberes, e confrontação dos saberes constituídos, na construção dos saberes investidos. a percepção e o uso das normas envolvem um processo complexo permeado por condições objetivas, subjetividade e valores, que resultam em um debate e renormalizações na realização de atividades, sempre singulares. o desconhecimento dos estudantes, quando se trata da cultura de segurança do paciente, foi expressivo clamando por modificações no ensino. com o método da autoconfrontação foi possível descrever três situações identificadas em locais de prática no brasil, demonstrando que a ausência do debate de normas favorece práticas inseguras. concluiu-se que as instituições de ensino, e os serviços de saúde, são diversificados e complexos, exigindo diálogo entre os protocolos e a vivência da prática assistencial, considerando que estes são promotores de condutas biosseguranças, refletindo-se na formação do estudante em nível nacional e internacional.