
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Desportos
Departamento: Educação Física/DEF
Dimensão Institucional: Pesquisa
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa
Título: OS EFEITOS DO PERÍODO DE FÉRIAS NOS NÍVEIS DE APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE ESCOLARES
Coordenador
- RODRIGO SUDATTI DELEVATTI
Participante
- BRUNO ALLAN VIEIRA
- RODRIGO SUDATTI DELEVATTI (D)
Conteúdo
Resumo:
a aptidão física relacionada à saúde (...resumo:
a aptidão física relacionada à saúde (apfrs) é considerado um ótimo marcador de
estado de saúde, servindo como um forte fator de proteção para doenças crônicas
não transmissíveis (dcnt), como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, obesidade e
osteoporose. ainda, uma boa apfrs pode diminuir significativamente as chances
de morbimortalidade. atualmente, é retratado na literatura que muitos adolescentes
não possuem níveis adequados de apfrs, além do mais, com a evolução da
tecnologia, é cada vez mais frequente o uso de celulares, tablets e televisões nos
momentos de lazer, podendo assim ter contribuição para a inatividade física e
comportamentos sedentários. assim, tendo em vista a relevância do tema e a
escassez de pesquisas que analisem o fator de exposição férias na apfrs, o
presente estudo busca analisar os efeitos do período de férias nos níveis de apfrs
de escolares. o delineamento do estudo é observacional, sendo uma coorte de curto
prazo, retrospectiva, na qual serão analisados os resultados de medidas corporais e
testes físicos realizados antes e após o período de férias escolares (férias de verão)
de adolescentes. os componentes da aptidão física analisados serão: aptidão
cardiorrespiratória- teste de corrida ou caminhada de 6 minutos, composição
corporal- medidas de índice de massa corporal, circunferência de cintura e relação
cintura-estatura, força/resistência muscular- teste de resistência abdominal (sit-up) e
flexibilidade- teste de sentar e alcançar. os dados serão analisados por meio de
teste t pareado, adotando-se um nível de significância de 5%. há como hipótese na
presente pesquisa que o fator férias influencia negativamente os níveis de apfrs
dos alunos, sobretudo a variável de aptidão cardiorrespiratória.
1 introdução
a aptidão física é composta por aspectos biológicos e psicossociais, que
geram um bom estado de saúde e bem estar (jorgensen et al., 2009). a aptidão
física relacionada à saúde (apfrs) se constitui basicamente pelas seguintes
capacidades físicas: resistência cardiorrespiratória, força/resistência muscular,
composição corporal e flexibilidade (guedes, 2007). grande parte dos
adolescentes não atingem recomendações de normativas de apfrs (coledam,
2015). muitos dos problemas relacionados à saúde estão altamente associados a
baixos níveis de apfrs, no qual grande maioria deles já se iniciam durante a
infância e adolescência, representação que precisa ser revertida (raitakari,
2003).
há uma alta prevalência de inatividade física e sedentarismo em crianças e
adolescentes brasileiros. em um estudo de silva (2000) com escolares de 14 a 15
anos de um município do rio de janeiro, foi encontrada uma prevalência de
inatividade física de aproximadamente 90%. em outro estudo com adolescentes, em
florianópolis (sc), farias (2004) identificou que aproximadamente dois terços da
amostra mostraram níveis inadequados de atividade física.
em relação à atividade física planejada e organizada, uma medida altamente
associada à prevenção de obesidade e doenças coronarianas, ainda trata-se de
uma prática pouco vivenciada na fase escolar, essencialmente no sexo feminino
(ferreira et al., 2006; fermino, 2010). em um estudo de farias junior (2008),
adolescentes de joão pessoa (pb), do sexo feminino, mostraram-se com maior
prevalência de inatividade física (64,2%) em relação ao sexo masculino.
essa inatividade física é um fator de risco demasiadamente associado à
doenças crônicas não transmissíveis (dcnt). alguns estudos epidemiológicos
mostram essa associação com o aumento da ocorrência relativa de infarto agudo do
miocárdio (60%), osteoporose (59%), diabetes do tipo 2 (50%), doença arterial
coronariana (45%), câncer de cólon (41%), câncer de mama (31%) e hipertensão
arterial (30%) (katzmarzyk e janssen, 2004), junto a isso auxilia também no
acúmulo excessivo de gordura corporal e alterações negativas no perfil lipídico
(duarte et al., 2004; guedes et al., 2006). logo, pode-se associar essa
inatividade física com inaptidão física, ambos sendo fatores que contribuem para
ocorrência das dcnt supracitadas.
