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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Filosofia e Ciências Humanas

Departamento: Psicologia/PSI

Dimensão Institucional: Pesquisa

Dimensão ODS: Institucional

Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa

Título: PEDAGOGIAS POLÍTICAS: NARRATIVAS CULTURAIS E A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES

Coordenador
  • LEANDRO CASTRO OLTRAMARI
Participante
  • CARLOS JOSÉ NAUJORKS (D)
  • LEANDRO CASTRO OLTRAMARI (D)
  • LIA VAINER SCHUCMAN (D)

Conteúdo

Os últimos 10 anos têm sido marcados por um aum...os últimos 10 anos têm sido marcados por um aumento das visões ultraconservadoras na sociedade e de intolerância aos princípios democráticos e direitos humanos. o texto de levitsky e ziblatt (2018) descreve o caráter de decadência dos regimes democráticos e a ascensão de uma escalada de ataques aos direitos humanos universais e visões que atacam a democracia. mas estas discussões não são recentes na psicologia. wilhelm reich e sua clássica obra psicologia das massas do fascismo (1988[1933]), já se preocupava em compreender como a classe trabalhadora aderiu a comportamentos ultra conservadores sem problematizar a violência que o regime nazista infligia contra os judeus. além disso, ele tentou compreender quais foram os princípios que orientaram estes comportamentos de respaldo ao discurso fascista. alguns estudos recentes de cepêda (2018) e morais (2019) apontam um aumento crescente de discursos conservadores e totalitários principalmente atrelados a partidos considerados de extrema-direita. principalmente nas últimas eleições houve um aumento sucessivo de candidatos com pautas antidemocráticas e recentemente manifestações públicas de políticos e população solicitando atos de fechamento do supremo tribunal federal assim como o congresso nacional . segundo cesarino (2019) a estratégia de desacreditar as instituições, tanto a mídia quanto a universidade como centro de produção de conhecimento científico, foi uma das estratégias fundamentais para o crescimento de um ultraconservadorismo extremista na eleição ocorrida no ano de 2018, no brasil por exemplo. utilizando as redes sociais de forma massiva com conteúdos alarmistas e falsos, conseguiu-se arregimentar um número considerável de pessoas que compartilhassem seus conteúdos, sem conhecimento crítico sobre o que compartilhavam. mas estes fenômenos não podem ser considerados novos. um dos fatos mais reconhecidos foi da importância da propaganda nazista no início do século xx para deflagar a adesão da população aos ideais de adolf hitler. (araújo e heck, 2017). existem trabalhos problematizando de forma consistente a relação entre a apresentação dos judeus como um outro, como um ser inferior passível de abjeção através de um método, com propaganda, discursos, cinema e arte. (khol, 2011). utilizando segundo a autora formas específicas de apresentação dos judeus através da propaganda, assim como o líder (hitler) como alguém com capacidades quase sobrenaturais, capaz de encontrar um caminho para a economia assim como para a vida das pessoas. esta propaganda foi construindo imagens e narrativas para justificar as ações do partido nazista. a discussão sobre a constituição das ideias políticas e a constituição de identidades se faz importante a partir de então. para isso vale pensar sobre o campo das ideias políticas e suas aprendizagens a partir do conceito de pedagogias culturais. originalmente proposta por henri giroux e seu clássico texto intitulado “ensinando o cultural com a disney”, ele aponta quanto as corporações, no caso a disney, tem se interessado pela educação infantil onde investem cada vez mais na produção de materiais didáticos e empresas de comunicação social de massa com fins econômicos mas que acabam por fim constituindo uma noção de infância específica a partir de suas imagens e narrativas veiculadas a partir da produção e compartilhamento de seus artefatos culturais. o conceito de artefato cultural é fundamental, segundo costa (2002) citado por renovato e cols (2009) os chamados artefatos pedagógicos culturais são aqueles instrumentos produzidos a partir de determinados recursos culturais ou sejam são eles desde filmes, programas, mídias sociais, redes sociais entre outras. ainda segundo renovato e cols (2009) utilizando o exemplo dos artefatos culturais em educação e saúde aponta que estes “podem governar os sujeitos através da delimitação e normatização de condutas. assim, os discursos dos artefatos culturais são resultados de um conjunto de práticas que os antecede e que neles se atualiza e se multiplica.” (1600-1601). isso corrobora com que aponta giroux (2003). para ele, a educação nunca é inocente pois ela traz sempre uma visão especifica sobre cidadania e a sociedade. ela é uma forma de passar e repassar valores específicos de uma visão de mundo específica. ainda como aponta andrade e costa (2017) o uso do conceito originalmente foi caracterizado para o