Introdução. os polímeros de alta performance (pap) são materiais utilizados na odontologia na confecção de estruturas de próteses parciais removíveis, próteses fixas, pilares de implante e também como implantes. eles apresentam biocompatibilidade, isolamento térmico e elétrico, e boa resistência ao desgaste e à fadiga. por outro lado, os paps possuem alta opacidade e pouca gama de cores que impossibilitam a construção de próteses monolíticas, necessitando de recobrimentos estéticos. no entanto, a superfície inerte destes materiais dificulta a união adesiva com materiais de recobrimento, sendo necessário o uso de tratamentos superficiais para aumentar a adesividade da superfície. apesar da importância dessa adesão à longevidade da prótese, na literatura, não há um consenso sobre os tratamentos de superfície mais eficientes para a adesão sobre a superfície. objetivo. o presente estudo revisou sistematicamente a literatura para avaliar a influência de diferentes tratamentos de superfície na resistência de união dos materiais resinosos de recobrimento estético aos paps. material e métodos. este estudo baseou-se no protocolo prisma. oito bases de dados foram pesquisadas para encontrar estudos elegíveis, publicados até setembro de 2018. a questão levantada foi: como aumentar a resistência de união dos paps, aplicados em odontologia, em relação aos materiais de revestimento resinosos? o risco de viés foi avaliado e metanálises de efeito randômico foram aplicadas, de modo a analisar possíveis diferenças na resistência de união ao cisalhamento e à tração, considerando os diferentes pré-tratamentos de superfície e os diversos agentes de união, tanto após 24 horas quanto após termociclagem. resultados. foram encontrados 232 títulos e resumos; sendo apenas 10 estudos selecionados. o risco de viés, na maioria dos estudos, foi considerado baixo. em relação ao pré-tratamento de superfície, a análise resistência de união ao cisalhamento mostrou que, em comparação ao controle (grupo não-tratado), a aplicação dos diferentes prétratamentos de superfície aumentou a resistência de união ao cisalhamento em 4,86 mpa (95% ci [2,61 a 7,10 mpa], p <0,00001). no modelo de efeito randômico, também foi encontrada melhora significativa da resistência de união à tração, após a aplicação dos agentes de união que, em comparação ao controle (grupo não-tratado), aumentou a resistência de união ao cisalhamento em 33,76 mpa (95% ic [18,72 a 48,81]; p <0,00001) e 33,28 mpa; 95% ic [17,48 a 49,07]; p <0,00001), após o uso do visio.link (bredent) e do signum peek bond (heraus kulzer), respectivamente. no pap modificado, a associação de abrasão a ar e tratamento com plasma, aumentou a resistência de união ao cisalhamento em 5.74 mpa (95% ci [3.24 a 8.24], p <0.00001) e 13.49 mpa (95% ci [11.65 a 15.33], p <0.00001) para o peek juvora dental disc (juvora) e vestakeep dc4420 (evonik industries), respectivamente. conclusões. os resultados indicam que a resistência de união dos materiais de recobrimento estéticos resinosos ao pap é aumentada quando pré-tratamentos de superfície e agentes de união são utilizados em conjunto. entretanto, novas pesquisas devem ser realizadas para comprovar esses resultados clinicamente, aumentando assim a previsibilidade da aplicação dos paps na odontologia.