Nas indústrias de petróleo e gás e de construção naval, a união entre componentes metálicos, caracterizada por grandes espessuras e soldagem multipasse, é, em sua maioria, executada de forma manual por soldadores previamente capacitados. desta forma, a qualidade da solda está intimamente ligada à habilidade do soldador em adequar as condições do arco voltaico e da transferência metálica à junta que está sendo soldada. a obtenção de soldas com mínima formação de defeitos é principalmente agravada na soldagem do passe de raiz. nesta situação é necessário um meticuloso controle da poça de fusão a fim de obter a penetração desejada, sem promover o escorrimento da poça, fenômeno conhecido como burn-through. outro agravante está na preparação da junta a ser soldada, que apresenta normalmente irregularidades nas frestas e desalinhamentos (hi-lo), entre outras variações nas dimensões da junta. ao garantir um maior controle da energia aportada à peça, tecnologias que propõem o controle da transferência por curto-circuito minimizam a influência destes defeitos sobre o passe de raiz. contudo, atualmente, a maioria do suprimento desta tecnologia advém de empresas de fontes de soldagem situadas no exterior, e grande parte da alta tecnologia acaba residindo nestas regiões, sobrando para a indústria nacional apenas utilizar o que lhe é oferecido. criando uma base sólida para o desenvolvimento desta tecnologia em território nacional, garantindo maior feedback, com efetiva adaptação contínua, evolução e pleno potencial de sucesso aplicativo do processo para o setor industrial brasileiro, se traçou como objetivo principal deste trabalho, o aprimoramento do processo de soldagem ccc (curto-circuito controlado), buscando a otimização de sua forma de onda de corrente e a formulação de um programa sinérgico. por intermédio de implementações de software e hardware na fonte de soldagem, foi obtido um controle de alta dinâmica na forma de onda de corrente, na faixa dos microssegundos, além de melhorias nas rotinas de realimentação e controle das variáveis elétricas do processo. cada fase da transferência metálica por curto-circuito foi avaliada em ensaios práticos de soldagem, resultando em maior precisão no controle da transferência das gotas e na dinâmica da poça de fusão. com base nestes resultados foram desenvolvidos programas sinérgicos para arames er70s-6 1,0 e 1,2 mm de diâmetro, utilizando como gás de proteção uma composição de 75% de argônio e 25% de co2. procurando aumentar a facilidade de utilização do processo por parte do soldador, foram definidas apenas duas variáveis de regulagem para o processo ccc, a velocidade de alimentação de arame, entre 2 e 6 m/min, e o parâmetro “a”, responsável por regulagens finas na potência. os testes foram monitorados com auxílio de câmera de alta velocidade e sistemas de aquisições de dados. com a utilização destas ferramentas de avaliação foi possível obter explicações concisas sobre a influência de cada fase da forma de onda de corrente na dinâmica da transferência metálica e da poça de fusão. como resultado dos desenvolvimentos realizados neste trabalho, atualmente o processo de soldagem ccc apresenta alta regularidade na transferência metálica, baixa formação de respingos e adequado controle da poça de fusão, além de oferecer programas sinérgicos.