campo corporativo, através de uma ideia que veicula comunicação empresarial com a vinculação de consumo das pessoas, mas com uma caraterística de formar estilos de vida baseadas em consumo de uma corporação especifica. ainda andrade e costa (2015) apontam que estes chamados artefatos produzidos pela mídia são formas muito eficientes de reprodução de estereótipos sejam eles de classe social ou ainda gênero ou mesmo questões étnico raciais. desta maneira através destes, os sujeitos são ensinados a posicionarem-se a partir destas informações que irão compor seu campo de entendimento sobre um determinado fenômeno. podemos pensar sim que estas formas irão compor identidades e subjetividades. portanto para este campo de estudo é fundamental se produzir conhecimento sobre estas formas de pedagogias para que se possa o que as autoras descrevem se produza “um senso de resistência e transformação” sobre estes conhecimentos e se transforme em uma leitura crítica sobre a realidade. assim podemos compreender o campo das ideologias políticas a partir das pedagogias culturais utilizando a ideia de narrativa como um artefato cultural. as narrativas são histórias ou relatos com uma sequência relativamente ordenada de eventos. elas são a base pelas quais identidades pessoal, social e coletiva são formadas. as narrativas apresentam uma estrutura na qual fatos singulares podem ser compreendidos a partir de um entendimento amplo e abrangente de uma situação, uma biografia ou, até mesmo, uma realidade social específica (barker, 2004, 131). a narrativa é uma forma específica de discurso que ordena experiências permitindo uma compressão, pelo sujeito, de suas ações e das ações dos outros, constituindo um todo significativo em relação em que ações e eventos podem ser conectados (chase, 2017, p. 947). as narrativas podem ser culturais, coletivamente formadas ao longo de um tempo histórico, como as narrativas nacionais, que constituem identidade nacionais (anderson, 2008). de forma intermediária, as narrativas podem ser institucionais, quando embutidas em discurso e materiais produzidos por entidades ou organizações (chase, 2017, p. 948). discursos oficiais, relatórios, materiais de divulgação e propaganda, podem, de forma mais ou menos articulada, apresentar um conjunto significativo onde é apresentado uma identidade possível para uma coletividade de sujeitos. as narrativas institucionais apresentam e justificam, dessa forma, a ação dos indivíduos frente a uma determinada coletividade, constituindo-se como “expressões de quem ´nós´ somos, o que somos, fazemos, onde estivemos, para onde estamos indo e por que” (chase, 2017, p. 952). as narrativas são, também, singulares, como por exemplo as narrativas biográficas ou as narrativas de eventos biográficos específicos, que constituem, por sua vez, identidades individuais (bruner, 1987, 1991, 2008; mcadams; josselson & lieblich, 2006; chase, 2017). as narrativas apresentam esquemas interpretativos através dos quais contextos de significados consolidam-se, permitindo às pessoas dar sentido a vivências significativas que, sem isso, ficariam deslocados de um esquema de referência. este projeto de pesquisa busca aprofundar o papel das narrativas políticas como pedagogias culturais estruturadas e que delimitam os processos de identificação presentes em um determinado contexto, por um lado, e, por outro, o papel das narrativas biográficas nos processos pessoais e sociais de formação da identidade individual. de forma geral, elabora-se a seguinte pergunta de pesquisa: como se constituem as pedagogias culturais sobre política a partir das narrativas sociais? 3. objetivos e metas 3.1. objetivo geral: compreender a relação entre o campo da ação política e o conceito de pedagogias culturais 3.2. objetivos específicos: a) evidenciar, no conjunto dos estudos culturais e das pedagogias culturais, a presença da referência à relação entre cultura e política. b) elaborar conceitualmente a ideia de política como um campo de formação das identidades, a partir das pedagogias culturais. c) caracterizar a ideia de política estabelecida através das narrativas culturais. 4. método 4.1. delineamento da pesquisa o presente projeto situa-se no escopo geral do que se tem denominado de pesquisa teórico-bibliográfica. a pesquisa teórico-bibliográfica tem como objetivo reconstruir teorias, conceitos e categorias analíticas tendo em vista, em termos imediatos, aperfeiçoar determinados fundamentos teóricos (demo, 1994). busca-se, com a pesquisa teórico-bibliográfica problematizar

Pós-processamento: Índice de Shannon: 2.86288

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
3,00% 2,97% 2,62% 7,40% 7,35% 1,31% 1,79% 4,24% 4,04% 4,36% 3,10% 2,15% 2,00% 1,68% 2,11% 49,87%
ODS Predominates
ODS 16
ODS 1

3,00%

ODS 2

2,97%

ODS 3

2,62%

ODS 4

7,40%

ODS 5

7,35%

ODS 6

1,31%

ODS 7

1,79%

ODS 8

4,24%

ODS 9

4,04%

ODS 10

4,36%

ODS 11

3,10%

ODS 12

2,15%

ODS 13

2,00%

ODS 14

1,68%

ODS 15

2,11%

ODS 16

49,87%