A unidade de terapia intensiva, contexto deste estudo, caracterizada por inúmeros recursos tecnológicos, pacientes graves e ou instáveis, com necessidade de monitorização contínua, ruídos constantes, isolamento social, dentre outros, requer estudos voltados a humanização do cuidado. apesar da existência de vários estudos com esse tema, e do avanço em medidas para humanizar a assistência nesse ambiente, ainda prevalece o cuidado mais biologicista, mais voltado para a doença e para o aparato tecnológico. o presente estudo teve como objetivo analisar, como os profissionais de enfermagem da unidade de terapia intensiva do hospital geral do huambo em angola, percebem a prática do cuidado humanizado. considerando o objetivo utilizou-se para o seu desenvolvimento a abordagem qualitativa, exploratória e descritiva. o estudo foi desenvolvido na unidade de terapia intensiva do hospital geral do huambo, com 15 profissionais de enfermagem, dos três turnos (matutino, vespertino e noturno), destes, cinco enfermeiros e 10 técnicos. para a coleta de dados utilizou-se entrevista semiestruturada, individual e gravada. foi perguntado o que conheciam sobre humanização, quais as ações refletiam o cuidado humanizado, os recursos necessários para que ocorresse, e as facilidades e fragilidades no cuidado. os dados foram analisados por meio da técnica do discurso do sujeito coletivo e utilizou-se o software qualiquantisoft®. como resultado, emergiram das entrevistas 10 ideias centrais com seus respectivos discursos coletivos apresentados em dois manuscritos. o primeiro manuscrito intitulado “cuidado humanizado na unidade de terapia intensiva: discurso dos profissionais de enfermagem angolanos”, teve como objetivos conhecer o que os profissionais de enfermagem entendem por cuidado humanizado, identificar como evidenciam os cuidados humanizados oferecidos aos pacientes e quais recursos consideram necessários para a humanização do cuidado. os resultados apontaram que a compreensão sobre cuidado humanizado envolve cuidados físicos e subjetivos, envolve a empatia e diálogo em todos os momentos do cuidado, e deve ser estendido aos familiares e acompanhantes. referiram que a humanização se dá quando realizam o cuidado com segurança, quando aliviam o sofrimento, quando prestam conforto, respeitam a identidade do paciente, individualizam a assistência, quando as ações estão atentas às necessidades do paciente. como recursos necessários citaram pessoal suficiente, capacitação profissional e recursos materiais. o segundo manuscrito “facilidades e dificuldades na humanização da assistência em enfermagem em unidade de terapia intensiva: discurso do sujeito coletivo”, objetivou conhecer quais as potencialidades e fragilidades encontradas pelos profissionais de enfermagem em oferecer a assistência humanizada na unidade de terapia intensiva. os participantes apontaram como facilidades o relacionamento interpessoal e o trabalho em equipe. quanto as dificuldades, o quantitativo insuficiente de pessoal, a falta de capacitação profissional, materiais e insumos insuficientes. conclui-se que os participantes compreendem o que é cuidado humanizado e quais os recursos necessários para que ocorra, entretanto, além dos esforços individuais e coletivos dos profissionais da unidade, faz-se necessário maior atenção do gestor do setor e da instituição em prover melhores condições de trabalho que impactem na humanização da assistência.