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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Ciências da Educação

Departamento: Metodologia de Ensino/MEN

Dimensão Institucional: Pesquisa

Dimensão ODS: Institucional

Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa

Título: NOVAS CARTAS PORTUGUESAS 50 ANOS DEPOIS: LITERATURA E FEMINISMOS

Coordenador
  • PRISCILA FINGER DO PRADO
Participante
  • LAÍS CRISITINE DOS SANTOS SIQUEIRA
  • PRISCILA FINGER DO PRADO (D)

Conteúdo

No projeto de trabalho que apresentei à institu...no projeto de trabalho que apresentei à instituição, quando do concurso realizado, elenquei dois tópicos principais para minha atuação, no ensino, na pesquisa e na extensão, a escrita de mulheres e a formação de leitores. no projeto que ora apresento, meu objetivo é analisar as contribuições da obra lusitana novas cartas portuguesas, de maria isabel barreno e de maria velho da costa, para a literatura portuguesa, mas também para as discussões tratadas nos diferentes feminismos. em 2022, são completados os 50 anos de sua publicação, e muitos de seus temas continuam construindo sentidos não só para o público lusitano, como também para o brasileiro. o caráter único de sua publicação, em 1972, quando as autoras foram processadas pela ditatura salazarista, desta vez sob governo de marcelo caetano, bem como de sua recepção, abalada pela má publicidade do processo e do discurso de oposição ao feminismo, talvez tenha retardado a devida atenção da crítica, que ora se volta para o livro e descobre nela outros sentidos e importâncias. em minha tese de doutorado, intitulada o mito alcoforadista como mote para as novas cartas portuguesas: literatura e feminismo (2018), pude analisar as novas cartas portuguesas, à luz das ideias feministas de virgínia woolf, simone de beauvoir, judith butler e marcela lagarde y de los ríos, pela construção da ideia de “clausura” na obra das três marias. contudo, outras problematizações são possíveis ao relacionar literatura e feminismo na obra, e uma delas é o enfoque que se quer dar nesse projeto. trata-se de analisar as novas cartas portuguesas, a partir do referencial teórico de silvia federicci, nos livros calibã e a bruxa: mulheres, corpos e acumulação primitiva (2019) e o ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista (2019). a partir deste referencial, questões que, em nossa pesquisa anterior, não haviam sido tratadas podem ser consideradas, tais como economia e trabalho. a escolha da obra analisada se deve a meu percurso acadêmico, já que trabalhei o livro na tese de doutorado, mas também à importância da obra em si. em 2021, um ano antes da comemoração dos 50 anos de sua publicação, o governo português prestou uma homenagem ao livro, com a leitura de excertos por políticas portuguesas. a ideia é destacar a importância da obra para a luta pela emancipação feminina, neste caso ligada à ocupação de cargos políticos pelas mulheres portuguesas, o que, diga-se de passagem, ainda é uma conquista recente. contudo, cabe destacar que portugal tem um número significativo de mulheres no governo e no parlamento. segundo dados do site público, em março de 2021, o país registra uma presença feminina de 40% no governo e no parlamento, enquanto que a média dos 27 estados-membros da união europeia é de 33% . no brasil, a situação já foi mais animadora. na câmara federal, as mulheres representam apenas 15% das cadeiras, e no senado federal, 12% . por conta de campanhas como “mais mulheres na política”, do ministério da mulher, da família e dos direitos humanos, puderam ser notados aumento no número de candidaturas e de mulheres eleitas nas eleições municipais. para o cargo de vereadora, em 2016, eram 7.8 mil mulheres eleitas, e em 2020, foram 9,1mil; enquanto que para o cargo de prefeita, em 2016, eram 641, e em 2020, 658 . ainda assim, a representatividade é baixa, o que significa que devemos ter mais projetos e conscientização nesse sentido. uma das causas para a dificuldade da inserção das mulheres na política é a questão da desigualdade das relações de trabalho, especialmente em relação ao trabalho doméstico. questão essa que se relaciona com a pesquisa de federicci (2019b), segundo a qual se dá a constatação de que o trabalho não remunerado das mulheres (e, nesse caso, também a desigualdade salarial) são necessários para a manutenção do capitalismo. outra causa seria a construção de papéis sociais da mulher, o corpo da mulher e a forma como é apresentado socialmente oferece uma justificativa para o sistema econômico capitalista, incluindo aí a questão da busca do saber e do poder das mulheres, que tendem a qualificá-las como “bruxas” ou mesmo “masculinas”. tal perspectiva se relacionaria com a outra pesquisa de federicci (2019a) aqui citada. tais questões justificam o enfoque dado para a análise da obra pesquisada. se há uma noção persistente de “clausura” na representação dos mais diversos papéis sociais das mulheres na sociedade, é porque esses papéis servem a uma ordem mais ampla, que organiza o mundo tal como ele é e busca impedir lutas e discursos que o questionem. assim, o objetivo deste trabalho é relacionar a concepção de “clausura”, tão destacada nas novas cartas portuguesas, como forma de analisar a representação das relações de trabalho e de economia, especialmente ligadas aos papéis sociais atribuídos às mulheres.

Índice de Shannon: 3.68065

Índice de Gini: 0.90321

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
5,00% 2,91% 3,35% 5,06% 16,34% 2,87% 4,04% 12,28% 6,28% 6,32% 4,80% 3,05% 3,54% 2,93% 3,65% 17,58%
ODS Predominates
ODS 16
ODS 1

5,00%

ODS 2

2,91%

ODS 3

3,35%

ODS 4

5,06%

ODS 5

16,34%

ODS 6

2,87%

ODS 7

4,04%

ODS 8

12,28%

ODS 9

6,28%

ODS 10

6,32%

ODS 11

4,80%

ODS 12

3,05%

ODS 13

3,54%

ODS 14

2,93%

ODS 15

3,65%

ODS 16

17,58%