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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Filosofia e Ciências Humanas

Departamento: Psicologia/PSI

Dimensão Institucional: Pesquisa

Dimensão ODS: Institucional

Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa

Título: REDES SOCIAIS SIGNIFICATIVAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM CONTEXTO DE VULNERABILIDADE SOCIAL DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

Coordenador
  • MARINA MENEZES
Participante
  • BEATRIZ CARLA KOCH
  • ISABELLA GOULART BITTENCOURT (Di)
  • MARINA MENEZES (D)

Conteúdo

O novo coronavírus (sars-cov-2), responsável po...o novo coronavírus (sars-cov-2), responsável por causar a doença covid-19, foi identificado pela primeira vez na cidade de wuhan, na china, em dezembro de 2019. em 30 de janeiro de 2020, a organização mundial da saúde (oms) declarou que o surto do novo coronavírus constituía uma emergência de saúde pública de importância internacional e, em 11 de março de 2020, a covid-19 foi caracterizada pela oms como uma pandemia, devido à distribuição geográfica da doença em vários países e regiões do mundo. embora a pandemia de covid-19 tenha atingido a população mundial, não foi um fenômeno universal e homogêneo. o modo como foi vivenciada pelas pessoas apresenta especificidades, considerando, dentre outros aspectos, as medidas que foram adotadas para prevenção e contenção da doença, os contextos em que as pessoas estavam inseridas e o período do desenvolvimento em que se encontravam. nesse sentido, a compreensão e o sentido que os sujeitos atribuem às suas experiências são construídos a partir dos seus contextos culturais e sociais. é necessário considerar que há uma diversidade de experiências relacionadas à pandemia à medida em que existem diversas infâncias, adolescências e famílias, com múltiplas realidades atravessadas por dimensões socioeconômicas, sociais, raciais, territoriais e de gênero. assim, o desenvolvimento humano é constituído por meio das relações estabelecidas entre a pessoa e o(s) contexto(s) em que ela está inserida, considerando que não existe uma causa única e singular que explique o desenvolvimento individual. nesse sentido, os recursos internos (biológicos e psicológicos), os elementos externos (ambientais) e as variáveis interpessoais (processos proximais) não podem, individual e isoladamente, explicar como ocorrem as mudanças desenvolvimentais. diante disso, ancorado na teoria bioecológica do desenvolvimento humano (tbdh), considera quatro componentes que atuam, desde o nascimento, de modo mútuo e concomitante a fim de que a pessoa se desenvolva: processo, pessoa, contexto e tempo (modelo ppct). o modelo bioecológico, por meio da integração dos seus principais componentes, torna-se um referencial teórico apropriado para a realização de estudos acerca do desenvolvimento-no-contexto, à medida que permite ao pesquisador incluir diferente níveis de análise e compreender a influência do ambiente para o desenvolvimento das pessoas. os contextos comunitários onde crianças e adolescentes vivem e se desenvolvem são determinantes sociais relevantes. apesar de alguns processos desenvolvimentais serem semelhantes para a maioria das crianças e adolescentes, os aspectos socioeconômicos podem expô-los de maneira singular ao adoecimento e à marginalização. em comunidades desassistidas, a escassez de recursos e a desigualdade social contribuem para a configuração de contextos de vulnerabilidade social, com o surgimento da violência, do tráfico de drogas e da fragilização das relações familiares e comunitárias. por meio de uma revisão sistemática no âmbito brasileiro, identificou-se que não há consenso acerca do conceito de vulnerabilidade social na literatura nacional. entretanto, partindo dos pressupostos epistemológicos do pensamento sistêmico (complexidade, instabilidade e intersubjetividade), compreende-se vulnerabilidade social a partir de uma noção multidimensional, constituída por fatores individuais, coletivos e contextuais, como baixa escolarização, relações familiares violentas ou conflituosas, ausência ou insuficiência de recursos financeiros e serviços de saúde, além de poucas perspectivas profissionais e de futuro. assim, grupos populacionais vulneráveis tendem a estar mais expostos