
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências da Saúde
Departamento: Pediatria/DPT
Dimensão Institucional: Pesquisa
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa
Título: ANÁLISE DOS USOS DE MATRIZ DE REGENERAÇÃO DÉRMICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS
Coordenador
- MAURICIO JOSE LOPES PEREIMA
Participante
- DANIELA BENTHIEN DOS SANTOS
- LAISA GOULART SAVIATTO
- MARIA LUIZA HILLESHEIM DRAPRINCHINSKI
- MAURICIO JOSE LOPES PEREIMA (D)
Conteúdo
A pele é um órgão com estrutura e função comple...a pele é um órgão com estrutura e função complexa de difícil reposição quando sofre dano irreversível por queimadura, trauma ou doença. ela é composta por duas camadas altamente especializadas¹: a epiderme, de origem ectodérmica6, camada mais fina e superficial, responsável pela função de barreira à microorganismos, manutenção da temperatura e à perda de água¹. ela é constantemente renovada, e os queratinócitos levam 4 semanas desde o início da sua diferenciação até estarem anucleados participando do estrato córneo¹; e a derme, de origem endodérmica6, camada mais interna, provê à pele elasticidade, resistência, capacidade de dissipação de calor, produção de lubrificação e das sensibilidades gerais, além de conter os anexos cutâneos e nutrir a epiderme logo acima¹. essas duas camadas estão presas uma à outra firmemente por uma estrutura complexa, composta principalmente por elastina e colágenos do tipo iv e vii¹.
a perda parcial ou total dessa cobertura leva a perda de fluidos e proteínas, acarretando em desidratação, perda da pressão coloidosmótica e edema secundário¹. além disso, microorganismos passam a ter acesso facilitado à microcirculação, o que pode resultar em infecção sistêmica, e a desidratação dos tecidos pode levar à morte celular e progessão do aumento do tamanho da lesão¹.
a derme contém um reservatório de células indiferenciadas mesenquimais com capacidade de diferenciação e reepitelização no caso de dano, presentes no folículo piloso2. apesar disso, essa regeneração só ocorre em feridas com anexos dérmicos preservados, ou seja, a pele não tem grande capacidade de regeneração espontânea, o que torna necessária a intervenção cirúrgica no tratamento de feridas de maior profundidade2. nesses casos, há consenso na literatura de que o tecido lesado deve ser removida e coberta com enxertos autólogos ou algum substituto cutâneo2. existem hoje diversas possibilidades de materiais para reposição da pele perdida, classificados como coberturas temporárias, que exigirão depois uma solução definitiva, ou de fechamento definitivo2. apesar dos avanços tecnológicos na área médica, o manejo de feridas agudas e crônicas de várias etiologias geralmente se constituem como um desafio3. grandes defeitos cutâneos resultantes de lesões graves frequentemente são tratados com cirurgias reconstrutivas extensas, as quais são acompanhadas de longos períodos de hospitalização, além de risco de infecção e trombose³.
os substitutos cutâneos temporários tem como sua principal utilidade a cobertura temporária fisiológica da lesão, com objetivo de criar um ambiente úmido que privilegie sua recuperação enquanto aguarda o enxerto autólogo1. eles provém proteção contra danos mecânicos, capacidade de transmissão de vapor similar a pele e barreira física para bactérias1. podem ser de dois tipos: enxertos homólogos ou xenoenxertos1.
os enxertos homólogos são obtidos de doadores, a partir de bancos de pele, e tem a vantagem de estarem prontamente disponíveis e possuírem as mesmas características da pele autóloga2. eles se revascularizam a partir do implante no sítio receptor e lá permanecem até sofrer rejeição, normalmente entre 3 e 4 semanas. após esse período, se realiza o enxerto autólogo2. neste caso, seguidas as técnicas modernas de screening para doenças virais, o risco de infecção é muito baixo1.
como exemplos de xenoenxertos, temos os derivados de pele porcina1 ou de tilápia15. esse tipo de enxerto não se revasculariza, mas pode aderir a um ferida limpa e prover uma boa cobertura e controle da dor até a cicatrização da lesão abaixo dela1. usualmente são combinadas com prata para diminuir a colonização da ferida1.
