
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Comunicação e Expressão
Departamento: Língua e Literatura Estrangeiras/LLE
Dimensão Institucional: Pesquisa
Dimensão ODS: Institucional
Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa
Título: TRADUÇÃO DA CORRESPONDÊNCIA DE CHARLES BAUDELAIRE: RECEPÇÃO BIOGRÁFICA E CRIAÇÃO POÉTICA.
Coordenador
- GILLES JEAN ABES
Participante
- GILLES JEAN ABES (D)
Conteúdo
O presente projeto de pesquisa busca propor um ...o presente projeto de pesquisa busca propor um debate sobre a recepção biográfica (e literária?) de baudelaire no brasil a partir, sobretudo, do embate entre a correspondência do autor e estudos críticos encontrados notadamente em paratextos de traduções das flores do mal. de fato, a leitura em si das cartas revela uma curiosa discrepância entre algumas afirmações contundentes de baudelairianos e o que subjaz às palavras do poeta. foi particularmente contra o ensaio de ivan junqueira, “a arte de baudelaire”, que minha leitura da correspondência se chocou pois, neste ensaio, junqueira afirma a revolta do baudelaire com o segundo casamento da mãe e uma relação incestuosa entre os dois. este estudo precede sua tradução de as flores do mal (1985), publicada pela nova fronteira, e está igualmente presente no volume único poesia e prosa publicado em 1995 pela editora nova aguilar. sua tradução é considerada um best-seller por ter ultrapassado sua 10ª edição (nova fronteira) e, portanto, é a mais acessível, ao menos até a publicação da tradução de mário laranjeira em 2011. outro tradutor, não menos renomado, josé paulo paes, afirma, em sua poesia erótica (2006): “depois de perder o pai quando contava apenas seis anos de idade, charles baudelaire (1821-1867) jamais se conformou com o segundo casamento de sua mãe, que o levou desde cedo a atitudes de rebeldia.” até mesmo manuel bandeira já afirmava essa imagem do autor do spleen de paris: “charles baudelaire (1821-1867) teve a infelicidade de perder o pai aos seis anos e nunca se ter entendido com o padrasto, o que resultou na separação de sua mãe.” este peritexto precede a tradução de guilherme de almeida, reeditada pela editora 34 (2010), constituindo, uma vez mais, um retrato de significativa influência sobre os leitores. é possível entender essa afirmação, no caso de bandeira, porque seu texto foi escrito em 1965, contudo, o que realmente importa, é que não tenha sido alterado ou complementado com pesquisas mais recentes da vida de baudelaire. ao contrário, essa afirmação é reforçada em um curto texto “sobre charles baudelaire”, inserido no posfácio da tradução de almeida, de autoria de marcelo tápia. no que se refere a pesquisas acadêmicas, encontramos a tese de renata philippov, “edgar allan poe e charles baudelaire: trajetórias e maturidade estética e poética”, defendida na usp (2004), que confirma a famosa revolta com o segundo casamento. a hipótese aqui avançada é a de que ivan junqueira está inserido em um pensamento que tem origem em outros baudelairianos, uma linhagem francesa de pesquisadores tais como crépet (pai e filho), claude pichois, françois porché e, sobretudo, jean-paul sartre. de fato, encontramos em sartre as mesmas afirmações que junqueira. contudo, se há particularmente uma carta que comprove esta afirmação do tradutor, existem outras, principalmente da juventude, que apontam em sentido contrário e que produzem uma imagem diversa do poeta. para contra-argumentar, não haveria outra escolha senão uma análise da correspondência, já que é dessa leitura (ou parte dela) que nasce aquela representação. a tradução de uma seleção de cartas do poeta - neste processo de atenta leitura que exige o traduzir - despertou uma dúvida para senão questionar aquela imagem, ao menos dela fazer um retrato multifacetado, muito mais próximo da complexidade e contradições das relações humanas. o objetivo geral é o de realizar a tradução comentada de cartas do poeta, em grande parte inédita em português, e/ou uma seleção de cartas da correspondência de charles baudelaire (1821-1867). esta missivas estão presentes na correspondência completa, correspondance i, ii. paris: gallimard, 1973. os objetivos specíficos são: propor uma tradução, para o português do brasil, de uma seleção de cartas da correspondência de charles baudelaire; graças à tradução destas cartas, problematizar sua recepção biográfica e oferecer outras leituras possíveis de sua vida, notadamente nas relações que teve com seus familiares; dar sequência à pesquisa anterior no que tange a revelar os bastidores da criação literária baudelairiana.
Índice de Shannon: 3.942
Índice de Gini: 0.932093
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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ODS Predominates


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