a fatores de risco à sua saúde e ao seu desenvolvimento integral. entende-se que vulnerabilidade e risco são conceitos distintos, apesar de estarem relacionados. risco corresponde às condições fragilizadas da sociedade tecnológica contemporânea e, vulnerabilidade, à condição das pessoas nessa sociedade. sob a perspectiva da complexidade, os fatores de risco são entendidos como um processo que considera variáveis protetoras que, sendo antagonistas aos problemas precipitados pelos fatores de risco, podem moderar ou amortecer o risco. os fatores de proteção podem ser constituídos pelos atributos das pessoas, pelos vínculos construídos no sistema familiar e/ou em outros contextos que ofereçam suporte emocional em momentos de estresse e por outros sistemas que podem fornecer suporte social, como escola, trabalho, centros religiosos, serviços de saúde. quanto aos fatores de proteção, destacam-se as redes sociais significativas de crianças e adolescentes, pois há relações entre a qualidade do desenvolvimento humano e das redes sociais com as quais as pessoas interagem. a compreensão da dinâmica relacional das redes sociais significativas adotada neste projeto vai ao encontro dos pressupostos que sustentam o pensamento sistêmico, enquanto paradigma que reconhece uma realidade multifacetada, multidimensional, contextual e coconstruída pelos seus protagonistas. assim, ao compreender a dinâmica relacional das redes sociais significativas de crianças e adolescentes, reconhece-se as pessoas tanto como produtoras de sentido, como produzidas pelas construções sociais. em consonância, define-se redes sociais significativas como as relações que um indivíduo percebe como significativas ou define como diferenciadas das demais com quem convive; correspondem ao nicho interpessoal da pessoa e são produtos dos processos proximais. com base em sluzki (1997), neste projeto compreende-se dinâmica relacional como a forma como uma pessoa em desenvolvimento configura suas redes sociais significativas, por meio dos vínculos, suas intensidades e suas funções, diante de uma situação de crise. considerando a relevância das redes sociais significativas no desenvolvimento de crianças e adolescentes, questiona-se: quais as estruturas e as funções das redes sociais significativas de crianças e adolescentes em contexto de vulnerabilidade social durante a pandemia de covid-19? este estudo qualitativo, está inserido em um projeto de pesquisa de doutorado do programa de pós-graduação em psicologia da ufsc, intitulado: "dinâmica relacional das redes sociais significativas de crianças e adolescentes em seus contextos de vida durante a pandemia de covid-19", já aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos (cepsh) ufsc e vinculado ao grupo de pesquisa: psicologia da saúde, família e comunidade. objetiva identificar as redes sociais significativas de crianças e adolescentes em contexto de vulnerabilidade social durante a pandemia de covid-19. participarão 24 crianças e adolescentes com idades entre seis anos a 17 anos e 11 meses, moradores da comunidade do morro da queimada, localizada no maciço do morro da cruz, em florianópolis/sc. a coleta de dados prevê inserção ecológica; questionário sociodemográfico respondido pelos responsáveis; e mapa de redes coconstruído com crianças e adolescentes. as redes sociais significativas de crianças e adolescentes serão analisadas em termos de estrutura (tamanho, densidade, composição, dispersão e homogeneidade/heterogeneidade) e função (companhia social, apoio emocional, guia cognitivo e conselho, regulação social, ajuda material e acesso a novos contatos). pretende-se que os resultados da pesquisa contribuam com o desenvolvimento de serviços de apoio, campanhas de saúde pública e intervenções que auxiliem as famílias de crianças e adolescentes em futuras crises de saúde.

Índice de Shannon: 3.5354

Índice de Gini: 0.892878

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
14,83% 2,84% 14,85% 2,97% 5,22% 1,63% 1,77% 5,39% 4,21% 13,76% 6,11% 1,79% 4,27% 1,66% 1,97% 16,71%
ODS Predominates
ODS 16
ODS 1

14,83%

ODS 2

2,84%

ODS 3

14,85%

ODS 4

2,97%

ODS 5

5,22%

ODS 6

1,63%

ODS 7

1,77%

ODS 8

5,39%

ODS 9

4,21%

ODS 10

13,76%

ODS 11

6,11%

ODS 12

1,79%

ODS 13

4,27%

ODS 14

1,66%

ODS 15

1,97%

ODS 16

16,71%