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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Socioeconômico

Departamento: Economia e Relações Internacionais/CNM

Dimensão Institucional: Pesquisa

Dimensão ODS: Ambiental

Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa

Título: SOUTH AMERICAN POLICY REGIONALISM: DRIVERS AND BARRIERS / SUB-PROJETO: ENERGY COOPERATION IN SOUTH AMERICA - INTERCONNECTION WITHOUT INTEGRATION

Coordenador
  • KLAUS GUIMARÃES DALGAARD
Participante
  • KLAUS GUIMARÃES DALGAARD (D)

Conteúdo

A cooperação energética na américa do sul nas ú...a cooperação energética na américa do sul nas últimas três décadas tem sido caracterizada pelo aumento da interconexão sem integração de políticas. este sub-projeto avaliará qual arcabouço teórico melhor explica esses desenvolvimentos, focando especificamente na cooperação no setor de geração de energia da américa do sul durante este período, incluindo: integração da rede elétrica; comércio de gás e construção de infra-estrutura; e grandes usinas hidrelétricas binacionais. exploraremos como duas vertentes teóricas concorrentes das relações internacionais – as abordagens baseadas em incentivos (neoliberal-institucionalista) em políticas de poder (neorealista) – veem a segurança energética. a abordagem neoliberal-institucionalista considera a segurança energética como um bem público a ser fornecido por meio de mercados estáveis. no quadro neorealista, a energia é vista como uma capacidade material e uma questão de interesse nacional, não uma mercadoria. assim, concentra-se nas implicações de segurança nacional da dependência de recursos. através das lentes dessas teorias concorrentes sobre a segurança energética, este sub-projeto analisará a dinâmica dos mecanismos causais concorrentes (interesses e poder) em jogo nos esforços de cooperação energética na américa do sul nos últimos trinta anos. durante esse período, a política energética na américa do sul oscilou entre abordagens favoráveis ao mercado e lideradas pelo estado. na década de 1990, crises de dívida e investimentos insuficientes levaram a região a uma onda de privatização e desregulamentação do setor energético, resultando em diversos investimentos transfronteiriços em transmissão de energia e gasodutos. esses esforços de integração de eletricidade e gás ocorreram principalmente por meio de acordos bilaterais ou trilaterais que forneceram bases legais para intercâmbios de importação/exportação e mecanismos de disputa, mas sem nenhum compromisso de harmonizar padrões e políticas. a lógica econômica por trás dessas iniciativas era que o brasil aproveitasse as oportunidades econômicas disponíveis nos países vizinhos exportadores de energia. esse ímpeto de integração energética foi impulsionado principalmente pelo status de importador do brasil e sua alta dependência da energia hidrelétrica, levando à criação da iniciativa para a integração da infraestrutura regional da américa do sul (iirsa) em 2000 – uma iniciativa multilateral envolvendo o doze países que agora formam a união de nações sul-americanas (unasul), com apoio técnico e financeiro do banco latino-americano de desenvolvimento (caf), banco interamericano de desenvolvimento (bid) e fundo de desenvolvimento financeiro da bacia do prata (fonplata). nos anos 2000, a eleição de partidos políticos de esquerda em vários países sul-americanos levou a uma onda de nacionalismo de recursos na região. sua abordagem intervencionista à política energética doméstica reduziu seu interesse em investimentos transfronteiriços orientados pelo mercado e comércio de energia. durante a cúpula da unasul em 2009, os estados membros concordaram que os governos, e não os bancos, deveriam ser os coordenadores dos projetos regionais de infraestrutura, criando o conselho de infraestrutura e planejamento da unasul (cosiplan), ao qual a iirsa foi incorporada como comitê técnico, enquanto o apoio do caf, do bid e do fonplata foi reduzido. em termos de desenho institucional, o cosiplan é uma instituição mais formal e intergovernamental do que a iirsa: é regulamentado pelo tratado constitutivo da unasul, e todas as decisões são tomadas pelo conselho de ministros por consenso. apesar de a integração energética ser um tema de destaque na unasul, a organização obteve resultados modestos nesse campo. além disso, embora o brasil tenha sido o principal arquiteto por trás da criação da unasul em 2008, o recente desenvolvimento do comércio global de gás natural liquefeito e as enormes descobertas de petróleo e gás no brasil reduziram seu apetite pelo comércio transfronteiriço de energia e construção de infraestrutura. tanto as abordagens de incentivos quanto as abordagens de política de poder podem esclarecer os resultados mistos dos esforços de cooperação energética da américa do sul. como o país mais poderoso da região, o papel do brasil nesses esforços é particularmente relevante. o institucionalismo neoliberal lança luz sobre a cooperação energética que ocorreu na