um dos atributos da apfrs mais associados à saúde é a aptidão
cardiorrespiratória (acr), geralmente representada pelo consumo máximo de
oxigênio (vo2max). essa avaliação pode ser feita por análise direta, ou seja, um
teste laboratorial, ou por análise indireta, que se caracteriza por testes de corridas e
caminhadas em diferentes distâncias, como 550 e 1600 metros, ou ainda durações,
como seis, nove e 12 minutos. mesmo sendo marcadores indiretos, estes últimos
são bastante válidos, de fácil aplicação, baixo custo operacional e aplicados em
estudos com grandes amostras em um menor espaço de tempo (guedes, 2006).
em um estudo de santana et al. (2013) foi ratificado uma associação entre
estado nutricional e apfrs, visto que alunos com sobrepeso apresentaram a acr
menor que estudantes com peso adequado. também foi identificado que escolares
do sexo masculino com sobrepeso apresentaram menor força e resistência
muscular.
tendo em vista que por si só o processo de envelhecimento acarreta em
perdas fisiológicas que implicam na diminuição da apfrs, é cada vez mais
necessário intervenções eficazes durante a infância e adolescência, sobretudo nas
aulas de educação física, visando a manutenção e melhoria da apfrs, evitando
assim futuras doenças e complicações cardiovasculares (haskell et al., 2007;
sales; moreira, 2012).
há diversos fatores associados à diminuição da prática de atividades físicas,
dentre alguns deles estão: idade, sexo, escolaridade e disponibilidade de tempo
(alves et al. 2012). outros aspectos relacionados ao baixo nível de atividade física
podem estar relacionados ao aumento elevado do lazer passivo, como uso de
celulares, televisões e videogames (tempo de tela), que podem ser maior durante o
período de férias e o decréscimo do lazer ativo, como caminhar e andar de bicicleta
(fermino, 2010; santos, 2010).
a atividade física na infância e adolescência tem sido investigada como uma
ferramenta factível para predição de níveis de atividade física durante a vida adulta,
logo é de extrema importância, como um fator de saúde pública, pesquisas na área
e por consequência a instrução e orientação de hábitos de vida saudáveis desde a
iniciação escolar, a fim de os adolescentes manterem bons níveis de apfrs e
prevenir futuras complicações à saúde (azevedo et al., 2007).
contudo, pouco se sabe sobre como o recesso escolar pode influenciar nos
níveis de atividade física e por consequência na apfrs, dessa maneira, se torna
imprescindível maiores investigações acerca dessa variável.
ao nosso conhecimento, foi encontrado apenas um estudo (silva et al.
2010) investigando os efeitos do período de férias na apfrs. nesse estudo,
realizado em uma escola pública de minas gerais, identificou-se que tanto meninos
quanto meninas tiveram maior acúmulo de gordura no momento após as férias,
ademais, no momento antes das férias, 37,9% dos adolescentes atingiram os
critérios adequados de acr, já no momento após as férias apenas 26,3% atingiram,
compreendendo assim que o fator férias escolares afetou de forma negativa essas
variáveis.
dessa maneira, com o fim do ano letivo junto com as aulas de educação
física e com a chegada das férias de verão, pode haver diversas mudanças de
comportamentos nesse período que influenciam de forma negativa os níveis de
apfrs. ainda, muitos dos ganhos e melhorias durante o ano desses componentes
podem ser perdidos nessa faixa de tempo por comportamentos e práticas
inadequados. portanto, é de suma importância o professor de educação física
saber da influência que as férias trazem à apfrs, para então poder instruir e dar
recomendações para esse período não trazer tais malefícios à saúde. assim, tendo
em vista a escassez e a importância dessa temática, torna-se necessário mais
pesquisas investigando e relacionando a influência do período de férias sobre a
apfrs.
1.1.2 objetivo geral
analisar os efeitos das férias no nível de aptidão física relacionada à saúde
de escolares da rede federal do município de florianópolis.
1.1.3 objetivos específicos
analisar os efeitos das férias sobre a aptidão cardiorrespiratória, os níveis de
força e resistência muscular, de flexibilidade e a composição corporal de escolares.
Índice de Shannon: 3.02999
Índice de Gini: 0.770119
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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2,62% | 4,84% | 44,78% | 12,51% | 3,93% | 2,57% | 2,80% | 3,69% | 2,83% | 2,97% | 3,13% | 2,35% | 2,66% | 2,71% | 2,21% | 3,39% |
ODS Predominates


2,62%

4,84%

44,78%

12,51%

3,93%

2,57%

2,80%

3,69%

2,83%

2,97%

3,13%

2,35%

2,66%

2,71%

2,21%

3,39%