
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Filosofia e Ciências Humanas
Departamento: Psicologia/PSI
Dimensão Institucional: Pesquisa
Dimensão ODS: Institucional
Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa
Título: A EXPERIÊNCIA NÔMADE: UMA REFLEXÃO SOBRE A LIBERDADE EM ESPINOSA A PARTIR DOS MODOS DE VIDA DOS “MALUCOS DE ESTRADA”
Coordenador
- ANDRE LUIZ STRAPPAZZON
Participante
- ANDRE LUIZ STRAPPAZZON (Di)
Conteúdo
Esta proposta de pesquisa visa ampliar e dar se...esta proposta de pesquisa visa ampliar e dar sequência a uma investigação anterior de doutorado (strappazzon, 2017) sobre os modos de vida de artistas de rua e artesão nômades, ou “malucos de estrada”, também conhecidos popularmente como hippies. o ponto de partida reflexivo surgiu de duas inquietações propostas por espinosa, que apontam, em leituras contemporâneas, pela interconectividade entre os problemas de ordem ética, política e epistemológica, atravessados pelos processos de e que ainda reverberam no contemporâneo: a primeira delas se refere ao fato de até hoje (nos tempos do autor, mas possivelmente também no nosso), ninguém foi capaz de definir o que pode um corpo; a segunda inquietação pergunta pelo que faz com que as pessoas lutem por sua servidão como se estivem lutando por sua liberdade.
no decorrer da pesquisa de doutorado, o eixo da reflexão se referiu a como os “malucos de estrada” constroem seus modos de vida em tensão com o que eles chamam de “sistema”, e que designamos como modos de vida hegemônicos, entendidos como “normais” em nossa sociedade, criando outras possibilidades de existência em suas dimensões éticas, estéticas e políticas, com implicações nas formas de se produzir processos educativos, de trabalho, comércio, ocupação territorial de espaços públicos, entre outras relações. com base nas informações produzidas para a pesquisa discutiu-se a constituição de modos de vida hegemônicos e os processos de subjetivação decorrentes, no encalço dos conceitos de sociedade disciplinar, biopoder e sociedade de controle (foucault, 1999, 2009; deleuze, 2010), que preconizam noções de normalidade e modulações da subjetividade, calcadas em verdades morais erigidas ao longo da história ocidental e respondendo às demandas da produção econômica próprias ao contexto neoliberal. este movimento de tensão que os malucos de estrada promovem entre os modos de vida hegemônicos e possibilidades de criação de novos modos de vida dissidentes, compreendido e analisado a partir da filosofia de espinosa, foi objetivado sob o conceito de “experiência nômade”, significando, por parte do sujeito, a ação de criar em processo condições dissidentes de existência.
a proposta desta pesquisa visa desenvolver este conceito, que apenas foi pontuado de forma incipiente na pesquisa de doutorado. pretende-se, ao desenvolver esta ideia, aprofundar sobre o entendimento do conceito de liberdade em espinosa (2008; 2009), dado a compreensão de que, para este autor, ser livre significa agir sobre as condições de existência que determinam a composição dos corpos enquanto potência de existir. desta forma, o conceito de liberdade coloca-se como pedra angular entre as duas questões de espinosa, entre a ética e a política, expostas anteriormente no início deste projeto, e tem incidência sobre as discussão relativas aos processos de subjetivação no contemporâneo, tal qual a psicologia social os compreende nos diferentes contextos sociais, culturais, institucionais e grupais.
objetiva-se com esta pesquisa desenvolver o conceito de “experiência nômade”, a partir da filosofia de espinosa e dos modos de vida dos malucos de estrada; aprofundar a discussão sobre liberdade na filosofia de espinosa, relacionando-a com os processos de subjetivação no contemporâneo e com algumas discussões presentes na psicologia social; verificar a possibilidade do conceito de “experiência nômade” na compreensão e estudo de outros grupos culturais e contextos sociais de pesquisa e aplicação da psicologia; contribuir com a discussão ética, política e epistemológica no contexto da psicologia social tendo como fundamento a filosofia de espinosa.
a proposta se mostra relevante no sentido de aprofundar nos estudos da filosofia de espinosa, integrando estas reflexões com a produção teórica em psicologia . no que se refere ao objetivo da problematização sobre os processos de subjetivação, inscreve-se a possibilidade de fomentar discussões sobre modos de vida que potencializem as chances dos sujeitos construírem uma vida pautada por mais autonomia e liberdade, convidando para reflexões e práticas que transbordam, por exemplo, as noções de normalidades construídas historicamente ao longo da modernidade e que correm o risco de produzir processos de exclusão e sofrimento ético-político (sawaia, 2008). o objetivo de se desenvolver o conceito de “experiência nômade” busca pela possibilidade de um articulador conceitual para a área da psicologia social, que possa, ao desbordar dos modos de vida dos malucos de estrada, quem sabe se estender para uma séria de temáticas e contextos hoje trabalhados pela abrapso (2017). esta pesquisa também almeja uma possível contribuição à práxis da psicologia social, mais especificamente, no trabalho com grupos e coletivos no contexto das políticas sociais. pretende-se, a partir desta pesquisa e na sequência dela, discutir o conceito de liberdade enquanto ação aplicado às intervenções junto a grupos e coletivos, construindo assim uma possibilidade teórica de leitura e concepção de grupo para a psicologia.
o percurso metodológico para a presente pesquisa tem na cartografia o horizonte de inspiração. o escopo das informações a serem agenciadas para a pesquisa é composto por documentários, entrevistas e reportagens produzidas pelos “malucos de estrada” ou sobre eles, e disponibilizadas na web, conjugadas com referenciais bibliográficos com base na filosofia de espinosista e seus interlocutores, bem como textos do próprio autor e de teóricos que desenvolvem seus trabalhos na psicologia a partir da filosofia da imanência.
Índice de Shannon: 3.2958
Índice de Gini: 0.82214
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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ODS Predominates


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