
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências Biológicas
Departamento: Biologia Celular, Embriologia e Genética/BEG
Dimensão Institucional: Pesquisa
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa
Título: PERCEPÇÕES, HESITAÇÕES E PREFERÊNCIAS DOS BRASILEIROS SOBRE AS DIFERENTES VACINAS PARA COVID-19 DISPONÍVEIS ATUALMENTE NO BRASIL
Coordenador
- JULIANA DAL RI LINDENAU
Participante
- BERNARDO PERIN CIMA
- JANAINA RAQUEL DE SIMAS
- JULIANA DAL RI LINDENAU (D)
Conteúdo
Desde dezembro de 2019, com o advento da pandem...desde dezembro de 2019, com o advento da pandemia de covid-19, a população mundial tem experimentado situações de extremo desgaste físico e mental. o medo de contrair a doença, de desenvolver sintomas graves, de ser entubado ou, até mesmo, de perder algum ente querido tem acompanhado muitas pessoas ao longo destes 18 meses de pandemia. adicionalmente, existe a vulnerabilidade econômica associada ao fechamento do comércio e às restrições de circulação. essas situações podem levar, inclusive, ao aumento na prevalência de quadros de ansiedade [1].
a utilização de métodos preventivos (como uso de máscaras, álcool gel, lavação constante de mãos com sabão e água limpa e manutenção do distanciamento social) permite o controle da dispersão do vírus, até certo nível. entretanto, a falta de tratamento medicamentoso eficiente para qualquer estágio da contaminação, apesar dos diversos estudos e tentativas falhas de utilização de medicamentos off label, ainda gera receio de contaminação por boa parte da população [2].
neste contexto, a vacinação emerge como uma das melhores possibilidades de lidar com a pandemia de sars-cov-2, uma vez que esta é efetivamente a única forma de gerar imunidade em toda a população. a vacinação é uma das intervenções médicas mais efetivas da história da humanidade, tendo contribuído para o decréscimo nas taxas de doenças infecciosas em muitos países. em alguns casos, levando inclusive, ao controle absoluto da infecção, como no caso da varíola.
normalmente são necessários entre 10 e 15 anos para que uma vacina consiga passar por todas as fases do seu desenvolvimento, desde a fase pré-clínica, passando pelos ensaios clínicos de fase 1 a 3 e culminando com os testes de eficácia. a demora em cumprir todas as fases se deve ao elevado custo associado a cada uma delas, o que faz com que elas ocorram de forma sequencial e que a próxima fase somente se inicie após ampla análise dos resultados da fase anterior, para evitar que sejam feitos grandes investimentos financeiros em uma vacina que não se mostra promissora.
contudo, essa dinâmica foi drasticamente alterada quando o mundo inteiro juntou esforços para desenvolver uma vacina contra o sars-cov-2. os massivos financiamentos direcionados para pesquisas com vacinas e a possibilidade de adaptar tecnologias já utilizadas ou em consolidação, permitiu que dentro de poucos meses mais de 30 vacinas entrassem em protocolos de estudos clínicos [3].
atualmente existem 3 grandes vertentes tecnológicas nas vacinas desenvolvidas para conter a covid-19: as vacinas com vetores de adenovírus, as vacinas de vírus inativado e as vacinas baseadas em mrna. as tecnologias de vacinas de vetores de adenovírus e de vírus inativados já são amplamente utilizadas em vacinas que compõem o programa nacional de imunização brasileiro, um dos mais completos do mundo [http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaosite.jsf]. contudo, a tecnologia de vacinas de mrna está sendo primeiramente utilizada na vacina desenvolvida pelas farmacêuticas pfizer e moderna contra covid-19.
este acelerado processo de desenvolvimento de vacinas, associado com a utilização de novas tecnologias, tem levado a muita confusão na percepção pública sobre a segurança e a eficácia das vacinas contra covid-19 e de vacinas em modo geral [4]. esta confusão pode servir como argumento para que indivíduos militantes de movimentos anti-vacina tenham suas posições reforçadas, o que pode levar a consequências desastrosas em termos de saúde pública. adicionalmente, um outro grupo de indivíduos tem emergido em diversos países, que são justamente os indivíduos que consideram ter o direito de escolher qual vacina receberão [5].
destaca-se que o direito de se vacinar, ou não, é e sempre foi respeitado na maior parte do mundo. contudo, também deve-se destacar que a opção por não se vacinar neste momento acaba também por manter por mais tempo a transmissão do vírus em altas taxas e acaba por viabilizar o surgimento de novas variantes, como temos observado em diversos países. portanto, cabe aos governos realizarem campanhas de conscientização que informem de maneira satisfatória e sejam capazes de persuadir suas populações a se vacinarem. entretanto, o direito de escolher a vacina que receberá não tem sido considerado na maior parte do mundo. muito disso se deve ao número insuficiente de doses de todas as vacinas disponíveis, o que inviabilizaria a imunização mundial em caso de escolhas individuais muito enviesadas para um grupo específico.
