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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Filosofia e Ciências Humanas

Departamento: Antropologia/ANT

Dimensão Institucional: Pesquisa

Dimensão ODS: Institucional

Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa

Título: CONFLITOS, MORALIDADES E DIREITOS EM PERSPECTIVA ETNOGRÁFICA

Coordenador
  • FLAVIA MEDEIROS SANTOS
Participante
  • ANA LAURA BRAGAGNOLO DA SILVA
  • ARTHUR PAIVA OCTAVIANO
  • BRUNA SOARES OVERBECK
  • FLAVIA MEDEIROS SANTOS (D)
  • GIOVANNA BARROS GOMES
  • JO PEDRO BARROS KLINKERFUS
  • KELLYN GAIKI MENEGAT
  • LARISSA TEIXEIRA PIRES
  • LETICIA CONTE ZULIAN
  • LUIS AUGUSTO DE SOUZA BEVACQUA
  • MATHEUS DA COSTA DE MARTINS
  • NÍCOLAS ROBERTO QUADROS
  • REBECA DE SOUZA VIEIRA

Conteúdo

Resumo/objetivos: o presente projeto visa f...resumo/objetivos: o presente projeto visa fomentar a realização de pesquisas em antropologia, ciências sociais e áreas afins, voltadas para a análise de contextos e situações sociais no quais são acionadas demandas públicas pelo reconhecimento e reivindicação de direitos. no marco da reconfiguração de políticas públicas e instituições no cenário político brasileiro, iremos focar em processos de disputas e transformações de normas e regras e nos mecanismos de fazer e estar às margens do estado. a análise etnográfica estará relacionando sujeitos, coletivos e coisas com foco analítico em conflitos e moralidades, e as formas pelas quais por meio de valores, emoções e poder se articulam durante esses processos. entre os contextos e situações abordadas, incluem-se instituições públicas como escolas, prisões, burocracias policiais e agências governamentais; movimentos sociais, órgãos públicos e organizações não governamentais; manifestações e protestos, reuniões audiências públicas, documentos e registros inscritos, mídias e redes sociais entre outros espaços de circulação, principalmente na região da grande florianópolis. para tanto, metodologicamente serão acionadas técnicas e estratégias de pesquisas individuais e coletivas tais como observação participante; rodas de conversa; grupos focais; entrevistas e análise de documentos registrados sob a forma de caderno e diário de campo; relatórios etnográficos; planilhas e sumários executivos; organizados em drive digital da pesquisa. o projeto visa também a articulação direta com a sociedade civil e órgãos governamentais, na interlocução para a realização da pesquisa e na coparticipação em processos e espaços públicos. logo, no âmbito desse projeto também serão engajadas a execução de atividades conjuntas como a organização de eventos, seminários, ações e parcerias que propiciem uma maior integração entre estudantes e pesquisadores em formação com seus contextos de pesquisa, em observância às orientações e recomendações de ética em pesquisa antropológica. palavras chave: conflitos; direitos; moralidades; etnografia; antropologia objetivo geral: proporcionar a realização de pesquisa que visem analisar contextos e situações em torno de processos de disputa e transformações sobre normas, regras e direitos, a partir da perspectiva etnográfica. objetivos específicos: condução, orientação e supervisão de pesquisadores em formação nas áreas de antropologia, ciências sociais e afins; produção e circulação de etnografias sobre conflitos, moralidades e direitos; análise e contribuição nos contextos e debates relacionados aos temas de pesquisa. metodologia: para o desenvolvimento da pesquisa, iremos contar com diversos métodos utilizados nas ciências sociais e, sobretudo, na antropologia, marcadamente a descrição densa para a elaboração de etnografias. o modo específico de produção de conhecimento antropológico, realizado tanto no trabalho de campo quanto na escrita etnográfica visa por sob descrição mecanismos e efeitos dos discursos e práticas para explicitar diferenças que possam chamar a atenção para desigualdades construídas e reproduzidas socialmente. nesse sentido, discentes que venham a se vincular a este projeto serão estimulados a produzir suas reflexões desde o estranhamento de suas posições sociais estruturalmente colocadas, tanto quanto na familiarização de possibilidades e capacidades de interlocução que possibilitem se movimentar entre e partir delas (velho, 1981; matta, 1978). logo, o reconhecimento de uma posição social passa também por estabelecer a possibilidade de inscrever esse conhecimento pelo ato da escrita que põe sob descrição experiências e análises. essa atitude cognitiva passa pelo ver, ouvir e escrever (cardoso de oliveira, 1998) e também é resultado do sentir e experimentar, mobilizando diferentes capacidades perceptivas (medeiros, 2014b), não se limitando apenas como um ato cognitivo mas em certo sentido um ato de explicitação e questionamento das relações de poder, posto que manifesta o profissional e o pessoal, articulando