já entre os materiais para cobertura definitiva da lesão, temos o enxerto autólogo e os substitutos cutâneos dérmicos. até a presente data, o material preferencial de escolha para substituir a pele que foi removida é o autoenxerto, quando disponível3. ele é obtido através da pele do próprio paciente, em locais de tecido saudável2. esse tem as vantagens de não sofrer rejeição, ser de baixo custo e poder cobrir grandes áreas, quando expandido2. apesar disso, o procedimento de extração do enxerto envolve a criação de uma área cruenta adicional, com algum grau de morbidade2. a qualidade dos enxertos é dependente da espessura e da forma como será utilizado, ou seja, em lâminas ou expandido2. “a cicatrização (...) se dá porque as células, inicialmente, sobrevivem por embebição de nutrientes advindos dos tecidos onde está apoiado. com o tempo se inicia a angiogênese, e capilares crescem na derme integrando definitivamente o enxerto. muitas das sequelas de queimadura como cicatrizes hipertróficas e quelóides, se desenvolvem devido aos enxertos epidérmicos serem feitos sobre fáscias ou tecidos de granulação, que não contêm derme. a derme fornece a base de colágeno para a epiderme.4” (ramos, 2004).
já as matrizes de regeneração dérmica foram desenvolvidos vista a necessidade de fechamento de extensas lesões, sem possibilidade de cobertura completa com enxerto autólogo e visando resultados superiores, ao estimular a preservação da anatomia6. são constituídas por uma membrana bilaminar4. o substituto para a derme, na camada inferior, é formado por uma matriz porosa de colágeno de tendão bovino e glicosaminoglicanas, que tem porosidade e taxa de degradação controladas4. ele serve como um molde estruturado para infiltração de células da derme subjacente e formação de uma neoderme de características idênticas as da pele normal, sem formação de cicatriz5. já o substituto da epiderme, na camada superior, é constituído de silicone, e serve temporariamente como proteção para evitar perda de fluidos e ter função de barreira à infecção2. em aproximadamente 2 a 3 semanas, após a produção da neoderme, a camada de silicone deve ser removida, para então aplicar um enxerto fino de epiderme do paciente, extraída de outro local2 , uma vez que ainda não se dispõe de cobertura epidérmica e nesse caso não há regeneração espontânea da epiderme2.
apesar do uso de matriz de regeneração dérmica envolver também a criação de uma área cruenta adicional, a camada de pele removida por esse método é substancialmente mais fina do que a necessária sem o uso da matriz e é reposta pelo organismo de maneira mais rápida2. também é importante ressaltar que a obtenção do enxerto autólogo fino é feita mais tardiamente, após a maturação da matriz, logo, ao término da fase inflamatória aguda, quando o paciente encontra-se mais estável2, uma vez que nesse estudo somente foi utilizada a matriz dérmica de dupla camada e não a de camada única, que necessitaria do enxerto autólogo no mesmo tempo cirúrgico. além disso, por envolver a criação da neoderme, a pele mantém sua estrutura colagenosa e produz bom efeito estético e funcional, mantendo as características de plicabilidade e elasticidade, evitando-se, assim, as retrações cicatriciais2.
no hospital infantil joana de gusmão, um hospital pediátrico público no sul do brasil, as principais indicações para uso de mrd de dupla camada são cobertura cutânea em pacientes com área doadora para enxerto autólogo insuficiente e cobertura cutânea de áreas nobres, como mãos, pés, região de dobra de grandes articulações, face, pescoço e mamas femininas, principalmente para pacientes com queimadura aguda.
o objetivo desse estudo é revisar as diversas aplicações da mrd nas cirurgias reconstrutoras em pacientes pediátricos, bem como o desfecho imediato dos pacientes submetidos ao implante.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 3.81529
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
4,42% | 5,37% | 20,44% | 3,92% | 3,93% | 7,19% | 5,95% | 5,41% | 5,56% | 4,38% | 5,85% | 6,65% | 3,91% | 5,14% | 7,20% | 4,69% |
ODS Predominates


4,42%

5,37%

20,44%

3,92%

3,93%

7,19%

5,95%

5,41%

5,56%

4,38%

5,85%

6,65%

3,91%

5,14%

7,20%

4,69%