A neuropatia periférica induzida por quimiotera...a neuropatia periférica induzida por quimioterapia (npiq) é um efeito adverso bastante frequente na terapia anticâncer, com um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes tanto em curto quanto longo prazo. neste contexto, a american society of clinical oncology (asco) publicou em 2014 um guia para prevenção e manejo da npiq, no qual enfatiza uma necessidade “urgente” de mais estudos referentes ao tema. entretanto, até 2015, os estudos estão restritos as publicações de um pequeno número de grupos de pesquisa e alguns poucos quimioterápicos. assim, significantes lacunas do ponto de vista de mecanismo de ação das drogas e das respostas celulares ainda estão em aberto. mais relevante, ainda, é a lacuna observada no que se refere ao efeito das intervenções na eficácia da quimioterapia, uma vez que a maioria dos modelos não aborda os fármacos-teste em concomitante presença de tumores. assim, este trabalho irá focar em um mecanismo que parece estar estreitamente associado com o início e cronificação da npiq: o dano oxidativo em neurônios/fibras nociceptivas expostas a quimioterápicos. vários estudos apontam que diferentes sítios, como o terminal periférico do neurônio pseudounipolar e os corpos celulares dos gânglios da raiz dorsal parecem ser afetados por danos diretos causados por quimioterápicos, via dano oxidativo, o qual retroalimenta a formação de um microambiente inflamatório localizado, os quais afetam negativamente a transmissão neuronal. assim, o objetivo geral deste projeto é identificar as possíveis alterações no estado redox dos sítios de nocicepção e, assim, utilizar fármacos antioxidantes capazes de bloquear ou, pelo menos, minimizar a neuropatia periférica induzida por quimioterápicos. metodologicamente, integrará análises de biologia molecular em combinação com experimentos clássicos em farmacologia para a determinação dos componentes oxidativos, e especialmente os sítios nociceptivos mais envolvidos no processo. os mecanismos identificados, e os moduladores farmacológicos com potential efeito anti-nociceptivo, serão também avaliados no que se refere a sua interação com o efeito antitumoral das quimioterapias. essa abordagem aumenta as chances de identificação de novos fármacos atenuem a npiq sem afetar a eficácia da terapia antitumoral tão bem quanto aqueles que possam afetar negativamente a quimioterapia.