político com poético, e mobilizando o pensar como um sentido (medeiros, 2018b; kilomba, 2010). pelas especificidades de produção de conhecimento etnográfico, esta é uma prática potencialmente transformadora que permite construir um pensamento em movimento relacionando teoria e método num processo contínuo entre estar lá, aqui, agir, refletir e escrever. a partir de outras formas de experimentar, na construção de uma forma específica de conhecimento que se dá pela vivência e interlocução em um contexto específico, nós antropólogos temos uma posição privilegiada para refletir sobre esses termos (peirano, 1995). a proposta metodológica deste projeto se referencia na experiência que venho desenvolvendo de pensar nas ferramentas teóricas e metodológicas pelas quais construímos nossas etnografias, especialmente na interlocução com sujeitos posicionados estruturalmente “up”, (nader, 1972) como podem ser considerados os agentes do estado, pensando os estudos de elites, governos, sistemas e mecanismo de poder, e aqueles que estruturalmente são vistos como “subalternos”, (spivak, 1988), sujeitos vulnerabilizados, precarizados, explorados pelos sistemas econômicos, políticos e sociais. nessa chave, a articulação da etnografia como teoria e método é produzida a partir do trabalho de campo, não como uma forma de “fazer os nativos falarem”, mas como se fazer ouvir e compreender, entendendo as possibilidades de acionar a etnografia como mecanismo de dispersão do poder, possibilitando a alguns, que em geral são definidos como aqueles que não podem falar, a refletir e construir conhecimento sobre questões diversas, que muitas vezes se relacionam diretamente com suas experiências práticas de vida, e que permitem explicitar as tensões com o “outro”. rompendo com silenciamentos, invisibilizações e hierarquias e, que de forma bem sucedida, geram algum tipo de efeito nos outros e em nós, promovendo uma mudança, trazendo uma instabilidade, criando um incômodo pois, aos antropólogos, “tranquilizar é tarefa de outros; a nossa é inquietar” (geertz, 2001:65), a etnografia permite que sejam construídas interpretações sobre outras perspectivas e outras experiências. aqueles vinculados a este projeto, deverão estar interessados em compreender a diversidade em suas particularidades, subjetividades e especificidades, articulando essa forma específica de produção de conhecimento e atentos em como tais posições ditas estruturais se estabilizam, mudam ou se reproduzem. especialmente, refletindo sobre nós, antropólogos, como sujeitos numa posição privilegiada de construção de conhecimento. como ferramentas metodológicas, serão acionadas uma série de técnicas de registro, sistematização e construção de dados, desde o caderno e diário de campo, entrevistas e conversas informais; observações direta e participante; análise de material jornalístico e de documentos oficiais e pesquisa bibliográfica. a partir da construção de dados sob uma perspectiva etnográfica, espera-se analisar a atuação de mecanismos estatais de construção institucional de mortos, descrevendo como tais práticas técnicas e burocráticas incidem na gestão de mortes, bem como discutir as repercussões e desdobramentos de seus acionamentos. ressalta-se que a especificidade da antropologia social como disciplina encontra base na sua perspectiva contrastiva e na utilização do método comparativo como técnica de pesquisa. logo, o presente projeto está calcado na dimensão comparada que permita privilegiar os contrastes entre os diferentes processos de construção de mortos e de gestão de mortes aqui pesquisados. deste modo, a metodologia adotada será aquela característica da disciplina antropológica, baseada no método etnográfico de produção de conhecimento, que tem a descrição e interpretação daquilo que é observado como ponto central e indispensável para explicitação de categorias ‘nativas’ e daquelas do saber antropológico utilizado pelo pesquisador (lima, 1999; geertz, 2009). por último, o projeto busca aprofundar uma perspectiva interdisciplinar, em especial aquela oriunda do diálogo entre antropologia, sociologia e direito no campo de estudos sobre justiça e segurança pública, da saúde pública e das relações raciais, o que permitirá não só uma aproximação mais compreensiva do fenômeno a ser pesquisado, mas também apreender como esses saberes apresentam formas de produção e legitimação do conhecimento distintas. referências bibliográficas: ver anexo

Pós-processamento: Índice de Shannon: 3.4094

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
3,53% 5,10% 2,89% 4,85% 5,17% 2,49% 4,44% 4,25% 8,59% 3,84% 6,11% 4,33% 3,20% 3,07% 2,76% 35,38%
ODS Predominates
ODS 16
ODS 1

3,53%

ODS 2

5,10%

ODS 3

2,89%

ODS 4

4,85%

ODS 5

5,17%

ODS 6

2,49%

ODS 7

4,44%

ODS 8

4,25%

ODS 9

8,59%

ODS 10

3,84%

ODS 11

6,11%

ODS 12

4,33%

ODS 13

3,20%

ODS 14

3,07%

ODS 15

2,76%

ODS 16

35,38%