Trata-se de um projeto de iniciação científica ...trata-se de um projeto de iniciação científica voluntário proposto por aluno. o medo do desconhecido é uma emoção inerente ao ser humano. esse mecanismo de defesa e sobrevivência se perpetua para além dos perigos externos, se infiltra nos dilemas internos do homem e funciona como impulso de luta ou fuga. aliado a ele temos, a curiosidade, o que nos provoca a ir além do que já conhecemos. a arte, por sua vez, dialoga com essas questões, conflitos e contradições universais porque ela, de certa forma, funciona como válvula de escape para as emoções reprimidas pelo estilo de vida ocidental moderno, como o medo, a violência e o sexo. por esse motivo, há um fascínio pelo futuro, por questões exotéricas, pelo incompreendido, inexplicável e o imprevisível. talvez por isso, haja, ao menos uma vez, a curiosidade pela experiência narrativa do gênero do terror. o medo se coloca como curiosidade ao ser experimentado com relativa segurança num filme do gênero ao invés de uma situação de perigo real. assim, aquilo que evitaríamos ao máximo na vida cotidiana torna-se atraente na ficção. o cinema manipula com maestria o tempo e o espaço. dessa forma, possibilita uma experiência verossímil visualmente capaz de criar a atmosfera de suspense, terror e horror. e quanto ao teatro? ainda que não domine tempo e espaço com a mesma veracidade e sem suas convenções, é capaz de tal experiência? essa indagação me motivou a investigar o que é esse terror e qual o seu impacto no público. esse mesmo questionamento me conduz à diferença entre a recepção do medo e do humor. do choro e do riso, da comédia e da tragédia clássicas. será possível transformar um espectador, passar a ele uma mensagem através do espanto e do horror, como defendia aristóteles na catarse na tragédia grega? sendo esse o caso, poderia ser o gênero do terror um meio de fazê-lo? pretendo conduzir um estudo acerca das temáticas do horror, do humor e da catarse. não limito o gênero aos monstros, o cruel e o grotesco, pois isso o cinema já faz muito bem. busco experimentar os limites da violência e dos instintos humanos numa balança em detrimento de seu espanto com esses mesmos instintos quanto ser social e autodenominado civilizado. o horror enquanto meio de evocar a repulsa, mas também uma evasão do moral e cotidiano. dessa forma, experimentar o terror na dramaturgia e no palco e avaliar a viabilidade dessa convulsão de emoções nas configurações teatrais. tentar, de alguma forma, pegar emprestada a liberdade de contar histórias do cinema e aplicar ao teatro, que aparentemente se resumiu a discorrer apenas sobre o que acontece do lado de fora. tudo isso de forma a potencializar, através do jogo cênico, do humor e do terror, o que o fazer teatral tem de único: o encontro.