O aumento da popularidade do açaí (euterpe oler...o aumento da popularidade do açaí (euterpe oleracea mart.) acarretou o crescimento expressivo da produção, que era de cerca de 300 mil toneladas (t) em 2003 e chegou a 1,62 milhão de t em 2019. a polpa, a fração comestível do açaí, corresponde a 5-15% do fruto. os outros 85-95% representam a semente não comestível, um resíduo da despolpa. estima-se que 1,4 milhão de t de sementes se acumulem na amazônia sem aproveitamento estabelecido, gerando um problema ambiental e sanitário. no entanto, há relatos que os extratos desta semente são ricos em polifenóis com atividades antioxidantes que conferem benefícios à saúde. por isso, o grupo de pesquisa da dra. ayla sant´ana (int/rj) conduziu a identificação das substâncias do extrato da semente de açaí, indicando que os polifenóis do extrato são da classe das procianidinas. ainda, foi relatado que as procianidinas estão majoritariamente na forma de oligômeros e polímeros com grau médio de polimerização (dp–degree of polimerization) de 9-12 (> 3000 da). em 2020, o grupo de pesquisa da dra fabienne ferreira, em colaboração com o grupo da dra. ayla, reportou que o extrato apresenta atividade antimicrobiana contra cepas de bactérias gram-positivas e uma cepa da levedura candida albicans, com indicação preliminar de que procianidinas oligoméricas de dp >4 teriam efeitos biológicos mais pronuciados. como misturas de procianidinas são, em geral, avaliadas sem nenhum isolamento, a relação entre dp e atividades biológicas de procianidinas permanece amplamente desconhecida. assim, este projeto visa explorar como o grau de polimerização das procianidinas do extrato da semente de açaí influencia na atividade antimicrobiana e os potenciais mecanismos envolvidos na inibição microbiana. a proposta tem os objetivos específicos de (i) avaliar a atividade antimicrobiana do extrato de açaí e seu fracionamento frente a um painel de cepas microbianas, incluindo cepas multirresistentes a antimicrobianos; (ii) realizar a padronização e a execução de testes de sinergismo dos extratos brutos e fracionados com antibióticos a fim de otimizar a atividade antimicrobiana; e (iii) investigar possíveis mecanismos de ação associados a atividade antimicrobiana observada. espera-se que este projeto forneça dados para o desenvolvimento de um conservante natural, seguro e eficaz para produtos alimentícios, de saúde e cosméticos.