apesar da quase impossibilidade logística de aplicação do direito de escolha sobre a “marca” da vacina que será ministrada em cada indivíduo, alguns pesquisadores tem levantado a questão de considerar o desejo individual durante a campanha de vacinação [5 - 7]. simulações com grupos populacionais sobre a possibilidade de escolha da vacina que será ministrada e sobre o medo e ansiedade associados a este processo, demonstram que as pessoas tendem a aceitar melhor o processo de vacinação quando lhes é apresentada a possibilidade de escolher a vacina que será ministrada. este tipo de trabalho
levantou o questionamento sobre até que ponto os governos não deveriam, na medida do possível, respeitar e possibilitar o direito de escolha individual.
todavia, esta escolha deve estar baseada em alguma coisa. o que efetivamente faz com que uma pessoa decida por uma ou outra tecnologia vacinal? que tipo de conhecimento é necessário e suficiente para que uma pessoa possa usufruir de seu direito de escolha de forma consciente? essas perguntas não tem consenso ainda na literatura e devem ser avaliadas de acordo com a realidade de cada país para terem um significado a nível de saúde pública. afinal, cabe ressaltar que quando alguém usufrui de seu direito de escolha e deixa de se vacinar por não ter disponível aquela que seria a vacina de sua preferência, mantemos a cadeia de transmissão em nível acelerado e nos mantemos um pouco menos perto do final da pandemia.
trabalhos conduzidos com as populações da frança, itália e índia questionaram sobre os fatores relacionados com a resistência, aceitação e hesitação em receber uma dose de vacina contra covid-19 [8 -10]. esses estudos demonstraram uma falta de confiança nas vacinas, com grande parte dos envolvidos sugerindo que seria mais prudente aguardar um pouco mais para ter uma melhor visão sobre as vacinas disponíveis, muito provavelmente devido a conduções governamentais inadequadas. adicionalmente, redes sociais mostraram-se como importantes fontes de busca de informações entre indivíduos que estavam hesitosos em se vacinar, em detrimento a publicações e especialistas. entretanto, estes mesmos estudos demonstram uma preocupação em conter a pandemia, sendo este o principal motivo apresentado por muitos que responderam que gostariam de receber uma vacina.
considerando isso, urge a necessidade de entender a relação do brasileiro com a campanha de vacinação contra covid-19. existe resistência, hesitação ou desconfiança em nosso país? quais os fatores relacionados a esses sentimentos? existe preferência por uma ou algumas vacinas? o que embasa essa preferência? responder essas e outras questões relacionadas a este tópico podem contribuir para um melhor manejo da campanha de vacinação e, consequentemente, levar a uma maior probabilidade de sucesso da mesma.
a amostra será constituída de indivíduos maiores de idade que aceitarem responder a um questionário online composto por perguntas de múltipla escolha sobre o
tema dessa pesquisa, após leitura e concordância com o tcle. os questionamentos foram elaborados através de busca na literatura, além de contemplarem a realidade local do nosso país. o tcle e o questionário a ser aplicado encontram-se no anexo 1 deste projeto.
a pesquisa será divulgada nas redes sociais e seguirá a metodologia de recrutamento bola de neve, onde um participante divulga a pesquisa para outros e assim sucessivamente. qualquer indivíduo maior de idade residente no brasil poderá participar da pesquisa. serão seguidas todas as recomendações constantes na resolução 466/2012 e no ofício circular da conep número 02/2021 que trata de pesquisas em ambiente virtual.
todos os resultados gerados pelo estudo serão divulgados em revistas científicas com seletiva política editorial, mantendo o anonimato dos participantes. o projeto não necessitará de infraestrutura futura ou custos de financiamento, sendo completamente financiado pela pesquisadora responsável.
as variáveis categóricas serão representadas pela frequência absoluta e relativa. as proporções das variáveis estudadas serão comparadas entre os desfechos pelo teste de qui-quadrado. quando significativas a análise local, verificada pela análise de resíduos padronizados ajustados, será usada para diferenciar as categorias com maiores proporções, enfatizando valores maiores ou iguais que 1,96.
será utilizado o modelo de regressão de poisson para estimar razões de prevalência (rp) brutas e ajustadas.
Índice de Shannon: 3.84805
Índice de Gini: 0.921269
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
5,41% | 6,38% | 15,76% | 4,35% | 4,31% | 4,60% | 4,59% | 6,08% | 7,65% | 5,38% | 6,69% | 4,84% | 4,47% | 3,42% | 3,81% | 12,28% |
ODS Predominates


5,41%

6,38%

15,76%

4,35%

4,31%

4,60%

4,59%

6,08%

7,65%

5,38%

6,69%

4,84%

4,47%

3,42%

3,81%

12,28%