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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Social

Tipo do Documento: Tese

Título: VIVÊNCIAS DE PACIENTES GRAVEMENTE DOENTES DE CÂNCER: O PROJETO DE SER FRENTE AO ADOECIMENTO E A MORTE

Orientador
  • DANIELA RIBEIRO SCHNEIDER
Aluno
  • FABIOLA LANGARO

Conteúdo

O avanço tecnológico tem permitido cada vez mais a sobrevivência de pessoas com doenças graves. porém, uma parcela da população é acometida por condições crônicas e progressivas, para as quais não há perspectiva de cura; nesses casos, estão indicados os cuidados paliativos. no brasil, não há estrutura de cuidados paliativos adequada às demandas existentes, sendo ainda incipientes as diretrizes para a atuação nessa área. além disso, no campo da saúde, os profissionais com frequência são levados a encarar a morte como fracasso, o que produz dificuldade de acesso e lacunas no cuidado a pessoas em final de vida e seus familiares. em uma perspectiva fenomenológica existencialista, compreende-se que o adoecimento grave lança o sujeito a uma experiência que modifica sua relação com o mundo, consigo mesmo, com os outros, com a materialidade e com o tempo, ainda que na base dessas modificações esteja seu projeto de ser. sendo assim, a partir dessas experiências vividas, o sujeito realiza escolhas, direcionando seu ser de modo a enfrentar sua finitude no processo de totalização dialética de seu ser. para compreender o projeto de ser do sujeito, deve-se, portanto, partir da experiência concreta, da dimensão do vivido, para, em seguida, verificar a inteligibilidade que o sujeito atribui a elas. diante do exposto, esta tese teve como objetivo compreender as vivências de pacientes gravemente doentes de câncer frente ao processo de adoecimento e morte na relação com seu projeto de ser. para tanto, foi realizada pesquisa qualitativa, de cunho exploratório-descritivo, em duas etapas: uma pesquisa narrativa bibliográfica, em que se produziu uma análise de materiais científicos (livros, artigos, manuais); e uma pesquisa de campo, utilizando-se do método biográfico proposto por sartre, com uso de entrevistas narrativas a 12 pacientes atendidos por um serviço de cuidados paliativos em oncologia, para os quais já havia sido comunicada a impossibilidade de cura para sua doença, tendo sido indicados os cuidados para controle de sintomas, com foco na qualidade de vida. a partir da coleta e análise dos dados, os resultados foram organizados em três artigos: o primeiro deles abrange a análise narrativa da literatura acerca das contribuições do existencialismo sartriano aos cuidados paliativos oncológicos; o segundo apresenta parte dos resultados da pesquisa empírica, em que se discute sobre a vida, a doença e a morte em uma dimensão universal de vivências e trajetórias pessoais; e o terceiro realiza um estudo da narrativa de dois participantes sobre suas experiências de adoecimento e perspectiva de morte, em um movimento de aprofundamento no aspecto singular das trajetórias destes entrevistados. os resultados indicam perspectivas para a prática da psicologia da saúde, que devem privilegiar ações de mediação a pacientes e familiares para a reformulação e viabilização de seus projetos de ser, a fim de garantir a qualidade no fim de vida para o paciente e seus familiares. portanto, é na vida e por meio dela que se podem ampliar horizontes de possibilidades e escolhas, ressignificando trajetórias e vivências, até que a morte venha efetivamente a retirar dela todas as possibilidades. as discussões indicam também aspectos que têm implicação no modo como os sujeitos (re)organizam seus projetos de ser a partir da experiência de adoecimento grave e perspectiva de morte: a relação com a espiritualidade e/ou religiosidade, que se mostrou mediação fundamental para que os sujeitos continuem enfrentando e buscando alternativas frente às limitações impostas pela doença e pelo final de vida; o projeto de ser em família, que dá os contornos e fornece ferramentas para enfrentamento do adoecimento, da hospitalização, da necessidade de cuidados e das alterações no projeto de ser individual; e a relação com a morte, que implicou na revisão da vida. finalmente, considera-se necessário compreender que o processo de morrer é ainda uma das dimensões da vida e não é, portanto, sinônimo de morte. esse entendimento proporciona dignidade nessa etapa final do viver e abertura de um importante campo de atuação de psicólogos e demais profissionais de saúde.

Índice de Shannon: 2.1005

Índice de Gini: 0.524474

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
2,29% 1,55% 68,40% 1,89% 3,47% 1,33% 1,39% 2,67% 3,38% 1,38% 2,84% 1,61% 1,48% 1,18% 1,52% 3,62%
ODS Predominates
ODS 3
ODS 1

2,29%

ODS 2

1,55%

ODS 3

68,40%

ODS 4

1,89%

ODS 5

3,47%

ODS 6

1,33%

ODS 7

1,39%

ODS 8

2,67%

ODS 9

3,38%

ODS 10

1,38%

ODS 11

2,84%

ODS 12

1,61%

ODS 13

1,48%

ODS 14

1,18%

ODS 15

1,52%

ODS 16

3,62%