Esta proposta, que se desenvolve na forma de re...esta proposta, que se desenvolve na forma de rede nacional de pesquisa, tem como fundamento compreender os impactos e as várias respostas sociais à pandemia de covid-19 em suas múltiplas dimensões e complexidade e elaborar estratégias em diálogo com ações já desenvolvidas e levando em consideração as respostas locais à pandemia. o objetivo geral da proposta é analisar as diferentes respostas e ações não farmacológicas de enfrentamento à pandemia de covid-19, praticadas tanto através das políticas estatais de saúde quanto das políticas locais de diferentes populações em situações de precariedade social e de vulnerabilidade, como mulheres, idosos, crianças, pessoas com comorbidades e deficiências, população carcerária e pacientes psiquiátricos. a partir dos dados e de análise, serão elaboradas diretrizes e ações para intervenções não farmacológicas no combate à pandemia. partindo do princípio de que uma crise sanitária não acontece fora de contextos sociais locais, regionais, nacionais e, no caso da pandemia, internacionais, entendemos que a compreensão de seus impactos e desdobramentos sociais é fundamental para a elaboração de políticas públicas que levem em conta situações e contextos populacionais, sociais e culturais específicos. a equipe forma uma rede já em colaboração há vários anos, de alcance nacional e multicêntrico, voltada para pensar, pesquisar e produzir sobre antropologia da saúde, enfatizando a importância da pesquisa qualitativa e etnográfica para a compreensão dos processos de saúde e adoecimento e seus desdobramentos locais e específicos em diferentes comunidades e grupos sociais. o projeto pretende analisar esses impactos com foco em populações e regiões específicas, desdobrando a linha central nos seguintes eixos de trabalho: eixo 1- impactos e respostas locais à pandemia, priorizando grupos e sujeitos em situação de precariedade social, vulnerabilidade e risco que temos estudado nos últimos anos: mulheres em situação de gravidez, gestação e maternidade em quarentena; mulheres em situação de violência; portadores de doenças crônicas e outras comorbidades (vírus zika, hiv/aids, tuberculose, doença falciforme); mães de crianças que nasceram com a síndrome congênita do vírus zika; população carcerária; idosos em isolamento e em instituições de acolhimento; crianças com ou sem deficiências, em instituições de acolhimento e em casa; usuários/as dos serviços de saúde mental e internos psiquiátricos; imigrantes, particularmente os venezuelanos; eixo 2 - saúde mental e sofrimento social, buscando entender os efeitos subjetivos, corporais e morais da pandemia e das medidas sanitárias tomadas; eixo 3 - políticas e gestão pública do enfrentamento à pandemia, analisando as medidas de isolamento adotadas e as intervenções não farmacológicas, de acordo com os serviços e profissionais de saúde em diversos níveis de complexidade. a metodologia utilizada será qualitativa e etnográfica, em uma primeira etapa adaptando as técnicas de captação de dados à realidade do isolamento social através da comunicação à distância com os sujeitos de pesquisa, utilizando redes sociais, telefonia celular, etc. em uma segunda etapa, com a flexibilização da distância social serão feitas pesquisas de campo presenciais junto a essas populações, refinando e aprimorando os dados obtidos inicialmente. o resultado esperado é esboçar um panorama complexo da vida social da pandemia no brasil e das respostas não farmacológicas fornecidas pelas políticas públicas e pelas políticas e inovações locais das diferentes populações pesquisadas. a partir de diagnósticos específicos dos impactos sociais da covid-19 para cada população pesquisada e das medidas de enfrentamento utilizadas, elaborar diretrizes para avaliação e elaboração de políticasne ações no enfrentamento à covid-19 e outras futuras epidemias. pretende-se, ainda, produzir material de divulgação científica, visando democratizar os resultados da pesquisa, formar recursos humanos. a rede é sediada. na ufpb, e envolve a ufsc, a unb, a ufam, a unicentro/pr e a ufpa.