
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Filosofia e Ciências Humanas
Departamento: Geociências/GCN
Dimensão Institucional: Pesquisa
Dimensão ODS: Econômica
Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa
Título: MOBILIDADE URBANA E TRANSPORTES PÚBLICOS FRENTE AO NOVO MERCADO DE MOBILIDADE: A REGIÃO METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS E ESTUDOS COMPARATIVOS
Coordenador
- RODRIGO GIRALDI COCCO
Participante
- BEATRIZ QUEVEDO DOS ANJOS
- CRISTIANO DA SILVA PAIVA
- IAGO CALLIL PEIXOTO
- IAGO DOS SANTOS CARVALHO
- JOANA COUTINHO WERNECK DE PAULA
- JOÃO PEDRO SANTANA
- JUAN GUILHERME COSTA SIQUEIRA
- LUKA DE MELLO SANTOS
- MARIA LUISA SPRICIGO VIEIRA
- RODRIGO GIRALDI COCCO (Di)
Conteúdo
A questão da mobilidade urbana é sem dúvida um ...a questão da mobilidade urbana é sem dúvida um dos grandes problemas candentes que acometem a região metropolitana de florianópolis. o tratamento assertivo dessa questão é crucial não apenas para a circulação local, de cada um dos municípios, mas para o próprio desenvolvimento regional, haja vista que o alcance de uma maior fluidez territorial passa necessariamente, pela facilitação dos deslocamentos cotidianos de pessoas e não apenas de capital. contudo, com uma formação socioespacial que mescla as marcas deixadas pela colonização açoriana, assim como rugosidades e estruturas urbanas herdadas do período em que florianópolis se estrutura enquanto “cidade administrativa”, os municípios da região foram acumulando condições para dinâmicas metropolitanas de mobilidade, sem que seus serviços e infraestruturas de transporte urbano fossem adequadamente preparados para tal. especialmente quando se trata dos deslocamentos efetuados através de transporte público, cuja tecnologia e infraestruturas específicas mostram-se aquém da complexidade do espaço da rmf e das demandas dos distintos grupos sociais residentes na região. o resultado desse contexto para a população da rmf, se reflete em uma clivagem na reprodução social de classe, onde se evidenciam altos tempos de deslocamento cotidiano para o trabalho, para os estudos e para demais atividades de reprodução social, de usuários de transporte público e, por outro lado, tempos menores e sob condições de conforto menos espoliativas, por parte de usuários de transportes privados individuais. ainda que estes também vivenciem parte dos problemas, na forma de congestionamentos entre outros. urge, assim, compreender os aspectos essenciais que estruturam a oferta e da demanda dos transportes urbanos da rmf, bem como a falta de competitividade dos transportes públicos no quadro desse mercado. o fato é que essa estruturação, bem como a organização espacial dela decorrente, permite aos concorrentes dos transportes públicos dentro do “mercado de mobilidade”, vantagens em termos de atratividade, fidelização, eficiência, eficácia, conectividade e outros quesitos da economia de transportes. quesitos esses que só podem ser internalizados aos serviços de transporte público na presença de infraestruturas específicas e novas tecnologias, voltadas a esse valor de uso coletivo. não obstante, o que se tem evidenciado na região se opõe a nossas expectativas, na medida em que recentemente, temos observado uma redução tanto da eficiência econômica, quanto da eficácia do sistema de transporte público, cujas consequências mais imediatas se refletem na retirada e mudanças abruptas em linhas e horários dos serviços de transporte público. tais eventos tem ocorrido pelo menos desde a pandemia da covid-19, mas são sucedâneos, também, da consolidação dos serviços de transporte por aplicativo no brasil, da escalada geral inflacionária, do aumento exponencial do desemprego e da redução da atividade industrial nacional. esses eventos, de conjunto, asseveram a importância da consideração da totalidade estruturada, do tratamento multi e interescalar para a pesquisa em transportes e mobilidade.
o objetivo geral deste projeto de pesquisa é compreender as razões da persistência histórica da baixa eficácia dos sistemas de transporte público na região metropolitana de florianópolis, a partir da compreensão de aspectos da deficiência do próprio serviço de transporte público, relacionada intimamente com a neoliberalização do estado nas suas diferentes escalas, mas também às “velhas e novas dinâmicas, formas e estruturas” que compõem a formação sócio-espacial, cujas contradições se acirram em face às novas condições do mercado de mobilidade. os objetivos específicos são:
1. analisar as características da mobilidade no recorte escolhido, do ponto de vista da oferta de transporte público (incluindo a infraestrutura) e as características das novas demandas usuárias dos transportes públicos, em face ao nível de oferta desse serviço;
