As doenças crônicas não-transmissíveis compõem ...as doenças crônicas não-transmissíveis compõem o grupo de doenças que mais matam mundialmente. dentro deste grupo observamos o diabetes mellitus (dm) que se caracteriza pela presença de hiperglicemia como resultado de uma redução da função das ilhotas pancreáticas, mais especificamente das células ? pancreáticas. desde 1980, o número de adultos diabéticos progrediu de 108 milhões para 422 milhões em 2014, e estima-se que este número atinja aproximadamente 700 milhões de pessoas até 2025. esses dados reforçam a demanda por estudos na busca de alternativas terapêuticas para esta pandemia, além da busca de novos fatores de risco que possam contribuir para o entendimento da incidência tão exacerbada que não se explique unicamente por questões de caráter genético. na busca por tais fatores, a descoberta e caracterização dos disruptores endócrinos foi de grande valia, uma vez que elucidou uma gama de agentes amplamente utilizados e aos quais os humanos e animais não-humanos estão constantemente expostos. dentre esses fatores inclui-se os defensivos agrícolas, compostos largamente aplicados nas lavouras em todo o mundo, onde o brasil se destaca como grande produtor de commodities. entre os inúmeros compostos com ação pesticida, os chamados defensores agrícolas, destacamos os inseticidas organofosforados, que exercem alta toxicidade por meio da inibição irreversível de colinesterases em organismos vivos, resultando na morte da praga alvo. este composto pode causar efeitos adversos também ao ser humano quando ocorre exposição acidental como distúrbios neurológicos, gastrointestinais, oftalmológicos, endócrinos, etc, podendo até mesmo resultar em morte em casos de exposição tóxica aguda. um inseticida amplamente empregado no brasil da classe dos organofosforados é o (dimetoxitiofosforiltio) succinato de dietila, também denominado malathion, com o qual casos de intoxicação humana e animal são documentados. evidências pré-clínicas sugerem que a exposição subcrônica ao malathion pode causar resistência à insulina e agir como fator de risco para o dm. nosso grupo de pesquisa vem estudando o composto (protocolo sigpex 201610801) e os nossos dados, ainda não publicados, revelam que a exposição subcrônica ao malathion antes da prenhez resulta em diabetes gestacional e este distúrbio é mantido após o término da prenhez além de impactar sobre o metabolismo da prole (macho e fêmea) quando esta atinge a maturidade, resultando num quadro equivalente ao pré-diabetes entre os humanos. isso nos conduz naturalmente a tentativa de buscar compreender os mecanismos pelos quais o malathion possa atuar e daí surge a ideia de abordarmos aspectos in vitro do malathion um micro-órgão tão especial e envolvido com o metabolismo da glicose, lipídeos e proteínas que é a ilhota pancreática, em especial as células produtoras de insulina, as células ?. para tal, investigaremos por meio de ferramentas funcionais, eletrofisiológicas e estruturais se o tratamento agudo com o malathion pode alterar a viabilidade, função e o arranjo ultraestrutural (padrão de organelas) das ilhotas pancreáticas, com ênfase sobre as células ?. nossa hipótese é de que o malathion diminuirá a viabilidade, a função e modificará o padrão das organelas das células ?.