Diante das dificuldades do dualismo pulsional d...diante das dificuldades do dualismo pulsional de freud, trata-se de investigar a hipótese de que seria possível compreender a diferença entre pulsão de vida e pulsão de morte em termos de empírico e transcendental. essas categorias permitiriam pensar que o organismo, e em particular o aparelho psíquico, tem duas funções que poderiam ser, metodologicamente, diferenciadas: uma função transcendental de destruição e uma função empírica de construção.a fim de verificar a legitimidade dessa hipótese de compreensão seria preciso, então, retomar os principais textos em que freud discute o tema da pulsão de morte e investigar como o dualismo pulsão de vida e pulsão de morte, pensado em termos de um duplo empírico-transcendental, se apresentaria no contexto da questão da tendência à compulsão à repetição, da origem da agressividade e do masoquismo originário. verificar se, de fato, nesses contextos estudados por freud a pulsão de morte aí indicada nunca aparece de modo isolado ou puro, mas sempre disfarçada, mesmo que minimamente, por eros. será preciso investigar o papel da pulsão de morte no interior da constituição subjetiva, sua relação com o narcisismo, com a formação do ego e com o sentimento de ódio, paixão primitiva que acompanha os mecanismos arcaicos de projeção e introjeção e de sadismo e masoquismo. por fim, pretende-se ainda levar a investigação até lacan a fim de entender como o psicanalista francês interpretou tanto noção de pulsão de morte, como o tema da agressividade e do ódio. afinal, ao que parece, foi lacan, mais do que freud, quem de fato situou a pulsão de morte além do princípio do prazer, afirmando que toda pulsão é um caso particular da pulsão de morte. apostando, assim, mais num monismo do que num dualismo pulsional. com isso, o que veremos é que a agressividade, o ódio, o sadismo ou o masoquismo, têm suas razões de ser no interior da vida psíquica, mas que não marcam, de direito, a pulsão de morte. assim, a pulsão de morte deverá ser compreendida mais como compulsão à satisfação ou compulsão à repetição do que como tendência à agressividade, sádica ou masoquista.