2. compreender os aspectos gerais do novo “mercado de mobilidade”, ou seja, as vantagens e desvantagens entre o transporte público, o automóvel, a motocicleta, os aplicativos de transporte, a caminhada e bicicleta na região; níveis de perda de demanda para as mobilidades a pé, em face à crise, ao desemprego e à affordability (capacidade de pagamento em função da renda) dos passageiros; nível de perdas de demanda para os transportes por app e para um “uso intensivo” do automóvel por parte de seus proprietários;
3. analisar como a inadaptação ao sistema viário de origem colonial pesa concretamente sobre a eficiência econômica e a eficácia social dos transportes públicos por ônibus (inobservância, por parte das empresas operadoras, da necessidade de outras tecnologias, como microônibus e/ou midi-bus para trajetos sinuosos, morros, servidões etc.);
4. analisar como a ausência de iniciativas associadas ao ordenamento da produção imobiliária, descentralização de novos empreendimentos e novas lógicas de uso do solo, tem mantido demasiadamente a centralidade dos fluxos de transporte urbano à ilha de santa catarina, com repercussões negativas sobre a mobilidade;
5. analisar o que há de geral e de singular no caso da região metropolitana de florianópolis, a partir de comparações com sistemas de transporte urbano, institucionalidades e políticas de transporte público de outras regiões do país, em especial no rio de janeiro, belo horizonte, curitiba, manaus e são luís, estabelecendo a partir daí parâmetros comparativos de análise.
consoante esses objetivos, espera-se observar um descompasso entre essa oferta de transporte público e as ofertas dos novos serviços de transporte (uber, indriver etc.), mais flexíveis e em linha com demandas de um segmento médio típico da região, agravando a eficácia econômica do transporte público. se espera também, obter uma discriminação mais detalhada das vantagens e desvantagens de cada um dos modos de transporte da rmf, bem como dos níveis de perda de demanda de uns e ganhos de demanda de outros, tendo o transporte a pé um ganho de demanda expressivo (subtraído dos transportes públicos) e também ganhos de demanda cativa relativos por parte da uber, 99 e indriver (frações de usuários do transporte público, com uso esporádico e frações de famílias proprietárias de automóveis). ademais, se deve observar um aprofundamento sobre as ideias trabalhadas em nossa tese de doutorado defendida em 2016, elucidando com maior nível de detalhe os efeitos do sistema viário colonial e daquele derivado da ocupação açoriana (servidões) sobre a eficácia econômica dos transportes por ônibus convencionais. como balanço final, se espera um peso da ausência de subsídios de maior envergadura, haja vista que tanto micro-ônibus quando midi-buses tem custos operacionais mais elevados ao capital de transporte. custos aos quais os capitais de transportes se furtam em arcar.
ademais, se deverá verificar que as ações do estado e da estrutura política conservadora da região (que aparelha as instituições de estado, liquida instituições desfavoráveis a ela etc.), na verdade são partícipes do bloco no poder ligado à propriedade fundiária regional, assim, prevalecem os interesses de ampliação da densidade da ilha de santa catarina (alto padrão, negócios, resort, startups etc.) e de espraiamento de empreendimentos de moradia (de menor renda) nas áreas continentais, sem contraparte sobre obras de mobilidade de repercussão coletiva (voltadas ao transporte público). por fim, se espera observar a existência de aspectos singulares presentes em outros espaços metropolitanos brasileiros (e ausentes ou de desenvolvimento incipiente na rmf), como a presença de autarquias de regime especial e empresas públicas voltadas ao planejamento e gestão do transporte público. ao mesmo tempo, espera-se constatar um movimento convergente de liquidação dessas instituições, tal como se evidencia na grande florianópolis. se espera observar os mesmos efeitos danosos dessas políticas, deteriorando as tecnologias mistas de transportes presentes nesses espaços e totalmente ausentes no caso da região catarinense.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 0.0646879
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
0,02% | 0,03% | 0,02% | 0,02% | 0,02% | 0,03% | 0,05% | 0,04% | 0,10% | 0,06% | 99,49% | 0,02% | 0,02% | 0,02% | 0,02% | 0,05% |
ODS Predominates


0,02%

0,03%

0,02%

0,02%

0,02%

0,03%

0,05%

0,04%

0,10%

0,06%

99,49%

0,02%

0,02%

0,02%

0,02%

0,05%