O que faz uma escola? saberes, fazeres, muros, paredes, cadeiras, carteiras, sala de aula, quadro negro (não mais tão negro). pessoas, vida. em um mundo cada vez mais veloz, com transformações, atualizações e mudanças como premissas para a realização da própria vida, a indagação sobre o que constitui uma escola é essencial, na medida em que, se em algum tempo a escola se propôs a ser lugar da infância e de "preparação desta para o mundo", a própria escola necessita de atualização, de transformação. a partir dessa perspectiva é que esta tese se constituiu na tentativa de compreender de que maneira a vida se desdobra na escola e a escola se desdobra na vida dos sujeitos que nesse espaço-tempo constituem-se e o constituem. o que você leitor(a) encontrará nessas páginas, então, são algumas histórias experimentadas e construídas no período que passei junto com a turma do quarto ano de uma escola da rede municipal de educação de balneário camboriú/sc. essas histórias foram construídas com muitas vozes, que me possibilitaram analisar os modos como a vida se desdobra no território-escola pelas pessoas que ali se fazem presentes, pelos afetos tecidos e entretecidos, pelos encontros que potencializam a vida, em suas formas de re(-)ex(s)istir, pelo apagamento/esquecimento da própria escola, ou pelos sorrisos e trabalhos de cada educando e da professora, pelo exercício meu, enquanto pesquisadora, de ressignificar meu olhar para a possibilidade de bons encontros no território-escola. e no itinerário da vida, também compreender que a escola transborda, faz-se presente no território-bairro, pelos colegas/amigos de escola, pelo uniforme ou mesmo pelo discurso da cidade-oficial que dialoga com o discurso da cidade-vivida, experienciada por cada sujeito que nela se constitui. traçar esse caminho significou uma verdadeira transformação e ressignificação de meus olhares sobre a escola que se realiza na vida.