américa do sul durante a década de 1990, em um cenário de distribuição de poder interdependente que alterou o cálculo de custo-benefício dos estados maximizadores de segurança. no entanto, com a ascensão de um desafiante de poder regional na forma da venezuela de hugo chávez nos anos 2000, a cooperação tornou-se mais difícil e menos eficaz sob distribuição de poder não-hegemônica, com estados priorizando interesses políticos sobre ganhos econômicos e muitas vezes relutantes em ceder autonomia política sobre temas sensíveis como a energia, como prevêem os neorealistas. assim, analisar a cooperação energética na américa do sul por meio de uma combinação de diferentes pressupostos teóricos, muitas vezes conflitantes, fornecerá uma avaliação mais sutil dos interesses políticos embutidos no delicado equilíbrio entre a soberania e a integração, bem como da dinâmica de poder no região. o sub-projeto descrito acima, sob minha coordenação, faz parte de um projeto internacional mais amplo, intitulado “south american policy regionalism: drivers and barriers”, coordenado por leslie elliott armijo (simon fraser university, canadá), sybil rhodes (universidad del centro de estudios macroeconómicos de argentina) e markus fraundorfer (university of leeds, reino unido). além desses coordenadores, o projeto conta com a participação de 6 professores ou doutorandos de universidades brasileiras (4 da universidade de são paulo, 1 da universidade de brasília e 1 da puc-minas) e 6 professores ou doutorandos de universidades estrangeiras: 2 da pontificia universidad católica de chile; 1 da columbia university, eua; 1 da universidad pontificia bolivariana, colômbia; 1 da california state university east bay, eua; e 1 da san francisco university, eua. a descrição deste projeto mais amplo segue abaixo: há muita discussão contemporânea sobre as dificuldades da cooperação global para fornecer bens públicos internacionais. se a cooperação global em questões transfronteiriças é desafiadora demais, a cooperação regional para fornecer bens públicos coletivos parece ser a melhor solução alternativa viável. o regionalismo é reconhecido como relevante para toda a gama de políticas públicas globais. em um mundo que se torna cada vez mais multipolar e, portanto, menos previsível, a cooperação regional provavelmente se torna mais necessária. portanto, este projeto colaborativo investiga a política e a economia política da cooperação regional por meio de histórias analíticas de políticas de diversas arenas internacionais, usando a região sul-americana para seus estudos de caso. o projeto também parte de um dilema empírico fundamental. desde a década de 1990, a institucionalização em termos da criação de novas iniciativas e organizações regionais tem proliferado significativamente na região, inclusive por meio do envolvimento de um número crescente de atores não-estatais. de fato, hoje existe uma abundância de iniciativas de cooperação transfronteiriça institucionalizadas na américa do sul. ao mesmo tempo, a governança de uma série de desafios transfronteiriços importantes continua fraca e ineficaz, o que contribui para agravar ainda mais esses problemas. o projeto investiga as razões dessa ineficácia da governança regional na américa do sul, mas também explica algumas exceções bem-sucedidas. de forma mais geral: o que as experiências da américa do sul revelam sobreas forças-motriz de uma cooperação política transfronteiriça bem-sucedida ou fracassada a nível regional? o desenho de pesquisa do projeto envolve a seleção de fóruns de governança regional que representam uma série de desafios de políticas públicas coletivas, nos quais empreendedores políticos (representando atores estatais ou não-estatais) se esforçaram para construir mecanismos para exercer autoridade reguladora transfronteiriça. os pesquisadores devem, primeiro, esboçar os contornos de uma área de política pública internacional e, segundo, construir uma história política analítica de aproximadamente trinta anos (1990-2020) das grandes tentativas, tanto as bem-sucedidas quanto as fracassadas, da governança regional dentro da política pública escolhida. a segunda tarefa de cada pesquisador é relacionar a história empírica com a teoria, construindo uma narrativa explicativa e analítica plausível da governança das diferentes políticas públicas. ou seja, cada pesquisador deve responder à pergunta implícita: como melhor explicar o curso da cooperação regional, bem-sucedida ou frustrada, dentro desta área de política pública transfronteiriça ao longo deste período?

Pós-processamento: Índice de Shannon: 1.29625

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
0,64% 0,95% 0,33% 0,52% 0,49% 0,88% 82,06% 0,81% 2,45% 0,94% 1,42% 0,84% 1,30% 0,60% 0,63% 5,14%
ODS Predominates
ODS 7
ODS 1

0,64%

ODS 2

0,95%

ODS 3

0,33%

ODS 4

0,52%

ODS 5

0,49%

ODS 6

0,88%

ODS 7

82,06%

ODS 8

0,81%

ODS 9

2,45%

ODS 10

0,94%

ODS 11

1,42%

ODS 12

0,84%

ODS 13

1,30%

ODS 14

0,60%

ODS 15

0,63%

ODS 16

5,14%