Um dos grandes desafios da indústria marítima relaciona-se ao controle dos processos de bioincrustação em superfícies submersas em ambiente aquático por longos períodos. neste sentido, verifica-se um grande esforço para o desenvolvimento de agentes antincrustantes com impactos ambientais aceitáveis a fim de substituir o biocida tributilestanho, amplamente utilizado até 2008 para grandes embarcações. neste sentido, no presente trabalho verificou-se o potencial de aplicação de filmes finos de tio2 em diferentes espessuras como agente antincrustante. desta forma, filmes com diferentes espessuras de tio2 foram depositados sobre aço inoxidável aisi 316l pela técnica de magnetron sputtering e, então, caracterizados pelas técnicas de perfilometria, espectroscopia raman, difração de raios-x e avaliação do ângulos de contato antes e depois da irradiação por uv-a e uv-c. a caracterização da propriedade antincrustantes dos filmes foi realizada por meio de experimento de campo, onde superfícies com e sem revestimento foram submersas por 110 dias com acompanhamento fotográfico e quantitativo do desenvolvimento da bioincrustação marinha no rio cubatão com auxílio do software photoquad. os filmes avaliados consistiam em revestimentos de espessuras de 3,5 nm até 172,5 nm de tio2, sendo que o filme mais fino apresentou característica amorfa e os mais espessos apresentaram estrutura cristalina composta por rutile e anatase. no que diz respeito à molhabilidade, todas as espessuras apresentaram hidrofilicidade fotoinduzida para ambos os comprimentos de onda. por outro lado, o revestimento com espessura de 172,5 nm se destacou por apresentar transição mais rápida para hidrofilicidade e ângulo de contato de até 16 graus para uv-a. acerca da bioincrustação, foi possível verificar um atraso no início do processo de incrustação da superfície, independentemente da espessura do filme. também se verificou a redução da área total média incrustada por balanus amphitrite em superfícies com revestimento de tio2 em relação às amostras sem revestimento de até 36%. no estudo identificou-se as diatomáceas amphora coffeaeformis, terpsinoë musica e cocconeis fluviatilis como espécies microincrustantes das superfícies submersas com auxílio da técnica de mev. no presente estudo verificou-se que filmes com espessuras muito finas, da ordem de 3,5nm até os mais espessos apresentaram ação antincrustante e retardamento do início do processo de bioincrustação.